A policial que roubou meu coração ✔️

ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 20

Eu olhava para porta atentamente, esperando ela chegar. Taylor chegaria cedo, mas já estava atrasada uma meia-hora e eu não parava de ligar e mandar mensagens para ela, perguntando se estava tudo bem, ou se ela tinha tido algum problema no trabalho. Porém, eu não tinha uma resposta e já estava começando a suar e ficar preocupado, como sempre.

Eu tinha tomado um banho tão demorado, que os meus dedos estavam dormentes e o pior, eu troquei de roupa umas cinco vezes e passei quase uma hora arrumando meu cabelo. Enquanto, me olhava no espelho, eu discutia comigo mesmo, me perguntava porque estava fazendo aquilo, porque estava tão preocupado com a minha aparência. Eu tinha a resposta, porém não queria pronunciar nada em voz alta, era por Taylor... Sempre por causa de Taylor.

Na semana passada minha irmã veio aqui verificar se eu estava bem, ou melhor, se nós estávamos bem. Taylor felizmente, ainda não tinha chegado do trabalho. Cristal ficou brava comigo, me encarou por tempo demais e eu percebi que estava perdido. Então, depois de me olhar feio, ficar com mais raiva, nós termos uma conversa fiada e muitos xingamentos sobre eu nunca convidar ela para ficar com Taylor... Ela me levou para o quarto e me encurralou ali. Você está apaixonado... Ela grunhiu. E depois quase gritou comigo, então, riu da minha cara de espanto. E riu de novo. E eu neguei. