Capítulo 16

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Por Eduardo

- Feliz ano novo Kaká! – O pessoal falou quando deu meia noite, estávamos no jardim da parte masculina.

- Valeu velho! – Abracei o idoso – Cadê o Eron?

- Ah deve ta no portão do feminino beijando a Katiane, sabe como eles são né? – Hernandes respondeu prendendo o cabelo num coque.

- Vou chegar lá no quarto, pensar um pouco – Falei indo em direção à parte dos quartos.

- De boas mano – O de cabelo cumprido disse.

- Edu você ta bem? – Velho perguntou chegando perto de mim, estava falando sério, só me chamava pelo nome quando queria que eu prestasse atenção.

- To sim Ik – Respondi falando o apelido que dei a ele – Só quero pensar na vida, logo desço.

Caminhei lentamente pelo espaço de grama, até chegar na primeira parte onde ficavam os dormitórios, eu estava na fase de grupo pequeno então estava ficando no segundo andar, os lanterninhas não estavam vigiando naquele dia, pois todos estavam no espaço de convivência aproveitando a festa de ano novo. Destranquei o quarto, abri a porta, fechei e deitei na cama que eu estava dormindo.

- Ai ai – Suspirei.

Logo os pensamentos começaram a vir, eu encarava o teto e sentia meu coração apertado, sentia tanta falta dos meus pais, como eu queria estar em casa com eles, estava sendo difícil o ano novo sem as piadas não muito engraçadas do meu pai ou ver minha mãe desesperada procurando o que vestir, acabei dando uma risada.

- Ah Dona Catarina.

Como é que será que estava sendo? Espero que não estivessem chorando lembrando de mim, eu ia entender se isso acontecesse, mas não era o que eu queria, já tinha feito minha família sofrer muito, queria sair do projeto e ser o melhor filho do mundo, ajudar meu pai, estar com ele e fazer minha mãe a mais feliz do mundo.

- Caraca – Comecei a rir – Poxa vó, que saudades!

Falei e senti uma lágrima escorrer, mas de alegria, como eu queria estar com minha avó, saudade dos seus dedos no meu cabelo, segurando meu rosto, fazendo piada, aquela sim sabia como me fazer rir, senti falta dos presentes, meu avô ia me dar algo muito legal que agora já não importava mais o que era, o que eu queria era ele ali com seu jeito mágico de adivinhar tudo.

- Velho safado! – Gargalhei sentindo minha barriga contrair.

Virei pra parede e lembrei do Filipe, soltei um longo suspiro, como será que ele estava? Será que tinha passado o dia na cozinha? Será que estava sentindo muita falta do Allan? E Rodrigo? Espero que estivesse cuidando dele e não sendo idiota, sorri, ah, era estranho pensar no Filipe, algo dentro de mim me dizia que não estávamos mais tão perto, mas acho que era por conta de mim, agora eu estava em outro lugar e já tinham acontecido várias coisas. Apertei levemente meu pinto por cima da calça.

- Para Edu, hoje não é dia disso, se bem que – Pensei – Melhor não, castigo não é legal – Falei pra mim mesmo – Mas uns beijos não da multa né – Enfiei a mão dentro da calça.

- Kaká – Velho abriu a porta – Vamos logo menino, bora comer que a mesa ta cheia e eu não tapei nem o buraco do dente, e você sabe que tenho muitos.

- Seu doido – Falei pra ele enquanto levantava.

- Ta galudo né safado? – Me zoou.

- Se tu não chegasse ia até bater uma ou ia me resolver – Falei rindo enquanto saía do quarto.

- Não pode ver um rabo de saia né cretino? Ta certo! – Me abraçou.

Cheguei no salão onde fazíamos algumas atividades, naquela noite estava todo enfeitado, tinham fotos da nossa família penduradas num mural, nem preciso dizer que todo mundo ficou zoando as fotos, os caras eram muito divertidos, fiz amizades com alguns, mas conhecia todos, até que era famoso no projeto.

DE AMIGO PARA NAMORADO - SurpresasWhere stories live. Discover now