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Fiquei sentado no chão com meu filho por muito tempo apenas tive noção de que havia se passado horas quando meus pais junto de Saulo apareceram logo os pais de Nina também tinha chegado não acreditando que a filha tinha tirado a própria vida, de início quiseram jogar a culpa em mim pelo que a filha fez mas meu pai logo tratou de colocá-los no lugar deles.

O pior é que sabia que tinha uma parcela de culpa pela morte de Nina, não à amei e isso determinou sua vida para sempre. Nina talvez quis se matar pois sabia que nossa vida de casal seria um inferno até um de nós dois morrer, por isso optou por esse caminho.

– Filho, entregue Valentim para mim, precisa resolver as questões do velório.

Não queria entregar o menino, agora ele só tinha à mim mais ninguém, posso até ter destruído a vida da mãe dele mas prometi à ele que não ficaria como eu, por isso tenho que cuidar dele mesmo isso parecendo absurdo pra mim.

– Não, Valentim fica comigo, ele precisa de mim, o lugar do meu filho é ao meu lado.

Todos olharam para mim como se estivesse enlouquecido, mas não estava louco apenas não queria ficar longe do menino, ele não podia sofrer pois sei que se estiver à mercê de sofrimento e dor será como eu, e não quero isso. Levantei do chão junto com meu filho ainda sem jeito para segura-lo mas sabendo que ele só teria a mim a partir de agora.

– Caetano,  quero que providencie um velório e enterro para Nina, algo íntimo e particular avise aos outros da família que estamos de luto oficial como já é esperado para esse tipo de situação.

– Desgraçado maldito, o que vai dizer à família? Nina se matou por sua causa, seu infeliz!

Entendia a ira de Valentim mas ainda sou o Don dessa família portanto o que digo ainda é lei.

– Valentim, se quiser conto à família como vendeu sua filha em troca de poder! Não seja tolo, Nina sabia onde estava entrando quando se casou comigo,  ela esperou algo de mim que nunca teria e se matou pois não suportava a ideia de viver comigo. Não matei Nina, posso até ter contribuído para isso de alguma forma mas não dei a arma na mão dela, não fui eu que dei o tiro na cabeça dela além disso não venha agora se mostrar pai preocupado pois não é inclusive sua esposa e você sempre foram mesquinhos e interesseiros tornando Nina à imagem e semelhança de vocês. É melhor que todos saibam que ela foi morta com um tiro na cabeça por um atentado do que saberem que ela se matou, vocês vão ficar calados se não quiser me conhecer da pior forma possível. Sejam racionais, quanto mais esperarmos para realizarmos os trâmites mais suspeitas iremos levantar, a presença da polícia nesses casos é sempre ruim.

Todos ficaram assustados menos meu pai e Caetano, eles sabiam que não estava brincando. Meu filho dormia em meus braços calmamente pois talvez entendesse que somente tinha à mim para cuidar dele.

– Filho, já que não quer entregar o menino para mim deixe que eu ensine à você como pegá-lo!

Minha mãe ajeitou Valentim nos meus braços enquanto sorria daquela maneira maternal que só Dona Bettina conseguia. No meio de todo aquele horror, minha mãe conseguia ser atenciosa e carinhosa comigo mesmo não fazendo esforço nenhum em ser um bom filho pra ela. 

Depois que incumbi Caetano de cuidar do velório e enterro enquanto organizava tudo para sair do meu apartamento, depois do ocorrido não havia condição nenhuma de ficar naquele lugar pensava em um uma nova casa ou até mesmo à mansão que fui tão feliz com Cecília.

– Eu e você teremos que sair desse lugar, vamos morar em um lugar distante daqui mas muito especial para mim.

Meu filho começou a se mexer em meu colo abrindo os olhos para mim, notei como ele se parecia comigo até quando franzia a testa enquanto me observava.

Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)Kde žijí příběhy. Začni objevovat