Capítulo 2

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[ Recadinhos: Os mais emotivos peguem um lencinho, e, não esqueçam de ler ouvindo a playlist, coloquem desde a primeira música, foi pensada com muito carinho.]

A semana continuou do mesmo jeito, comigo na cama sem querer fazer nada, e não fazia, ficava pensando na vida, a diferença é que agora eu não conseguia mais conter as lembranças, vinham como uma avalanche e eu não fazia nada, só lembrava e acabava chorando.

É muito ruim quando você acha que uma coisa é pra sempre ou que vai durar muito tempo e de repente acaba, era até engraçado, eu e Eduardo começamos a ficar do nada e do nada acabou, só queria ele comigo.

Saudade das coisas mais boba, eu chamando ele de cabeçudo e ele falando da minha bunda, nós dois deitados no quarto dele conversando sobre coisas da escola, pensando em como seria quando morássemos juntos ou quando tivéssemos filhos.

Chorei ainda mais, eu e Eduardo prometemos que teríamos um filho juntos, que nossa casa ia ter crianças correndo de um lado pro outro, eu surtando e ele rindo e se divertindo com os pequenos, e agora não seria mais, tudo tinha sumido.

- Ta bom o café? – Rodrigo perguntou enquanto sorria pra mim.

- Ta ótimo – Falei bebendo um gole.

- Também né, o que você acha ruim? Ah já sei, não está com o Eduardo – Falou me olhando.

- É – Olhei pra janela – Ruim mesmo é ver aquilo que era rotina virando saudade.

- Ele se drogando e vocês brigando? – Meu irmão alfinetou.

- Não Rodrigo, eu e ele felizes, nos beijando pra caramba, saindo, nos divertindo e fazendo muito sexo nessa cama – Falei e ele levantou na hora e segurou as mãos.

- Ui, credo – Disse com uma cara esquisita – Ta, já entendi, só falar que sentiu saudade da parte boa.

- Ninguém mandou você me começar – Falei e ele disse que já estava indo, logo saiu do quarto.

Eu não queria ficar tão triste, mas parecia ser mais forte que eu, meus dias eram ali, pensando na vida e lembrando das coisas. Já tinha se passado dois dias, quinta-feira e eu ali, ás vezes ia na sala, ficava olhando a rua, vendo o movimento, os ônibus, as pessoas.

Ficava ali pela sala, mal trocava de roupa, todos os dias pareciam triste e pra completar julho era um mês bem frio, o que aumentava minha vontade de ficar enrolado nas cobertas e era isso que eu fazia, meu pai reclamava um pouco dos edredons na sala, dizia que ia sujar, quando ele falava eu ia pro quarto e ficava na minha cama.

Comecei a lembrar do começo do nosso namoro, foi difícil, não pensei que seria tanto, mas valeu a pena, não me arrependo de nenhuma vez que fiquei quieto ouvindo as besteiras que ele falava, mas tive vontade de gritar umas verdades na cara dele quando estava sendo preconceituoso comigo, só esperava que aquilo passasse.

E passou, bem, acabou que uma hora brigamos e falei tudo que eu queria, sorri ao lembrar daquilo, engraçado que quando a gente vive o momento parece a pior situação do mundo, mas depois até rir a gente consegue, ri daquilo também.

Amor, me fez lembrar a primeira vez que ele me chamou daquele jeito, tínhamos ficado longe uma semana, não esqueço de como foi entrar no quarto ver ele deitado, parecia nem estar mais ali, seus olhos fracos abertos e me olhando, ah, novas lágrimas no rosto, aquilo era tudo tão maravilhoso.

O menino mais lindo que eu já tinha visto, sempre achei Edu um garoto muito bonito, e desde novinho sempre foi definidinho, com o passar dos anos foi ganhando corpo e ficando muito gato, minha alegria foi quando aquela bunda brotou, sempre foi grandinha e meio empinada, foi ele fez uns treze quatorze anos ficou linda.

DE AMIGO PARA NAMORADO - SurpresasWhere stories live. Discover now