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O silêncio é algo muito engraçado, por muitas vezes indesejado e, em outras, um tanto ensurdecedor. Pode ser dado como alguns minutos de paz e ao mesmo tempo uma turbulência de emoções. É bom, mas perturbador.

♥♥♥

Meu raciocínio lógico se divide em me manter respirando e reagir, caso necessário. Em toda minha confusão, os olhares nada convidativos trocados entre os dois, estava me causando uma briga interna. Por dentro meu corpo queimava, as mãos soando em desespero.

Já não conseguiria por muito tempo.

—Qual o seu problema? -A tensão se dispersou no mesmo momento em que uma risada escândalosa escapou dos meus lábios. Senti forte alívio ao ser acompanhada por Pathrick e Kathielem. —Não sei o que é pior... -Jason, diferente de mim, continuava indiferente a situação, achando mais importante voltar a encarar Leonard.

—Eu. Eu peço... Calma! -Tentando recuperar o fôlego me deixo recorrer ao copo de água oferecido por Kathielem. —Agora esqueci o que iria falar mas, se estiverem avontade, poderiam me dizer o porquê da visita.

—Eu só estou fazendo à minha obrigação de verificar se um membro da minha equipe está bem. -Convincente, talvez não tanto, Jason se auto-convida a sentar-se e pegar uma lata de refrigerante disposta sobre o chão. Isso decorrente a quebra da minha mesa.

—Eu já estou indo embora, volto aqui outro dia. -Tão rápido diz quanto não deixa brechas para debater sobre. Quando dei por mim, ele já alcançava a maçaneta da porta. —Vamos Alysson, sei que guardou sua educação em algum lugar aí e me acompanhá até a porta. -Diria não, em outras ocasiões mas, ao citar a minha educação, este me ganhou.

—Ela não vai! -Precisei focar meu olhar sobre Jason para ter certeza do que ele havia dito.

Não julgo por mal ele não querer que eu vá, é uma boa questão de segurança. Mas, não muito diferente do que sempre fui, segui em direção à porta sem esperar qualquer outra reação dele.

—Pensei que você obedecesse ele. -Com toda essa mudança nos últimos dias, descobri que o tom de deboche é algo comum para grande maioria da população, o sarcasmo então... —Hey?

—Hum, para mim parece que você tem medo dele. -Parei diante a escadaria virando para encará-lo nos olhos. Também não é nada aconselhável dar às costas a alguém tão estranho.

—É aí que você se engana. Eu gosto de você, é diferente deles, um pouco mais trouxa do que o recomendado. -Um sorrisinho de lado acompanhava às palavras, só me irritando ainda mais, não que eu esperasse algo diferente dele.

—Trouxa seria eu em continuar uma conversa sem fundamentos como esta. -Virei o corpo querendo seguir para minha casa, dois passos à frente e meu corpo foi puxado de uma só vez, chegando a descer uns três degraus a força. Com uma das pernas engessada e a outra ainda com ferimentos visíveis, só tornou mais fácil me arrastar por mais uns cinco desses.

—Quem parece com medo agora? -A resposta estava na ponta da minha língua, seria impossível não estar. Desejei sim ser um filme onde surgisse um homem forte capaz de me tirar dali mas, cada segundo presa por ele na escadaria, a realidade vem como um tapa na cara. Ninguém chegaria. —Quer saber se um corpo chega com vida até lá embaixo? -Uma risada rouca entregava sua diversão, apesar de toda situação, ele não parecia ser capaz.

Assalto Where stories live. Discover now