Capítulo 12

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Acordei e sentei na cama, não acreditei no que tinha acontecido, olhei pro lado e vi Tomás deitado de barriga pra cima, o lençol tapava dos joelhos até seu umbigo, parecia um anjo, estava lindo, fiquei olhando pra aquele corpo algum tempo, mas sem pensar nele, só conseguia olhar, minha cabeça não estava funcionando.

Sentei na cama e pus os pés no chão, fiquei pensando. O que eu tinha feito da minha vida? Eu tinha acabado de transar com o Tomás, sim, tinha acontecido, foi ótimo, maravilhoso, e tão de repente, não pensei que aquilo fosse acontecer, não naquela noite, mas rolou, e aí? Como eu e ele ficávamos? Como seria?

Comecei a sorrir, sim, tinha acontecido, eu adorei e isso que importava, não tinha que pensar como ia ser, na verdade já estava sendo, tudo ia acontecendo devagarzinho e estava ótimo assim, eu só tinha que aproveitar, viver aquele momento e ir me entregando à medida que eu achasse, levantei e fui tomar banho.

Estava me lavando tranquilamente, na verdade não muito, quando a água bateu lá eu senti arder, quando fui passar o sabonete então, nossa, lavei na sequência, ardeu bastante, mas não me arrependia de nada, cheguei a morder levemente o lábio quando lembrei de alguns momentos da noite anterior.

- Bom dia – Ele disse pondo apenas o rosto dentro do box.

- Ah! – Levei um susto, rimos – Bom dia – Falei e ele me olhou de cima a baixo – Para Tomás! – Falei tímido.

- Lindo – Ele riu – Ta tudo bem? – Perguntou com os olhos nos meus.

- Ta sim – Falei desviando o cabelo da água

- Que bom, são onze da manhã, você tem que ta lá meio dia né? – Perguntou e afirmei – Beleza, a gente toma aquele cafezão e eu te levo lá, aí volto, me arrumo e depois vou pra te assistir, pode ser?

- Pode sim – Sorri – Obrigado.

- Eu que agradeço, lindo – Me olhou de cima a baixo de novo – Que corpo lindo! – Piscou um dos olhos e saiu.

Tive que me controlar pra não escorrer pelas paredes do box. Tomás tinha um jeito muito divertido e seguro, eu gostava disso, suas piadas, sua forma de falar, sua postura, era diferente, parecia pensar antes de dizer cada coisa e eu gostava disso nele.

*

- Gostei de ver, ságaroto comeu bem, tava com fome o bichinho Tomás, correu na maratona ontem foi bichin? – Marré disse de um jeito carinhoso.

- Quase Marré – Falei olhando discretamente pro Tomás que abriu um sorriso divertido.

- Você vai dançar os ballet acho bom que coma mesmo, tem que ter bastante energia, to toda boba que vou te ver, Dona Val disse que você dança muito bem, se ela disse eu acredito, mulher fina, entendida de teatro, moda, elegante, classuda – A mulher falou e quase engasguei com o suco.

Tomás colocou tanta coisa naquela mesa, comemos sem parar, bebi suco, café, leite, comi pão, croissant, biscoito, nossa, eu devia estar um quilo mais gordo, Tomás não ficou atrás, estávamos morrendo de fome depois daquela noite.

Me ajeitei e peguei as coisas, Tomás só colocou uma calça jeans creme e uma camisa cinza de malha, seu cabelo estava um pouco bagunçado, mas o rosto lindo como sempre, logo entramos no carro e fomos, da casa dele pro teatro dava uns dez minutos, ficamos em silêncio algum tempo.

- Não vai falar nada é? – Ele perguntou, tocava uma música romântica.

- Sei lá, fala você – Nos olhamos e rimos.

- Ta com vergonha de ontem? – Perguntou enquanto dirigia.

- Não, não fiquei com vergonha de você, e – Pensei – Foi bom, muito bom – Sorri.

DE AMIGO PARA NAMORADO - SurpresasWhere stories live. Discover now