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Dormi por tanto tempo que quando acordei acabei me assustando ao ver a quantidade de sangue que havia perdido encobrindo todos os lençóis da cama, minha bunda ainda doía e no meio das minhas pernas também, mas não tinha forças para gritar, minha mente já havia processado de maneira muito rápida tudo que havia acontecido por este motivo por mais que quisesse não queria gritar. Apenas segurei firme na cabeceira da cama tentando levantar lentamente mesmo sentindo o incômodo na minha bunda.

– Vamos, Cecília, você consegue, levante devagar!

Respiro bem fundo tentando me levantar e ir até o banheiro, quase que arrastando chego até lá vendo o estado deplorável do meu corpo, meu pescoço estava roxo enquanto minha bunda estava com pequenas feridas redondas provenientes dos furos da palmatória. Tive vontade de chorar mas isso não ia resolver muita coisa precisava encontrar algum remédio ou algo do gênero para diminuir à dor. Abro o armário embaixo da pia procurando por algo que ajudasse com a dor, encontrei alguns remédios para dormir e agradeci aos céus quando encontrei uma cartela de remédio para tirar a dor.

– Preciso tomar meu anticoncepcional, mas aonde estão minhas coisas? Primeiro preciso tomar esse remédio para tirar à dor, depois tenho que tomar meu anticoncepcional e pensar no que vou comer. Porque estou morrendo de fome, mas antes preciso tomar um banho. Estou fedendo! 

Sempre falei sozinha mas escondida é claro, imagina se Lucrécia e Nicolas descobrem que sou inteligente ao ponto de conversar comigo mesma para ter informações inteligentes e eficazes.

– Mas o senhor Dário fez um estrago na minha bunda! Mas porque ele fez isso comigo? O pior é que parece que ele gostou de me ferir desse jeito mas não quero pensar nisso agora, estou viva e isso que importa, vou dar jeito em mim, tomar meus remédios e comer alguma coisa.

Primeiro precisava procurar meu vestido para poder sair do “quarto de diversões” depois iria procurar minhas coisas, vesti a roupa com bastante dificuldade e fui procurar pelo quarto que minhas coisas foram colocadas, pela graça de Deus abri a primeira porta encontrando minhas coisas em cima de uma cama de casal, eram três malas, uma com meus livros, outras com as minhas roupas e outra com meus sapatos. Dentro da mala de livros havia uma carta endereçada à mim, era do infeliz do Nicolas.

Cecília

Sei que agora é propriedade privada de Dário Albertini, é bem provável deve ter sofrido nas mãos dele! Não lhe dou nem um ano de vida com este assassino, mas pensando bem você merece por negar o amor que sempre soube que sentia por você. Sempre fui louco e apaixonado por você, sua maldita vadia mas fugia de mim como se eu fosse o próprio Diabo. Podíamos ter sido tão felizes juntos, meu amor mas você sempre me negou, espero que tenha uma morte bem dolorosa, sua ninfeta maldita!

– Desejo o mesmo para você, seu asqueroso nojento, prefiro mil vezes morrer nas mãos do meu anjo caído do que ter que ficar um segundo perto de você, imbecil!

Pego a carta e rasgo em vários pedaços, Nicolas sempre me desejou e se havia alguma dúvida agora não tenho mais, se existe justiça nesse mundo ele vai ter uma morte bem lenta e sofrida igual à que ele me desejou.

– Não vou arrumar as malas agora, primeiro vou tomar o meu remédio!

Na mala de roupas havia uma nécessaire com várias caixas de pílulas, hoje terminava uma cartela então bem provável ficarei menstruada logo. Será que meu anjo caído vai querer ter relações comigo menstruada? Preciso arrumar alguma maneira de comentar isso com ele mas agora não vou me preocupar com isso. Depois de tomar os remédios e a pílula, vou em direção ao banheiro, ainda não tinha artigos femininos aqui mas para minha sorte os soldados colocaram meus cremes e outras coisas de uso feminino como shampoo, condicionador e creme hidratante na mala. Não sou uma mulher vaidosa mas de tanto ouvir Lucrécia falar que precisava ser sempre bonita aquilo acabou moldando a forma como vejo minha aparência.

– Sempre magra e linda, é disso que os homens gostam. Que grande bobagem, Lucrécia! Sempre foi linda e magra mesmo assim o miserável asqueroso do Nicolas sempre vivia indo atrás de mim.

