Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)

27

Votem e comentem!

Sei que andou demorando para publicar e isso causa muita chateação em algumas mas preciso de um tempo para poder escrever algo bom pra vocês sem me cobrar tanto como estava fazendo,  por isso vou escrever com calma e sem pressa! Mas de algo pode ter certeza vou concluir todos os meus livros como já é de costume meu, se por ventura for desistir da escrita como passou na minha mente, irei avisar e provavelmente terei concluído todos os meus livros, fiquem tranquilas enquanto à isso!

Boa leitura

Dário

– O que achou da nova babá?

– Ótima! O fato dela ter 60 anos e não estar dando em cima de mim ao invés de cuidar do meu filho já é excelente, as babás que vieram todas tinham perfil de prostitutas baratas.

A adaptação na mansão não foi difícil para mim nem para o meu filho, pelo contrário me senti confortável mesmo com as lembranças dela. Podia vê-la em todos os cantos dessa mansão mas diferente do que pensei não foi doloroso, aqui havia a áurea boa que apenas vinha dela, as palavras inteligentes, as respostas sempre espertas e realistas, sinto muita falta dela mas penso que preciso conviver com as lembranças dela para talvez quem sabe ser em algumas partes como ela.

– Isso é bom, irmão, senhora Olga foi muito bem recomendada, preciso compartilhar uma informação com você sobre a família Vitorino.

Caetano por vingança mandou Tomás para o Brasil já que ele se negou a contar onde havia internado Luana, meu chefe da segurança não conseguiu esquecer a empregada como se estivesse obcecado por ela. Tomás iria servir à Bernardino um dos nossos capos fora do país, o homem não me suporta e o sentimento é recíproco, ele não concorda com meus métodos e sempre que pode deixa isso claro no entanto tenho que admitir que ele é um dos meus melhores capos, graças à ele temos livre acesso às principais rotas do tráfico na América Latina tendo também um bom relacionamento com os principais traficantes dessas rotas. Meu irmão que tem mais contato com aquela gentalha pelo fato de ser um excelente relações exteriores bem diferente de mim, nem sei falar português.

– Conte o que aconteceu naquela terra quente do caralho!

– Bernardino conseguiu uma associação vantajosa com os colombianos para distribuir e vender as drogas deles, no dia que eles iam firmar o acordo houve um atentado no galpão, vários soldados foram mortos incluído Tomás Vitorino. Apesar de estar em trégua com aquela escória, o mandante do atentado foi Gian Tolentino, o sobrinho do velho Tolentino.

Essa trégua existe por mera ilusão já que todos os movimentos contra nós sempre tem o dedo daqueles malditos, entrar em guerra agora não seria o ideal por causa do meu filho mas não acredito que essa paz falsa entre nossas famílias vai durar muito tempo.

– Como o brasileiro vai resolver isso?

– Não sei! O território é dele portanto o homem tem autonomia para fazer o que quiser, inclusive os colombianos querem a cabeça de Gian, o que para nós é excelente mas acredito que Bernardino tem algo em mente que ele mesmo fará sem participação dos colombianos. O brasileiro é ardiloso, não duvido que logo teremos notícias sobre esse assunto.

Bernardino sempre teve autonomia em seu território contudo ele tem o dever de prestar contas à mim, meu pai sempre levou a opinião do pai dele em consideração principalmente depois do que houve com a esposa do velho Bernardino em nosso território e o desaparecimento da caçula da família. Rosália Bernardino nunca foi encontrada, imagino que os Tolentino devem ter matado a menina, daquela família infeliz pode-se esperar qualquer coisa inclusive o assassinato de uma menininha ainda bebê como era o caso de Rosália.

– Já que gosta tanto de observar o movimento da terra da sua futura esposa, acompanhe o desenrolar dessa história. Mas claro que de longe, deixe que Bernardino tenha a independência que o seu velho pai lutou para ter, agora me lembrei de um fato, como anda sua aproximação com Lídia? Seu tempo está passando, Saulo!

– Sabe muito bem que não é tão simples assim! Lídia é minha disso não abro mão e nem posso negar mas tenho muitos empecilhos como o fato dela ser ainda de menor e a tia maldita dela encher a cabeça de Lídia de merda sobre nós. Preciso planejar bem para não enfiar os pés pelas mãos, ainda não é o momento de agir mas creio que esse tempo não vai demorar à acontecer.  Lídia está se transformando em uma linda mulher, o que sempre imaginei que seria e a cada ano que ela fica longe de mim e do lugar que ela realmente pertence mais difícil será para conquistá-la como um cavaleiro deve fazer, não quero agir como um monstro com ela, Lídia conheceu o pior de mim, não quero ter que mostrar isso novamente para ela. Sei que não entende essas coisas, mas Lídia para mim é diferente de todas principalmente agora que acompanhei seu crescimento, ela é boa demais pra mim e para o nosso mundo mesmo assim ela faz parte da nossa família e do que somos.

Por incrível que pareça conseguia entender Saulo, Cecília também era muito boa para mim, por mais que tenha morrido como uma qualquer sem valor, ela foi um ser iluminado que nunca merece nem sequer ter à honra de conhecer.

– Saulo, entendo todas as dificuldades e complicações que ter Lídia ao seu lado traz mas já se passou um ano portanto o prazo que lhe dei vem cada vez mais diminuindo, de verdade não quero ter que compartilhar com nosso pai o porque você ainda não assumiu seu lugar ao meu lado. O velho sabe que tem algo errado, e sei que não vai demorar para ir atrás da verdade com você.

Me levantei da minha poltrona pronto para sair do escritório indo visitar meu filho, um hábito que criei para tentar ser mais próximo dele. Não anda sendo fácil ser um bom pai pois ainda é complicado para mim entender que Valentim só tem à mim para cuidar e amar mas imagino que com o tempo possa acostumar com isso.

– Resolva sua vida ou pelo menos converse com nosso pai, Saulo! Apesar de termos nossas diferenças não posso negar que é muito bom em assuntos da máfia dos quais sou péssimo, como manter uma boa relação com nossos capos fora do país, não quero ver outro assumindo seu lugar de direito.

Meu irmão sabia que não poderia fugir desse assunto por muito mais tempo. Mais cedo ou mais tarde, ele terá que contar sobre o pacto de sangue com Lídia, vou até o quarto do meu filho notando que ele já havia acordado, de alguma maneira que não entendia Valentim sabia o horário que ia vê-lo me esperando com ansiedade.

A babá não estava no quarto mas ele ficava quietinho apenas aguardando minha chegada, meu filho já percebeu que não gosto de que chore atoa ou que seja manhoso, o nosso laço está sendo criado lentamente, hoje não vejo ele como causador das minhas frustrações, encaro meu filho como uma oportunidade de mudança mesmo que seja difícil, pelo menos tentaria ser diferente com ele.

– Vejo que já acordou, Valentim! Isso é bom mostra que é pontual, vou terminar aquele livro sobre Alexandre, o Grande, esse era um dos livros preferidos de Cecília, já contei dela para você, ela era muito inteligente inclusive muito pontual como você, meu filho.

Não conhecia nada de Nina, sei que foi por falta de vontade mim e por não ver nada de agradável nela portanto resolvi tornar Cecília a referência feminina que Valentim teria, é a minha forma de mostrar à ela aonde quer que esteja que nunca será esquecida. Meu filho saberia quem foi Cecília e como ela foi especial para mim mesmo que não tenha dado o devido valor à ela, espero que Cecília possa ver a falta que me faz e de como foi importante para mim mesmo que tenha percebido isso tarde demais.