Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)

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Meses depois

Olhando meu reflexo agora percebo como não sou mais aquela menina que entrou nessa mansão há meses atrás as marcas em meu corpo e grandes cicatrizes mostrava isso, tentei processar todas as vezes que meu anjo caído dava um tapa no meu rosto, puxava meu cabelo ou quando ele batia em mim com seus cintos de couro mas minha mente não conseguia processar isso como se os meus gritos de dor e sofrimento causasse alegria e podia até dizer que ficava mais excitado ao me ver sentindo toda dor possível para uma mulher sentir. Todas as vezes que gozava em meios aos meus gritos e choros sentia que um pequeno pedaço de mim morria naquela cama e uma parte dele renascia.

– Amo tanto você, porque me faz sofrer e sentir dor dessa maneira?

Seguro uma camisa dele como se pudesse com aquele simples gesto sentir seu abraço mesmo nunca recebendo um em todos esses meses, talvez a parte mais difícil seja fingir que não sinto falta disso mesmo sentindo. Por mais louco que pareça acabei me apaixonando por meu anjo caído, não sei quando aconteceu ou como acabei deixando esse sentimento reinar em meu coração mas aconteceu. Pode ser minha carência até o simples fato dele ser minha única companhia, tentava desesperadamente explicar porque me apaixonei por um homem tão cruel como ele mas não conseguia.

Tive um momento de negação, principalmente quando chorei igual uma criança na vez que teve relações comigo após um dia inteiro em que sofri de cólicas menstruais, sempre tive um ciclo menstrual muito complicado com cólicas horríveis e fluxo alto, melhorou um pouco com o anticoncepcional mesmo assim ainda tenho cólicas que me tiram a paz, ser sempre submissa e obediente impediu que dissesse que não estava bem.

Nessa noite foi a primeira vez que apanhei de um dos seus cintos de couro, além da dor da menstruação que estava por vir pelas cólicas que senti, tive que suportar as dores nas costas das sete vezes que levei as cintadas logo depois ele queria transar comigo, a expressão de satisfação dele era o que mais me deixava triste e ao mesmo tempo confusa.

Não acredito que ele tenha sido assim desde de mais jovem, uma vez li que uma grande decepção pode mudar o jeito que vemos o mundo e como lidamos com situações em nossas vidas. Algo de muito ruim aconteceu com meu anjo caído para ele ser tão cruel, preciso descobrir o que é para tentar entende-lo. Normalmente minha rotina é sempre à mesma, acordo sempre muito tarde para tentar recuperar meu corpo das surras, faço um lanche leve, ando pela grande mansão procurando algo para fazer e faço meditação também.

As vezes meu anjo caído vem jantar comigo mas na grande maioria das vezes ele só chega bem tarde já sei que devo esperá-lo no quarto de diversões de preferência nua, linda e cheirosa como Dário gosta. Àquele é o único momento que Dário é somente meu, mesmo que apanhando, sentindo dor e padecendo em suas mãos, as vezes sem ele notar conseguia sentir o cheiro gostoso do seu perfume masculino segurando em seu pescoço enquanto puxava meus cabelos com bastante força, Dário se tornou tudo para mim mesmo sendo meu pior algoz.

Hoje sabia que não teria sua companhia, essa manhã ele mencionou que tinha um jantar de família que mesmo não querendo ir teria que comparecer, Dário não amava sua família pelo contrário parecia ter repulsa à tudo que estava ligado aos pais e aos irmãos. Acabei descobrindo muitas coisas sobre sua vida como por exemplo o fato de ter uma irmã mais nova que eu além de Saulo mas ele não parecia sentir muito apreço pelos dois, parece que ele tem uma certa rivalidade com o pai pois quer muito assumir o poder no lugar dele para isso acontecer o pai exigi que ele se case mas meu anjo caído não quer isso.

Mas sei que não poderá fugir disso, quando tiver que casar não deixo de pensar o que vai acontecer comigo, talvez vá para um prostibulo como ele mencionou quando nos conhecemos ou ele me mate, em todas as duas opções não ficaria com Dário, e isso me deixava doente de tristeza, mas sei que isso é algo inevitável.