Capítulo - 44

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Raike estava em uma lanchonete com seu amigo Mitron. Ambos almoçavam naquele momento. De repente, Raike falou:

— Eu queria descobrir o que fazem no laboratório 3. Espionei a entrada do local durante dias, mas nunca encontro uma falha na segurança. Os guardas do local sempre são substituídos por outros depois de algumas horas.

— O laboratório 3 é o mais protegido da nave-mãe.

— Olhei o mapa da nave-mãe para procurar algum meio de entrada do laboratório 3, mas não encontrei nada. Pensei que havia um túnel de ar no teto do laboratório, mas não há. O local é lacrado. Parece que há troca de ar no local através de canos da parede. Eu só posso entrar por lá se eu tiver o biochip que é usado pelos funcionários de lá. Quanto mais eu observo aquele lugar, mais eu me convenço de que eles fazem alguma coisa muito sinistra naquele laboratório. Se eles tivessem fazendo coisa boa por lá, não haveria motivos para reforçarem a segurança do laboratório 3.

— O que você mais viu por lá?

— Só o que os outros já sabem. Mas quero entrar naquele lugar de alguma maneira. La dentro, eu encontrarei as respostas. Quero saber o que eles fazem com as humanas que entram naquele lugar.

— Eu posso te ajudar a descobrir o segredo deles. Mas esse plano será bastante arriscado. Se formos pegos, iremos para uma prisão de Vênus.

— Tudo bem. Qual é o plano que você tem?

— Eu trabalho em um centro de ciência da computação onde desenvolvem biochips. Eu posso clonar o chip de um dos cientistas. Então, você poderia ter acesso ao laboratório 3.

— Você pode fazer isso por mim?

— Claro que sim. Mas tome cuidado para não ser apanhado no flagra.

— Obrigado.

— Amanhã, eu vou fazer o chip no centro de computação. Assim que você descobrir o que eles fazem no laboratório 3, conte-me tudo. Eu sempre tive vontade de saber o segredo sobre o projeto Transgênese.

Decorreram três dias terrestres. Raike estava dentro do quarto e mandava mensagens para Nívia pelo celular quando Mitron chegou ao quarto. Raike escreveu na mensagem: "Eu tenho que desligar agora, pois há alguém comigo agora. tchau". Em seguida, Nívia escreveu: "Até logo"

Raike desligou o celular e olhou para seu colega que disse:

— Veja o que eu consegui.

Nesse momento, Mitron retirou um saco transparente de dentro do bolso da calça. Havia um biochip no involucro. Raike sorriu e falou:

— Minha nossa. Você conseguiu o chip.

— Clonei o chip de acesso do Dr. Riz. Mas você só pode entrar lá quando ele estiver longe do laboratório. O doutor vai participar de um congresso cientifico daqui a cinco dias e ele se ausentará do laboratório 3 durante o evento. Aproveite a oportunidade.

Nesse momento, Mitron entregou o biochip para seu amigo. Raike disse:

— Obrigado.

— Você quer que eu te ajude a implantá-lo?

— Sim.

Mitron pegou uma seringa que estava guardada no armário e uma placa de vidro. A agulha da seringa era apropriada para implantes. O biochip tinha o tamanho de um grão de arroz. Em seguida, Raike retirou o chip de dentro do saco e o entregou para seu colega. Mitron deixou o dispositivo na placa e sugou o biochip com a seringa.

Em seguida, Raike recebeu o implante na pele de sua mão através da seringa. Logo após, Mitron falou:

— Pronto. Com essa chip, você pode entrar no laboratório 3.

Nesse momento, Raike olhou fixamente para a sua mão que continha o biochip.

***

Nívia estava sentada na janela do quarto. Era uma noite de quinta-feira. Ela olhava para o céu negro que estava repleto de nuvens. O vento estava forte e balançava as copas das árvores. Estava prestes a chover naquele exato momento. Ela olhava para o alto com a esperança de ver a espaçonave de Raike novamente, mas ela só via o céu escuro. De repente, Nívia sentiu uma tristeza profunda como se ela estivesse diante da morte. Uma melancolia e um tédio invadiram sua alma. Enquanto isso, o aparelho de som tocava a música A Sky Full Of Stars, de Coldplay.

De repente, ela foi para o interior do quarto e abriu a gaveta do criando mudo. Ela pegou um diário e uma caneta de tinta vermelha. Logo após, Nívia se sentou na janela novamente e abriu o seu caderno. Nesse momento, ela escreveu essas palavras em uma página de seu diário:

Sinto saudades dos momentos em que dancei com Raike. Como é bom sentir a respiração dele, tocar em suas mãos brancas e ver os seus olhos. Vejo tantos casais felizes. Até Laura conquistou sua felicidade ao lado do amante e eles não sofrem nenhuma represália por se amarem. Quando eu pensei que nunca encontraria minha alma gêmea, eu me apaixonei por um príncipe de outro mundo e fui correspondida. Mas descobri que eu corro o risco de perdê-lo por causa das leis injustas da sociedade virkoniana que o proíbem de amar uma humana. Por que não posso ter o que os outros tem com facilidade? Que ironia. 

Mundos distantesWhere stories live. Discover now