Capítulo 10

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Segurei no cabelo dele e continuei lhe beijando, sentindo suas mãos apertarem minha cintura, eu não estava me controlando muito, puxava a cabeça dele pra perto da minha a fim de poder sentir mais aquele beijo gostoso que ficava ainda melhor quando o rapaz me apertava, suas mãos habilidosas me deixavam arrepiado.

Foi isso que aconteceu da última vez que encontrei com Tomás na quarta-feira antes do feriado de finados, ele me buscou pra dar uma volta, andamos pelas ruas dos bairros que tinham perto das praias, acabamos passando num lugar menos movimentado, ele me grudou num muro e nos beijamos dessa forma.

E agora eu estava ali, deitado na cama com saudades daquele beijo e também preocupado, Tomás não tinha falado mais comigo, mandei mensagem, mas nem online ele estava, é péssimo quando achamos que fizemos algo errado, pois imaginamos tudo que pode ter acontecido e ás vezes não é nada.

- E aí como ta? – Meu irmão perguntou sentando do meu lado.

- To bem, tudo tranquilo – Falei sorrindo.

- Não vai sair não? – Perguntou mudando de canal.

- Você quer ir pra onde com a Ritinha? Pode ir – Eu disse, sabia que ele não gostava de me deixar sozinho.

- A gente ia dar uma volta, comer, não sei, cadê o Tomás? – Perguntou.

- Ah, ele não me responde, sei lá, saímos ontem e hoje ele não falou mais nada – Respondi batendo a perna insistentemente.

- Você vomitou no sapato dele? Estava com aquele bafo pesado? Ficou com outro cara na frente dele? – Rodrigo perguntou e eu neguei rindo – Então nem precisa se preocupar – Pôs a mão na minha perna.

Foi ele falar e meu telefone começar a tocar, peguei e olhei, era o sumido, pediu desculpas por não responder as mensagens e perguntou se eu queria passar o feriado na casa dele, eu disse que ia ver com Rodrigo e dava a resposta por mensagem.

- Pode sim, claro po, assim eu fico mais a vontade pra dormir na Ritinha sem pensar em você aqui sozinho – Meu irmão respondeu depois de eu perguntar.

- Beleza – Falei começando a digitar a mensagem pro loiro que disse que em meia hora estaria na minha casa.

Comecei a arrumar a mochila pra ficar na casa dele, não sabia o que levar. Troquei de roupa, coloquei um short azul clarinho e uma camisa vermelha, pus o tênis e fiquei na sala esperando, Tomás não disse nada sobre o sumiço dele, o que me deixou muito intrigado, ele sempre me explicava tudo, eu não queria pensar em nada.

- Tchau Rodrigo – Falei pegando minha chave e descendo.

- Tchau, fica tranquilo ta? – Disse me olhando e eu balancei a cabeça concordando – Até mais.

Desci e já fui saindo, o carro ele estava chegando, logo parou na beira da calçada e entrei no carro. Tomás estava de chinelo, bermuda verde e camisa preta lisa, o cabelo estava despenteado, de uma forma estranha não parecia ser ele e tive certeza quando ele me olhou.

- Oi – Disse com os olhos fundos.

- Oi – Falei olhando pra ele depois de colocar o cinto de segurança.

Ele começou a dirigir, não tinha música no carro dele naquele dia, sua expressão estava pesada, parecia cansado, logo saiu com o carro e começou a dirigir, passamos uns seis quarteirões e ele parou o carro em cima de uma calçada.

- Eu ia esperar chegar em algum lugar mais tranquilo, mas preciso falar agora – Ele disse.

- Aqui é um pouco perigoso, ainda mais a noite, eu espero – Falei.

DE AMIGO PARA NAMORADO - SurpresasWhere stories live. Discover now