Capítulo 20

1.5K 134 425
                                    

- Será que precisa mesmo disso Val? – Perguntei enquanto o elevador subia.

- Filipe – Tirou os óculos escuros e me olhou, estava bem séria – Isso não deveria ser necessário, mas vou corrigir meu erro e quitar o débito com você – Tentei falar – Nem diga que não estou em falta, pois sim, sei que estou e já peço desculpas por isso.

A mulher que vestia calça cinza com linhas pretas deixando a peça quadriculada, camisa preta de manga longa gola U e um grande colar que tinha longos detalhes de metal seguiu com seu scarpin de salto médio pra dentro do apartamento assim que o elevador abriu as portas.

Tomás me deu a mão, Petro estava entre nós e a esposa, que apenas sorriu para o sobrinho e entrou no primeiro cômodo, o homem que estava de calça social e blusa de botões logo cumprimentou o primo do filho e entrou, depois foi nossa vez, o rapaz apenas sorriu pra nós dois.

- Mas a que devo a honra? – A mulher vestia uma calça preta e blusa folgada perguntou.

- Não se faça de desentendida Rúbia, avisei que viria e disse o que vinha tratar – Val falou indo até a área da televisão, jogou a bolsa no sofá e ficou parada.

- Minha irmã, você está bem? Parece agitada, quer um calmante? Você e Petro andaram brigando? – A outra devolveu e nos olhou.

- Não sou tão boa com discussões verbais quanto você, e essa é uma habilidade que me orgulho de não ter – Ela tinha um olhar apertado e feroz para a irmã, seu rosto ajudava a acentuar a expressão de chateação.

- Ah, é sobre o rapaz de Tomás não é isso? – Perguntou com um leve sorriso no rosto.

- Filipe o nome dele Rúbia, vamos começar nos tratando pelos seus devidos nomes, e falando de nome, preconceito é o que você teve com na semana anterior, não acho certo esse tipo de atitude, sobretudo diante dos meus olhos – A mulher apenas olhou pro marido e depois pro sofá, logo ele nos chamou e sentamos no estofado.

- Então estamos num tribunal? – A tia do loiro falou.

- Ainda não, porém se você continuar com essa conduta dúbia, agressiva e ofensiva é lá que você irá parar e não conte comigo pra custear um advogado se você estiver sendo acusado por um de seus atos extremistas – Falou com propriedade, Val parecia uma juíza.

- Pois bem – A irmã juntou as duas mãos na frente do corpo.

- Primeiro eu gostaria de pedir desculpas a você Filipe, na frente de todos, no dia do ocorrido não agi bem como sogra, como irmã, como ser humano, fiquei tão – Ela buscou a palavra – Estarrecida com o rompante que vi diante dos meus olhos que acabei por não conseguir fazer nada, não poderia ter te deixado sair, deveria ter colocado minha irmã no seu devido lugar e lhe tirado daqui, mas fiquei incapacitada, minha mente me traiu – Ela me olhava.

- Tudo bem Val, está desculpada, mas não fiquei triste com você, não foi culpa sua – Falei.

- Quem vê um erro e não faz nada para repara-lo é conivente, logo tão errado quanto quem o cometeu – Olhou pro filho – Me desculpe por deixar seu namorado ir embora, sei que se você estivesse aqui nada disso teria acontecido, e se ocorresse você agiria brilhantemente, me orgulho muito do menino que eduquei – Falou pro que estava de mãos dadas comigo.

- Desculpada mãe – Ele sorriu pra mulher.

- Injúria racial, danos morais, homofobia e outras muitas coisas que eu poderia listar, foi isso que você fez com esse rapaz, que é namorado do meu filho, sendo assim meu genro, meu senso de justiça é tão longo quanto minha bondade, caridade e benevolência, por isso exijo que peça desculpas ao Filipe – A loira disse olhando a irmã que abriu a boca.

DE AMIGO PARA NAMORADO - SurpresasWhere stories live. Discover now