ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 3

661 39 23
                                    

Eu precisava de um ombro amigo, na verdade, precisava do meu melhor amigo. Lucas Bayron. Aquele cretino imbecil, que estava de férias com a esposa grávida em Paris. Não consegui resistir, eu tinha que falar com ele. Precisava de um concelho. Ou pelo menos ouvir a voz dele. Então, as 11 horas da manhã, depois de ser expulso do hospital pela minha irmã, eu fui para casa e liguei o meu FaceTime.

Eu e Lucas nos conhecemos quando tinhamos 16 anos e estávamos no colégio interno em Londres, onde hoje o meu sobrinho Devon estuda. Meu amigo e eu, nos odiamos no começo, pois ambos queríamos pegar a mesma garota, a gloriosa Marise. A garota mais legal e gata de toda a escola. Porém, ela não quis nenhum de nós dois, então, acabamos ficando amigos depois da dor de cotovelo. Marise era lésbica e falou apenas para nós dois, pois tinha medo do que as pessoas diriam e dos pais. Nós ficamos amigos os três, mas, infelizmente, Marise foi morar na Escócia com os pais. Nunca mais tivemos notícias daquela loira, alta e engraçada.

Eu e Lucas, nunca mais nos separamos, pois, percebemos,  que a nossa vida era uma merda. Os pais de Lucas, também eram separados como os meus e, tinham o mandado para o colégio, pois tinham arrumado uma nova família e se casado de novo. Aqueles cretinos esqueceram do primeiro filho. O meu melhor amigo. Nós passamos a conversar sobre a nossa merda de vida e, então, tudo começou. Nós aprontamos todas naquele internato. Fui um verdadeiro milagre ele não ter incendiado. Éramos conhecidos como uma dupla perigosa, por todos na escola. Nós fomos suspensos tantas vezes, que acabei perdendo a conta. Fomos considerados os piores alunos do internato e quase fomos expulsos, umas  quatro vezes. Nossas pais pagaram os danos, é claro. Bom, como o internato era só para os filhos de pessoas muita ricas, cada aluno tinha o seu próprio quarto. É claro, que em prédios diferentes, mas ter que invadir um prédio com seguranças não era problema para nós. Nós invadia-mos o quarto das meninas para brincarmos de médico... Fazíamos festas particulares com muita bebida e baseado. Roubamos o carro de um segurança uma vez e fomos para cidade, porém acabamos não delegacia, mas foi legal. Éramos demônios. Eu até ganhei um premio por beber 10 cervejas deitado. É, eu era um animal. Nós éramos loucos pra caralho.

Gosto de pensar, que Lucas me completa. Em quase tudo, pois no amor ele tem muita sorte. Bom, não que eu, Charles Brandon Evans, queira alguém. Eu já tive uma experiência ruim com mulheres e não quero repetí-la. Um dia você me entenderá. O amor não é para mim. Não que algum dia, eu tenha me apaixonado realmente, mas eu até tentei. Mas amor não é o meu tipo. Eu gosto de curtir, gosto de beber e trepar. A minha vida está muito boa assim. Sem compromissos e sem responsabilidades. Tudo maravilhosamente casual.

A cara do cretino apareceu na tela. Eu sorri ao ver meu amigo. Os mesmos olhos castanhos de um tom quase preto, cabelos lisos e castanhos-claro e o sorriso sacana. Meu melhor amigo Lucas.

— Porque você está de toalha? – Perguntei com um sorrisinho.

— Eu estava no banho. – Lucas mentiu.

— No banho, ou dando um banho? – Ergui as sobrancelhas.

Lucas ficou serio e balançou a cabeça sorrindo, estão falou:
— Cala-boca Evans. – Eu ri já tendo a minha resposta. O vadio estava transando. — A Cristal está bem?

— Christina! – Corrigi. — Sim, ela está bem, mas vai passar um bom tempo na cama. – Expliquei.

— Bom, eu soube do acidente dela, o Bruno me falou. Mas como você está? Você me parece completamente acabado. O que está acontecendo? – Lucas sempre astuto, percebe tudo apenas me olhando por 5 segundos.

Uma maldita policial apareceu em minha porta!

— Ah... meu amigo. Você devia me perguntar o que não está acontecendo. Eu estou com problemas, mas pelo menos vou ficar bem. Eu tenho que ficar bem. – Fiz uma pausa e o fitei. — Minha irmã teve um ataque cardíaco. Eu não sei... Eu me senti impotente. Se algo mais grave tivesse acontecido com ela... Eu, eu não sei o que faria. Luck, eu senti aquela dor toda de novo. Senti como se... O meu pai tivesse morrido. Foi como se eu o encontrasse no chão do quarto dele, porém não era ele, era ela. Era Cristal no chão. Sem respirar, sem pulso. Ela estava morta. Morta. Eu não podia fazer nada.

A policial que roubou meu coração ✔️Where stories live. Discover now