capítulo 18

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Marina

Davi: Mamãe, chorando? - Me olhou curioso, mas eu neguei com a cabeça virando o rosto após secar as lágrimas.

Eu nem tava acreditando que ele tinha sido capaz de fazer uma merda dessa, talvez eu tenha brincado com fogo quando ignorei as mensagens dele e não marquei a tal visita. Mas caralho, não tava com cabeça nenhuma pra isso, sem a mínima vontade também!

Posso até ter errado em chegar maluca indo pra cima dele e também do vapor que eu dei um tapa na cara, mas acho que com qualquer mãe o sangue iria ferver e ninguém ia pensar em nada. Davi só tem três anos, e só de imaginar ele com medo ou chorando meu coração já aperta pra caralho. Porra, é o meu filho, quando ele tiver um vai entender qual é o desespero e que com criança não se mexe, independente do caso.

Acabei saindo do trabalho mais cedo hoje, e tava até feliz por isso, a semana como sempre foi um pouco cansativa, mistura tudo isso e mais a pressão do Thales não tem como controlar.

Como eu sempre pego o meu filho quando saio do trabalho por que é caminho, e hoje eu tinha saído mais cedo eu também tive que tirar ele da escolinha mais cedo. Tava numa rua menos movimentada voltando com ele, Davi como sempre animado, e eu feliz por isso também, só que nada parou um carro fumê do nosso lado e veio apavorando real.

Eu quis entregar celular, carteira e tava disposta a dar tudo que eles quisessem mesmo, podia me bater ou fazer qualquer coisa que eu suportava, mas encostar nele não!

Tentei de tudo, chorei pra caralho, meu coração parecia que ia sair pela boca, eu não sabia mais o que propor pra eles deixarem meu filho comigo. Mas foi nítido que desde o início que eles só queriam o Davi, se nenhum dos dois tivesse com a cara coberta eu tinha reconhecido certeza, ou até pela voz, mas eles nem falaram nada, só a arma apontada pra minha cabeça já acabou comigo.

Eles até me colocaram dentro do carro com o rosto coberto e me largaram numa rua qualquer, nesse momento tudo passou pela minha cabeça menos ele, e até me neguei a acreditar que ele tinha sido tão baixo, e infelizmente foi.

Davi: Homem aranha.- Falou baixo e enrolado, e eu logo lembrei do brinquedo que ele não soltava quase nunca, um que o Ds tinha dado pra ele.

Mari: Você esqueceu na escolinha? - Ele negou.- mas você não entrou em casa com ele, Davi.

Na mesma hora lembrei do carro, mas eu não tinha coragem de voltar lá e de muito menos olhar na cara do filho da puta. Mandei mensagem pra Jéssica pedindo pra ela fazer esse favorzão pra mim, ela confirmou que ia, então agradeci.

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