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—Estamos curiosos para saber o que tanto falam. -Minha atenção está totalmente em Kathielem, nem sequer consigo disfarçar. —Vai ficar me olhando por muito tempo? Tira uma foto que dura mais...

A olhos nú, Kathielem não parece muito diferente, a não ser que seja ela uma mentirosa profissional. Poderia garantir que domina a arte da manipulação. É certo que não deveria ter confiado tanto, não quando ela, a A2k e a A1k são tão amigas. Eu me enganar já é o esperado, já Jason... Melhor nem pensar muito sobre isso.

—Desculpa, estava aqui refletindo e, quando o faço, procuro um ponto fixo. -Já ter conseguido mudar de assunto é um ganho, porém, todos voltaram a fazer o que estavam fazendo e ela continuou me olhando de espreita.

—Eu gosto muito de você, Alysson, mas a forma como fala irrita. -Vi nela uma característica muito semelhante as das outras, o olhar lascivo e que brilha com uma pontinha de ódio. —Pathrick, isso também te irrita?

—Não mesmo, é pra provar que também temos cultura! -Uma resposta rápida e sabia, fazendo o discreto sorriso de Kathielem desaparecer.

♥♥♥

4 semanas depois

Remédios.

Pense em como odeio. Aliviam, é evidente que sim, não é este o problema. Parece comum, todos tomam. Comigo já não é tão simples, segundo a minha professora, eles só destroem nosso corpo e tornam os vírus mais resistentes, chagando uma hora que não trás mais efeitos. Ela era um pouco louca, no entanto, de muito sabia, por isso não duvido.

Sozinha, com um cigarro comum em mãos, tomando coragem para levá-lo a boca, Deus sabe o quanto não queria isso, já as pessoas a minha frente desejam-me o pior. Sozinha sim, mesmo em uma multidão, esse termo vem me definindo cada vez mais, me fazendo orar para que algum dos meninos cheguem logo.

Montanha foi o primeiro que avistei mesmo de longe e, como já esperado, me ignorou. Apesar de não gostar de mim, e de minha parte pode-se considerar recíproco, ele se mantém por perto e de olho em mim. É estranho, por isso se torna evidente que Jason ou Pathrick o mandou fazer isso.

—Aceita uma bebida? -O copo foi estendido em minha frente por um homem muito bonito, não que eu tivesse muito com o que comparar. Desde os cabelos negros, ao corpo esguio e os olhos âmbar, cada detalhe lhe dava o sinônimo de uma quase perfeição, já que ainda não conhecia-lhe o interior.

—Por hora dispenso. -A última vez já foi o suficiente, não quero passar por algo parecido outra vez.

—Você não é daqui. -Queria dizer que sim, não é como se eu não fosse bem vinda, Montanha nunca deixou específico isso.

—Você é? -Ele riu e balançou a cabeça em uma negação, como se algo estivesse errado ali.

—Não... Mas ninguém precisa saber. -Como quem me confidencia um segredo se aproximou ainda mais. —Esse bar é de um grande idiota, quero garantir que esse prédio vá mesmo abaixo. -Me mantive neutra a suas palavras enquanto gritava socorro por dentro. —Não é o dono o alvo e sim o líder.

—Você vai matá-los? -Tentei ter certeza de suas palavras, ter certeza de que não estava louca.

—Sim e, se quer uma dica, é melhor sair daqui agora. Muita gente vai morrer. -Sem esperar por mais me levantei ficando uns vinte centímetros menor que ele. —Gostei de você... Preciso ir, você também não seria burra ao suficiente de abrir a boca.

Assalto Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz