ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 47

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Senhorita Policial

𝑻á, okay. Acho que eu tenho que me apresentar. Bom, você me conhece, ou deveria me conhecer, mas não conhece, ainda. Eu não sou boa nisso. Nenhum pouco boa. Não julguem, eu sou policial. Tenham medo porque eu sou fodona, bom, isso é o que meu marido Charles me diz todo o santo dia, antes do café da manhã. E também, tem o fato dele me chamar de minha senhorita policial e bater na parede as três horas da manhã, sendo que, nós dormimos no mesmo quarto. É, ele é complicado, e fora do normal. E meio canalha incurável, com um sarcasmo que me deixa com uma vontade louca de falar palavrões e matá-lo. Com as minhas próprias mãos. Não pensem mal dele, ou eu mato vocês...

Enfim, vocês entenderam. Ou pelos menos deveriam se forem legais, ou não, porque eu não conheço vocês galera. Mas, é o seguinte, eu meio que prendi o meu marido, e na época ele não era meu marido. E ele conta isso pra todo mundo, sabe? É tão louco, né? Imagina, que do nada você está trabalhando e dá de cara com um homem lindo pra caralho, que dá em cima de você, e no caso você é noiva, e está sendo traída? Imaginou. Isso foi péssimo. Porém ainda estou viva e com a mira muito boa. E eu sou mãe. Tenho duas crianças em casa, o Charles e a nossa filha. Se vocês me perguntarem qual dá mais trabalho, eu vou dizer com sinceridade que o Charles da um trabalho bem pesado, e parem de pensar em sexo, não tem ninguém falando de sexo aqui. Okay? Talvez, apenas talvez, eu repita inúmeras palavras e frases, mas sou uma pessoa confiável. Pense nisso, pois tenho uma arma e sei bem como usar.

O vento fez partes do meu cabelo voarem e eu fechei livro que estava lendo, para olhar o Charles contando pra nossa filha como nós nos conhecemos. Eu já tinha perdido até a conta dessas historias malucas que conta pra ela. São muitas...

- Dá pra acreditar filha? Sim, a mamãe me prendeu. Me prendeu em uma cela. - Disse ele, completamente abismado. Valentina riu olhando pra ele e fazendo barulhinhos estranhos. - Sim. Mesmo o papai sendo tão bonito e encantador, como um gatinho grande.

- Charles, eu acho que é melhor não contar que eu prendi você, pra ela. - Falei.

- Mas ela precisa saber como nós nos conhecemos e nos apaixonamos.

- Não sei se ela vai gostar de saber que o pai foi preso, e depois, acabou prendendo a mãe dela em uma cela.

- Você esqueceu a parte que... você me bateu, quase atirou em mim, e ainda, quis me prender umas 5 vezes. E eu ainda quase fui preso por perturbar a paz na delegacia. Foram quatro vezes!

Bons tempos... pensei com um sorrisinho.

- É filha, o seu pai é um doido. - Sussurrei fazendo careta. Valentina riu mexendo os braçinhos e querendo pegar na grama. Seus cachinhos pretos balançando, enquanto ela ria pra mim e tentava imitar a minha careta.

- Mas mesmo assim, a sua mãe é louca por mim. - Charles disse, fazendo cócegas em Valentina, que deu um gritinho de alegria e se agarrou nele, como sempre fazia.

- Fui pega pelo cansaço. - Brinquei. Charles me mostrou a língua.

- Eu quase morri montado em um touro mecânico.

- O seu pai... - Eu disse a minha filha. - Queria desafiar um amigo da mamãe pra um duelo. Ele é um cara muito ciumento.

- Bom, filha, a sua mãe também não fica atrás. Em um jantar, ela anunciou que éramos namorados e ainda me roubou um beijo.

- Eu não roubei um beijo seu.

- Serio? Não é assim que eu me lembro.

- E do que você se lembra?

- Bom... - Limpei a garganta, fitando aquele tratante. - Eu me lembro de você morrendo de ciúmes e ameaçando me matar, e depois me beijando. Loucamente!

- O seu pai está ficando caduco.

