Capítulo 22

1.1K 123 254
                                    

Abril estava sendo um mês extremamente cansativo em todos os sentidos da palavra, eu não parava um minuto, quando dormia parecia que eu tinha deitado dois minutos e o celular despertou, não sei como isso era possível mas estava acontecendo quase todo dia. Na escola de arte era correia, fim de semana eu estava sempre fazendo curso, domingo no hospital, ensaiando os alunos no tempo livre e com Tomás quando sobrava tempo, ou seja, quase nunca.

- Temos esse modelo, vermelho é ótimo pra uma casa de festa infantil, o que acham? - A moça simpática mostrou o avental pra mim.

- Também achei - Falei olhando pro Tomás.

- Pense que pode sujar, manchar e condição pra secar - Petro disse com a mão no queixo.

- Melhor um preto então - O loiro disse e fiquei pensando.

- Você tem um azul marinho? Mas não fosco, vivo, que atraia as crianças, seria bem interessante - Falei e a mulher que estava atrás do balcão foi procurar a peça.

Naquele sábado Petro nos levou pra ver os uniformes, eu já tinha ensaiando o pessoal do colégio a manhã toda, tive que engolir minha comida dentro do carro mesmo e agora estávamos ali escolhendo os uniformes. Só os garçons e responsáveis pelos brinquedos iam usar, a roupa de quem ficasse no espaço infantil seria azul bebê, a dos que iam servir azul marinho e os outros usariam verde ou vermelho.

- Gostou amor? - Tomás perguntou enquanto caminhávamos pro carro.

- Sim - Falei sorrindo.

- Ta tudo bem? - Parecia preocupado.

- Só estou cansado - Mostrei um sorriso cansado.

- Estou vendo - Sorriu e depois nos abraçamos.

Na primeira segunda do mês tinha sido páscoa, comprei um ovo de chocolate branco pro Tomás, desses que vem brinquedo dentro e tudo, ele adorou, ficou super feliz, descobri o sabor favorito dele perguntando pra Marré, ah, comprei uma caixa de bombom pra ela que ficou toda feliz também.

Descobri que eles tinham costume de trocar presentes, meu namorado também comprou algo pra cozinheira e pros pais, que fizeram o mesmo com ele, o loiro me deu um ovo de chocolate ao leite, caixa de bombom, um coelho de pelúcia, seus pais me deram uma caixa quadrada com vários chocolates lindos.

Antes que eu começasse a comer fiz questão de transar com meu príncipe, foi simples e gostoso, eu adorava os sexos que ficávamos na mesma posição, era tão bom quantos os mais agitados, porém a diferença era o toque, mais calmo, mais suave, eu adorava e ficava me perguntando se era normal eu aguentar aquilo tudo dentro de mim, eu não me achava largo, isso me levava a pensar: como ele conseguia por tudo? Era tão bom!

Depois desse fim de semana entrei numa cheia de atividades, no sábado ensaiei os adolescentes, depois tive curso. Aprendi a fazer docinhos, brigadeiro, beijinho, confete, flocos e vários outros sabores, vimos vários tipos de forminhas, tamanhos, cores, cada coisinha fazia tanta diferença, eu já estava cheio de ideias.

Enquanto eu mexia a panela fiquei pensando no Tomás, o quanto gostava dele e estava sentindo falta de nós dois, ele não estava podendo me levar em casa porque sua mãe estava tendo atividade a semana toda, teatro, jantares, eventos e em alguns deles ela pedia pra que o filho lhe acompanhasse.

Domingo ele foi correr e eu pro hospital, assisti a palestra dos professores da universidade, os homens falavam de saúde feminina, reprodução, DST's. Eu estava aprendendo coisas que nunca soube na vida, vendo coisas que nunca vi, tipo: camisinha feminina, todo mundo era tão inteligente, pós-graduado, aqueles pesquisadores que parece que só existem nos filmes.

DE AMIGO PARA NAMORADO - SurpresasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora