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Dário

Cecília está depositando confiança em mim mesmo depois de tudo que fiz para prejudicá-la, não sou o melhor dos homens mas por ela sou capaz de ser diferente, não só por ela mas pelos meus filhos. Posso ser cruel e implacável com os outros mas com minha família serei o melhor homem que puder ser.

Foi difícil dormir tendo Cecília novamente dividindo a cama comigo como se estivéssemos no passado com a diferença que não sou mais aquele homem, algo em mim mudou, sei que o desejo insano por sangue não diminuiu mas tenho noção que hoje posso deixar essa sede por morte para os meus inimigos.

Olhando Cecília deitada em um sono profundo percebo como fui tolo em tratá-la como se não fosse importante menosprezando tudo que sentia por mim mas hoje vejo que ninguém poderia ocupar seu lugar apenas ela é ideal para estar comigo, somente Cecília sabe o monstro que sou e apesar de tudo está receptiva à ter um relacionamento comigo mesmo sabendo dos riscos que estar ao meu lado.

Poderia admirá-la por horas sem me cansar, deitado ao seu lado acariciando seu lindo rosto ficando longe do mundo lá fora e das minhas responsabilidades mas quando escuto o som dos nossos filhos sei que preciso levantar para cuidar dos pequenos bagunceiros.

Me levantou devagar para não acordar Cecília que dormi tão bem que não escutou o barulho das crianças, colocou uma bermuda e camiseta indo até sala vendo os dois correrem entre os móveis quando se deram conta que estava presente, os dois se sentaram olhando para mim como se esperassem uma ordem.

Tenho uma postura de autoridade e sei disso mesmo não dizendo nada as crianças sabem disso mas hoje preciso ter um tempo com eles para também ganhar a confiança dos meus filhos.

– Crianças, hoje quero brincar com vocês antes que a mamãe acorde mas tem que ser lá fora assim não vai acordá-la. Ontem à noite ela dormiu muito tarde e precisa descansar!

– Papa, vai brincar com a gente mesmo?

Valentim olhou para mim estranhando o fato de querer brincar com eles mas se quero meus filhos ao meu lado preciso ganhar a confiança deles e não existe melhor maneira de fazer isso do que tirar um tempo para ficar com eles.

– Sim, meu filho, quero brincar com vocês!

Ele pulou nos meus braços me abraçando forte, sei que por mais que tentasse ser um bom pai conquistando um império do crime sólido para o meu filho entendo que isso não significa nada pra ele pois depois de tanto tempo compreendi que poderia conquistar tudo para Valentim mas não valeria de nada senão estivesse presente em sua vida.

Melina olhava para nós admirada sorrindo com aquele momento meu com seu irmão, apesar de possuir traços da minha família com certeza a personalidade e sorriso são da minha Ceci.

Dei o café da manhã para eles que havia sido ajeitado pela cozinheira antes de chegarmos na sala de jantar, levei as crianças para sacada brincando de peque pega de repente minha mente me leva ao passado quando brincava com meu irmão pequeno dessa mesma maneira correndo e gritando como meus filhos, a guerra entre as famílias acabou com nossas alegrias nos tornando frios jovens demais, a iniciação destruiu à minha vida e desestabilizou Saulo, meu irmão ficou tão fora de si que fez um pacto de sangue com uma garotinha, sei que foi a forma dele de abafar o trauma daquele dia como fiz quando comecei à matar mulheres com requintes de crueldade.

– Tá com você, papa!

Como estava distraído não percebi que quem havia me pegado era Melina e também foi ela que me chamou de papa quando virei em sua direção a menina sorria contente ao ter ganhado a brincadeira mas com certeza meu sorriso era muito maior.

– Filhinha, você me pegou!

– Peguei sim, papa.

Valentim veio até mim enquanto estava com Melina nos braços, tenho uma suave impressão que minha filha me chamou de pai por causa dele ou de algo que falou, meu filho puxou isso dos Albertini, conseguir argumentar e fazer as pessoas agirem do jeito que querem.

Voltamos à brincar como se aquele momento fosse algo rotineiro mas estar com meus filhos trazia algo especial e diferente na minha vida e dentro de mim também. Só espero conseguir ter mais momentos assim com à minha família mas sei que tudo isso irá depender de Cecília e de sua decisão. Espero que ela decida por mim, não sei se vou conseguir viver sem ela e minha filha nem tampouco sem a família que por causa de Cecília tenho agora.

Cecília 

Sinto a maciez da cama e dos lençóis me dando conta que estou sozinha na cama olhou o relógio em cima da cômoda vendo que já são quase meio dia, levantou apressada pensando nos meus pequenos que devem estar colocando a casa abaixo.

Mas ao contrário do que estou imaginando a casa está em silêncio, será que estão aprontando algo? Para estarem nesse silêncio todo boa coisa não estão fazendo mas o que me deixa em alerta é Dário não estar aqui. Onde ele está?

Levanto da cama lentamente sentindo um certo incômodo ao sentar,  lembro da noite que tive com Dário e de como gostei do jeito que tocou em mim. Diferente das vezes que ficamos juntos, ele se preocupou em cuidar de mim como também quis da maneira dele me dar prazer, percebi que ontem foi uma relação de troca deixei que desse palmadas em minha bunda e tive um orgasmo maravilhoso, confesso que foi estranho ter um homem depois de tanto tempo tocando em mim como ele mas foi bom como nunca imaginei que seria.

Saio do banheiro enrolada em uma toalha acabei tomando um banho para aliviar o desconforto mesmo que pouco na minha bunda foi quando encontrei Melina sentada na cama fazendo um sinal para falar baixo.

– Mamãe, estamos brincando de esconde-esconde, estou escondida aqui. Papa já pegou Valentim e não pode me achar.

Sorri enquanto pegava um vestido solto para usar, resolvi apenas colocar uma calcinha sem usar sutiã, sento ao lado da minha filha pronta para ter uma conversa franca sobre Dário. Notei quando chamou ele de papa, e sei que terei que esclarecer algumas coisas com ela.

– Amorzinho, mamãe precisa contar algo sério e importante papra você. Sabe que sempre será filha de Tomás, ele te amou desde do momento que soube que estava grávida de você mas antes de conhecer ele, Dário apareceu na minha vida, não esperava muito dele pois não estava preparado para o amor que sentia por ele, mesmo assim Dário plantou a sementinha que deu origem à você, minha linda!

– Mama, eu sei que sou filha do papa Dário, vou amar papa Tomás para sempre pois ele está no meu coração mas é bom ter papa Dário comigo. Valentim me contou que a senhora fugiu do papa Dário porque era um homem muito mau mas agora, mama, vai fugir do papa de novo?

Reconheço que Dário está mudado, e essas mudanças estão sendo bem visíveis para mim por este motivo penso o porquê não lhe dar uma chance. Ele se mostra a cada dia querer ser um homem melhor não só para me conquistar mas pelos nossos filhos.

– Mama está pensando em ficar com seu papa Dário sem fugas dessa vez!

De repente vejo Dário na porta com Valentim, ele não pode conter o sorriso ao ouvir minha decisão, tinha todos os motivos do mundo para dizer não à Dário Albertini mas apenas um motivo para dizer sim.

Aquela menina de 18 anos ainda vivi dentro de mim e sempre sonhou em ver esse sorriso de agora e esse brilho no olhar que apenas alguém apaixonado poderia ter por este motivo sinto que por mais que tentasse fugir, meu coração ainda bate forte por Dário, hoje sei que tenho o amor dele só para mim como um dia sonhei.

Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora