DE AMIGO PARA NAMORADO - Surpresas

Capítulo 39

- É a última semana, eu já vou ter apresentado a peça, você não vai ter espetáculo, é só irmos, dois dias, podemos ir no domingo à noite e voltar na terça, o que acha? – Indagou.

- Claro – Falei já imaginando que aquela seria a nossa despedida. O abracei com força e ele fez o mesmo.

*

Naquela semana dormi na casa de Patrícia, minha preocupação com o grávida era cada vez maior, ela mal conseguia ir no banheiro sozinho, e a barriga estava muito grande, pareciam que tinham juntado a barriga de duas grávidas numa só, ajudei a grandona a se posicionar melhor, dois travesseiros embaixo do pescoço, e um das costas.

No dia seguinte fui pra casa do Tomás, adorava ficar com ele, ouvimos Marvin Gaye, o loiro estava escutando bastante o cantor por conta da apresentação, queria relaxar, e nos divertíamos com as músicas, a maioria sucesso dos cinemas, aquelas canções que todo mundo conhece, mas não sabe o nome.

Mas ultimamente meu bonitão andava muito pensativo, às vezes eu falava com ele e o via completamente distante, não parecia estar ali, me olhava de um jeito tão amável, tão carinhoso, tão protetor, não precisava dizer uma palavra pra que eu entendesse o que seus olhos queriam me dizer.

- Tomás, por favor para – Eu pedi enquanto ele me penetrava.

- Não dá, você sabe que não dá! – Retrucou aumentando o ritmo.

E nunca tinha sentido aquilo antes, mas meu corpo me avisou que algo ia acontecer, e não precisei de nem dez segundos pra saber o que era, me deu um pouco de raiva! Aquilo nunca tinha acontecido antes!

- Tomás – Saí da cama e o puxei, fazendo força para contrair meu corpo.

- Que foi? – Ele ria enquanto eu praticamente o arrastava.

- Fica aí fora e espera eu te chamar! – Joguei o lençol em cima dele e fechei a porta.

Corri pro banheiro na velocidade da luz, só deu tempo de sentar no vaso, o resto nem preciso falar! Ah, minha nossa! Não acreditei que aquilo estava acontecendo! Eu sentia vontade de rir, com vergonha, com frio na barriga, eu devia ter sujado a camisinha, e o cheiro? Caramba!

Terminei de fazer o que eu precisava, me limpei, tomei um banho mega rápido e fui lá chamar o dotado, que vergonha, mas tinha que encara-lo. Abri a porta e ele estava lá, em pé, encostado na parede, me olhou e abriu um sorriso divertido.

- Desculpa – Falei com muita vergonha.

- Que nada, sabe quantas vezes isso já aconteceu comigo? – Falou vindo na minha direção – Até que demorou com a gente, pro tanto que transamos.

- Você esperava que isso acontecesse? – Perguntei.

- Olha Filipe, isso já aconteceu comigo várias vezes, e não é um problema, tem cara que não sabe o esquece, mas eu sei onde to "entrando" – Falou e fiquei tímido – Então não espero por flores – Rimos – Aconteceu? Tudo bem, faz parte!

- Você é incrível! – Falei dando um beijinho rápido nele.

- Obrigado bebê – Me beijou depois de fazer careta.

Ele foi no banheiro, depois voltou pra cama, nos beijamos, nos pegamos um pouco e dormimos. No sábado tivemos o chá de bebê. Foi uma experiência tão diferente que eu nem sei dizer, não participamos de nada da organização, não sabíamos a decoração, o que ia ser servido pro pessoal comer, a única coisa que sabíamos é que seria na minha casa.

- Ah, o que é isso? Não da pra saber gente! Por favor! Alguém me ajuda, ta embalado – Edu tentava fazer o mesmo que eu e Tomás já tínhamos feito, adivinhar que presente estava embalado – Ta, vamos lá, é uma mamadeira extralonga?