Prefiro ser feliz comigo mesmo do que ser linda, pois sei que Lucrécia é infeliz mesmo sendo linda e magra. Não sei como me vestir aqui nessa mansão mas como vou ficar sozinha a maioria do tempo vou vestir as roupas que gostava de ficar quando estava sozinha no meu quarto na mansão Ferraz. Shorts e regata foram os escolhidos para ficar no meu novo quarto, começo à arrumar minhas coisas deixando tudo organizado como sempre gostei, deitei na cama para terminar de ler o livro que havia começado na casa de Nicolas, quando terminei de lê-lo peguei outro livro para começar uma nova leitura. Acabei cochilando com os livros nas mãos acordando com as mãos do meu anjo caído acariciando meu rosto, já era noite e eu ainda não havia comido.

– Boa noite, meu brinquedo!

– Boa noite, senhor, acabei dormindo, estou com tanta fome!

Coloquei a mão na minha bunda sentindo ainda um certo desconforto na região que a palmatória tocou.

– Ainda dói, meu brinquedo?

Ele sorriu percebendo que ainda estava desconfortável para sentar, meu senhor gosta de me ver sofrendo e sentindo dor mas porque?

– Só se ficar mexendo muito, senhor! Acabei dormindo e nem comi, o senhor por acaso acharia ruim se fosse preparar algo para comer?

– Como foi uma boa menina, pode comer, vou tomar um banho, e logo estarei acompanhando você, meu brinquedo!

Levantei observando ele olhando minha bunda como se quisesse bater nela, mal me recuperei da primeira surra vou levar outra? Minha deusa interior ficou inquieta, ontem à noite foi tão doloroso que não quero sentir tudo aquilo de novo mesmo sabendo que isso seria impossível. Meu dono gosta de me ver sofrer por meio da dor mesmo sendo algo bastante perturbador.

– O que vou fazer para o meu anjo caído comer junto comigo? Tem que ser algo muito bom, deixe-me pensar!

Coloquei a mão na cabeça para pensar em algo bom e gostoso para dar ao meu anjo caído.

– Já sei!

As vezes quando Lucrécia e Nicolas saiam, cozinhava junto com as empregadas em segredo por isso aprendi tantas coisas diferentes em relação à culinária, elas eram imigrantes latinas sei que Nicolas as contratou para que elas não interagissem comigo mas o idiota não pensou que elas iria me ensinar à falar espanhol, devo dizer que sou muito boa na língua espanhola. Arrumei a mesa como aprendi com Lucrécia, tudo muito bem colocado e agradeci mentalmente por ter todos os talheres e pratos bem limpos. Sentei na cadeira da grande mesa que havia na sala de jantar esperando pelo meu anjo caído, essa mansão foi feita para receber muitos convidados ou para o senhor Dário se casar e ter muitos filhos mas porque não é assim? Aqui é tão silencioso parece até mesmo triste essa grande mansão, assim que ele vê a mesa toda arrumada, meu anjo caído pareceu surpreso.

– Como fez isso tudo? Parece que estou na mansão Albertini com a mesa posta de maneira perfeita pela minha mãe!

– Senhor, espero que goste de frango assada com batatas, fico feliz por ter se lembrado da casa de sua família é algo que aprendi com Lucrécia em relação à etiqueta, sei que o senhor é acostumado com comidas mais refinadas no entanto essa comida é bem gostosa também!

Meu anjo caído sorriu para mim se sentando na dianteira da mesa pegando uma grande porção do frango com batatas. Esperei ele dar a primeira garfada para começar a comer, meu senhor parecia tão satisfeito foi bom vê-lo feliz daquele jeito.

– Meu brinquedo, estava muito boa sua comida mas sabe que quero comer outra coisa, não sabe?

O sorriso sombrio voltou para o seu rosto deixando uma tristeza em meu coração que não sabia explicar muito bem o porque. Apenas sorri da maneira mais sedutora que conseguia mesmo sentindo uma grande dor no meio do peito por perceber que não passo de um instrumento de prazer pessoal para o meu anjo caído.

Vou até ele sentando em seu colo com as pernas abertas vendo Dário rasgar minha regata apenas com um puxão apertando meus seios com bastante força.

– Vamos brincar, meu lindo brinquedo?

– Vamos brincar, meu senhor!

Fingi mais uma vez que o queria mesmo sabendo que sentiria muita dor em todo momento que estivesse com ele mas agora minha vida pertencia à Dário, não havia fuga para mim.

Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)Where stories live. Discover now