Capítulo - 51

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Kinara entrou na sala de recreação da nave-mãe. Nesse momento, ela encontrou um casal de alienígenas mestiços que estava conversando no local. Kinara pegou uma revista, sentou-se no sofá e começou a folhear a revista cientifica. A mulher virkoniana desconhecida perguntou em um momento da conversa:

— Aliás, você está sabendo da última novidade?

— Não — respondeu o virkoniano.

— Eu vou te contar algo que é caso de polícia. Você não vai acreditar quando eu te disser do que se trata. Sei que o estado-maior virkoniano tem tentado abafar esse escândalo e está cuidado do caso secretamente. Eu soube dessa novidade por uma amiga que trabalha como secretária na polícia — disse a mulher virkoniana desconhecida

— Fale. Agora eu quero saber — disse o virkoniano.

— Raike se apaixonou por uma humana e fugiu com ela. Ele quebrou a regra principal que é nunca se unir aos humanos — disse a mulher virkoniana desconhecida.

Kinara ouviu a conversa naquele instante e ficou boquiaberta. O homem desconhecido falou:

— Que tragédia. Raike assinou a própria sentença de morte.

— Dizem que Raike roubou uma espaçonave do galpão para poder fugir daqui. Falaram que os policiais foram ao planeta Terra para caçá-lo depois disso. Raike escapou deles. Depois disso, o exército enviou um soldado de Marte para procurá-los — disse a mulher virkoniana desconhecida.

— Como descobriram que Raike se apaixonou por uma humana? — perguntou o homem.

— Traik o denunciou — respondeu a mulher desconhecida.

— Minha nossa. Como Traik descobriu isso?— falou o homem virkoniano.

— Traik viu Raike e a humana se beijarem quando esteve na Terra durante uma missão — disse a mulher virkoniana desconhecida.

— Agora sei o motivo de Raike estar desaparecido. Eu não o vejo há um bom tempo — falou o homem virkoniano.

— Raike pode se considerar um virkoniano morto. É só uma questão de tempo até o soldado encontrá-lo em algum lugar do universo. Raike será executado — disse a mulher virkoniana desconhecida.

Nesse momento, Kinara se levantou, deixou a revista na mesa e saiu da sala. A moça ouviu aquela conversa mais do que o suficiente. A jovem caminhou por um corredor. Ela chegou em um laboratório. Chegando lá, a moça encontrou Traik que estava transferindo tubos de ensaio para um freezer. Nesse momento, ela se aproximou dele e falou:

— Eu estou sabendo que Raike tem um caso com uma humana. Ele fugiu com a terráquea. Disseram que você já sabia disso antes e você o denunciou para a polícia.

Traik olhou surpreso para a moça e falou:

— Eu não sei do que você está falando. Pensei que Raike havia sido transferido para outra base virkoniana em algum planeta.

— Não se faça de desentendido, seu estúpido. Você achou que eu não descobriria isso?

— Está bem, eu admito. Eu fiz o que é certo. Raike deve pagar por ter cometido esse crime. Tomara que ele tenha uma morte trágica.

— Como você pode denunciá-lo, seu patife? O soldado que foi enviado para caça-lo vai matá-lo assim que o encontrar. Se Raike for executado, eu nunca vou te perdoar.

— Você só pensa naquele patife. Raike nunca te quis. Ele preferiu a humana insignificante que pertence a uma espécie inferior à nossa raça.

— Se ele morrer, eu não vou ter mais motivos para viver.

— Você ainda o ama depois que ele te rejeitou. Quanta falta de dignidade e amor próprio.

— Por que você fez isso? O que Raike te fez?

— Eu só queria afastá-lo de nossas vidas. Achei que você olharia para mim se ele estivesse morto. Mas pensei errado. Agora sei que você sempre o amará, não importa o que ele faça.

— Você me decepcionou. Não quero mais ver tua face e nem falar contigo. Eu te odeio.

Nesse momento, Kinara meneou a cabeça e saiu do laboratório. Traik ficou cabisbaixo.

Mundos distantesWhere stories live. Discover now