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O semblante carregado do Jason não era o de felicidade por ter se "livrado" de mim. Em uma guerra interna segurava o meu próprio sorriso mediante a situação. Dentro do carro, mesmo me questionando o porquê de não ter resistido com todas as minhas forças, aguardava esperançosa a chegada ao hospital.

—Já pensou em cortar o cabelo, tingir ou alguma coisa que o deixe menos assim? -As mãos de Kathielem se apossaram das madeixas, coisa que realmente me irrita. —Calma, não precisa me olhar assim! -Com uma força desnecessária a afastei e pude prender o cabelo em um coque. —Poxa...

A origem da minha ansiedade é esperar que dê tudo errado, nada além disso. Pelo que pude perceber na minha última estadia em um, estes lugares são bem vigiados, homens de preto para todos os lados. Dando nos uma chance igual ou equivalente a zero. Pelo menos é o que eu esperava.

—Você não quer mexer no cabelo? -De um modo teatral, Kathielem, leva a mão ao coração como se aquilo a atingisse de uma forma pessoal. —Posso conviver com isso! -Afirma para si própria e chamando a atenção até de Montanha que dirigia. —Mas com seu péssimo gosto para roupas, isso eu não posso lidar.

—Não é sobre o que você não consegue lidar, é sobre aceitar e calar a boca. Não precisamos de mais uma puta na nossa equipe. -Demorei a acreditar que tais palavras sairam da boca de Pathrick sem pudor algum.

—Não precisava falar assim com ela. -Em contrapartida, Jason a puxou em um abraço, como quem defende algo. —Não ligue para eles e deixe a Alysson em paz.

A cara de Pathrick não era de quem já havia esquecido o assunto e sim de quem desejaria resolvê-lo mais tarde. Não fui a única a reparar. Em represália, Jason o encarou até o ponto dele baixar a guarda e voltar a se concentrar no caminho.

Outra coisa que me surpreende é como conseguem ser uma equipe, setenta por cento do tempo estão discutindo. Por incrível que pareça, o loiro parece ser o mais calmo, já em postura, tamanho e força é um dos que me dá mais medo.

—Montanha não é um nome, é? -Não poderia guardar esta dúvida só para mim, não seria eu, caso o fizesse.

—Não, o nome dele é Louis. -Diferente do que eu acreditava, Kathielem, me respondeu já parecendo ter esquecido a confusão anterior.

—Alguém te deu permissão para sair falando o meu nome pra qualquer um? Só pra constar, o que você está fazendo aqui? -A segunda pergunta, aparentemente ninguém saberia responder.

Inicialmente entendi que são uma grande equipe, no topo são dezesseis pessoas, depois são mais trinta e dois que são quase de total confiança. Só que as funções e trabalhos são divididas por áreas, coisa que ainda não sei e nem entendo muito. Contudo, nessa divisão, acabei numa equipe com Jason, Pathrick e Louis, e as outras equipes também tem essa divisão.

—Eu acabei discutindo com minha prima e não tenho nada para fazer, resolvi dar apoio a vocês. -Não parecia mentir ou ter alguma intenção por de trás das próprias ações.

—Podia ter ido para o sítio, seria bem mais útil lá. -O assunto se encerrou já que também não seria capaz de opinar sobre algo que não sei. —Já estamos chegando, Alysson, vê se colabora.

Minha parte, segundo Pathrick, é simples. Eu preciso fingir estar com dor, não chega bem a ser uma mentira, minha cabeça está explodindo, entrar com eles e depois tentar chegar de forma rápida ao carro, o restante eles fariam.

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