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Nos fazemos de cegos.

Jesus, porque torna-se tão fácil ignorar às coisas.
A verdade está lá.


Querer vê-la ou não, é uma opção sua.

♥♥♥

O silêncio rompe qualquer barreira de minha sanidade mental. Tanto me estressa, preferiria poder gritar, mostrar o quanto me indigna. É errado... Bom, sim, mas não devo descontar minhas frustrações em qualquer pessoa.

—A senhora deseja alguma coisa? -Daria uma negativa, sequer teria dinheiro para pequenos luxos, no entanto, só por hoje quero respirar.

—Um suco de laranja e um pedaço de bolo de limão. -Vi a garota loira sair rebolando enquanto tinha meu pedido anotado em mãos.

Poderia tentar fazer igual em casa. Não o rebolar, e sim toda postura, conseguir os olhares que a acompanha. Parece até mágico, ela o faz sem pretensão e ignora os chamados a sua volta.

Sem devaneios...

Bem que deveria cobrar cada centavo do que irei gastar, se Jason não houvesse sido tão ele, eu não estaria gastando os últimos centavos que me resta.

Flashback

Por que... Por que aquele homem achou que eu era uma prostituta? Ou você me explica o que acontece naquele lugar, ou eu juro que dou um jeito de me afastar de tudo isso. -Às palavras sairam da minha boca sem que eu tivesse controle. Jason as ignorou dando-me às costas e abrindo a porta do carro.

Não entendo de onde tirei coragem.

No mesmo instante em que abriu a porta do carro, eu a chutei com tamanha intensidade que senti o impacto correr por todo meu corpo. Custei a retomar o equilíbrio sobre as duas pernas. Foi um choque e tanto, nunca antes agiria assim.

—O que deu na sua cabeça?! -Gritou. Já recebi diversos olhares, mas o de Jason insinuavam que coisas horríveis aconteceriam caso eu o deixasse se aproximar.

Por precaução passei a dar alguns passos para trás, mesmo temendo cair por estar andando de costas.

Me senti numa mesma situação de que a que passei com Bruce, o cachorrinho de Pathrick, que de inho não tem nada.

—Alysson, não ouse! -Abri um já conhecido sorriso amarelo, numa tentativa de o tranquilizar. —Vem aqui! -Neguei e senti minha garganta coçar ao tentar prender o riso. Deveria existir um remédio contra isso... —Alysson.

—Não. Você vai me bater? -Tive de perguntar. Não que eu fosse realmente entrar no carro que agora tem algumas marcas.

—Faz diferença? Eu quero acabar com você, entrando no carro ou não. -Onde está Pathrick quando se tanto precisa dele.

O vi se aproximar no mesmo ritmo em que me afastava. Este só aumentava ao ponto de me ver correndo sem direção e, se tem uma coisa que eu sou boa, é em correr. Isto estando manca de uma perna. Já estou a me acostumar com essa condição.

Acabei por dar a volta no galpão, esta era a melhor forma de despista-lo. Esta é uma parte onde nunca estive, tanto que já nem corria, só observava os detalhes e um pequeno movimento de pessoas.

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