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Meus pensamentos ainda estão presos na imagem de Jason e Paola entrando num carro. Segundo ela, eles iriam sair. Isso foi ontem e já estou na última aula e nada dela aparecer.

-Senhorita D'Lavin. -A professora chama a minha atenção. Eu já expliquei que sei toda a matéria e estou bem adiantada, mas ela ignora.

Preciso confessar. Esse sobrenome é incrível, dá um ar de superioridade que eu não tenho. Pelo que me contaram, é um sobrenome de peso e são uma das famílias mais ricas de Nova Iorque.

Bom essa parte para mim não faz diferença.

O fato de já ser meio dia só me deixa ainda mais apreensiva. Leonard tem me seguido o dia todo e isso é assustador. Até na porta do banheiro ele estava! Por um momento acreditei ser necessário pedir ajuda, ele me assusta.

-Não sei se já percebeu, só há você aqui na sala. -A professora que, não me recordo o nome, me avisa. -Um bom dia!

-A senhora também! -Demoro a responder e ela já está bem longe.

Acho que já a vi em algum lugar.

-Somente Elijandra, por favor. -Ela para na porta da sala e o diz.

Um nome diferente, ainda assim, bonito. Ela é normal em questão de beleza é até fofinha, um tanto jovem para uma professora, aposto que tem no máximo uns vinte e cinco anos.

Fico um tempo alheia a tudo em minha volta. Acredito que seja culpa do sono, meus pensamentos me guiaram para muito longe essa noite, precisamente para um fuga, Paris é o destino, só preciso de dinheiro!

-Me deve um resposta. -Levo minha mão ao coração involuntariamente.

Leonard, como uma cobra, chega sorrateiro. Ele não me dá medo, só receio mesmo. Não é possível negar que ele é bonito, afinal, o grupo deles é composto por garotos nessa estirpe. Tirem pelo Pathrick.

-A resposta é não! -Minha voz soou firme, já meu coração queria sair pela boca.

-Perfeito, não sei se desconheçe esse fato, mas eu e Jason trabalhamos juntos algumas vezes e se eu quiser posso acabar com você a qualquer instante. -Diz, mas ainda assim não me assusta, ele só parece um tanto revoltado.

-Era pra mim estar com medo? -Ouso usar do deboche, minha inspiração foi Jason.

-Não devia brincar assim com a sorte, hoje estou paciente e a única resposta que eu aceito é um sim! -Sua voz sai exaltada, chegando a me fazer recuar alguns passos.

-Eu já disse que não. -Mantenho minha resposta ainda temendo qual seria sua reação, mas ele ri, não é um riso bonito.

Foi muito rápido, ele pegou meus pulsos, me prensando na parede. Eu temi, ainda assim mantive a expressão serena.

-Ou você diz sim...! -Com um estrondo a sala é invadida por Pathrick.

Meu herói, declarado.

-Está surdo por acaso, Leonard? Se quiser posso dar um jeito nisso ou foder com o resto. Você não sabe a vontade que eu estou de te jogar por aquela janela. -Me assusta a forma como, Pathrick, não liga para suas palavras.

Ele está ameaçando uma pessoa!

É gênio!? Essa pessoa seria capaz de te machucar caso ele não chegasse.

-Solta ela, Jason não vai gostar de saber que está brincando com as coisas dele. -Pathrick diz e essa parte eu não entendi...

-Ela será minha, escreve aí! -Eles estão falando do que?

Grandes idiotas...

-Vou esperar deitado que é pra não cansar, agora some daqui!

Ainda relutante ele me larga e encarando a Pathrick se retira da sala. Suspiro em alívio, fica ainda mais fácil me acalmar quando os braços de Pathrick rodearam a minha cintura. Segurei a vontade de chorar, lhe abraço forte, escondendo meu rosto em seu peito, tentando abafar os soluços.

-Ei, está tudo bem. Eu estou aqui! -Diz e se ele soubesse quantas vezes eu quis ter ouvido essas palavras, ele não a diria se não fosse verdade. As dele espero que sejam. -Você precisa comer algo, vamos para o refeitório.

Ele saiu me guiando, estava tão dispersa em meus pensamentos que nem notei quando chegamos a mesa. Minha cabeça dá um nó a ver Jason sorrindo para mim, ele não é o tipo de pessoa que sorri.

-Entende, princesa? -Nego sem saber o que ele diz. -Eu posso te proteger e você só precisa dizer um sim, ele não vai parar e não vou poder te salvar sempre. -Jason se levanta vindo até mim. -Então, qual é a sua resposta?

É tanta pressão! Eu não quero isso, deve haver outras opções! Eu só quero uma vida perto do que se pode ser considerado normal. É pedir muito?

Ele está ainda na minha frente, não sei quando ele se aproximou tanto, só sei que isso está me fazendo sentir coisas estranhas. Seguro a respiração quando sua mão toca a minha e ele ainda sorri.

-Não precisamos dela, Jason! -A menina que eu não lembro o nome grita em protesto, ele revira os olhos em descaso de suas palavras.

-E você é quem para achar que pode dar opinião sobre alguma coisa. -Responde e vi a menina se encolher.

Isso é tão errado.

-Eu só acho que ela não tem serventia, é só uma filhinha de papai, não deve nem saber o que é uma arma! -Sua voz sai mais alta, por estarmos afastados dos outros alunos ninguém a escuta.

Arma, nunca nem sequer vi uma ao vivo. Não me imagino chegando perto de uma, quem dirá manusear. Cheguei a conclusão de que todos são loucos!

Isso só pode ser um castigo de David! Isso, aqui é um manicômio, essa é a única explicação plausível. Não pode existir no mundo pessoas assim, eles devem mesmo ser excluídos da sociedade. São temerosos, intimidadores e amam ameaças.

Preciso dar um jeito de pedir socorro!

-Princesa, se não disser sim, farei com você muito pior do que fiz com a Paola. -Suas palavras me fazem tremer e me afastar do seu toque.

-O que fez com ela!? -Seguro minhas emoções imaginando uma forma de fugir.

-Há duas formas de você saber, uma é aceitando e a outra é me dando um não.

Preciso de mais motivação!?

Levem em conta a ironia.

Espero que estejam gostando muito, deixem sua estrelinha e seus comentários, quero saber o que estão achando! Até o próximo capítulo.

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