- A sua mãe se tornou a minha melhor amiga no mundo todinho. Aos poucos, eu me apaixonei completamente por ela. Por seus olhos, seu sorriso, caráter, risada. Me apaixonei por cada detalhe e cada defeito. E, quando eu senti que poderia perdê-la, peguei o primeiro voo, e fiz de tudo para que ela soubesse que eu a amava muito. Eu nunca tinha sentindo tanto medo na minha vida. Mas, então, ela percebeu que não poderia viver sem o papai e implorou que eu fosse seu. Ela tem uma arma, ai... eu aceitei, apenas porque amo a minha vida.

- Não foi bem isso que aconteceu, senhor Charles...

- Na minha cabeça foi assim, é só o que posso dizer.

- Mas não foi isso...

- Ta bom. Então, eu vou começar de novo. Era uma vez, uma princesa. Mas não uma princesa comum, como dos contos de fada. A realidade, era que ela não sabia que era uma princesa e tinha medo de ser feliz. Então, um certo dia ela encontrou um príncipe e os dois decidiram se casar. Porém, ela ainda não se encontrava feliz, pois aquele príncipe não era para ela. Ele só fingia ser alguém que não era e fazia a princesa ficar triste. A princesa percebeu o erro que iria cometer e fugiu. Ela viajou pelos reinos mais distantes e encontrou...

- Outro príncipe encantado? - Debochei.

- Não. Não um príncipe. Ela encontrou um pirata. Um homem leal e bem sedutor. Os dois se odiaram e lutaram. A princesa o fez até andar na prancha, porém ele a enganou e os dois caíram na água. Ela percebeu que ele era diferente de tudo que ela já tinha conhecido e o odiou. Ele por sua vez, também não foi com a cara dela. Entretanto, havia algo entre eles, uma coisa que nem mesmo eles podiam ver, mas que era clara para todos que os olhavam.

- Acho que esse pirata é bem familiar... - Comentei. ele piscou.

- Os dois fizeram um acordo e decidiram se aturar. Eles percorram os sete mares juntos e lutaram contra todo o tipo de perigo, e com o tempo acabaram se tornando grandes amigos. Passavam as tardes vivendo grandes aventuras e a noite conversavam. Não conseguiam se afastar... - Ele suspirou. - Porém, a princesa voltou para a própria casa e eles se afastaram, mesmo que, estivesse claro que estavam apaixonados. O pirata ficou triste. Bebeu até cair, e depois de alguns dias descobriu que ela tinha sido sequestrada por um dragão chamado Tess... - Gargalhei. - Ele correu atrás dela e fez tudo que podia para resgata-lá, até lutou contra um touro bravo. Porque quando descobriu que a princesa podia não mais voltar, ele se deu conta de que a amava há muito tempo. Não vê-la e saber que ela estava em perigo, fazia o pirata sentir dor. Dor na alma.

- Amava mesmo?

- Amava mais do que a própria vida.

- Ele conseguiu resgata-lá?

- O pirata se surpreendeu ao chegar no cativeiro da princesa e perceber que, ela estava tomando chá com a fera. Ele se sentiu idiota, mas mesmo assim, clamou que a princesa não se afastasse mais dele e disse com todas as letras, que não poderia mais viver sem ela. Pois, não poderia viver sem um coração, e ela o havia roubado. - Sorri. - A princesa o beijou e disse o que sentia. Eles viveram felizes para todo o sempre, brigando feito pirata e princesa até que a morte os separasse.

- Eu amo você, seu canalha pirata. - Eu disse beijando o meu homem, e depois a minha filhinha, que estava querendo perseguir o Spoti.

- E eu amo você, policial princesa. Sempre vou amar. Você é... A policial que roubou meu coração.

*

Vou chorar... 😭😭😭
Acabou, esse é o fim da história.
Espero que vocês tenham gostado.
Beijocas 😻
Votem e comentem.

Ainda não estou acreditando, mas com muito dor no coração digo que acabou, e que eles estão vivendo muito felizes e fazendo guerra de farinha por aí.

A policial que roubou meu coração ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora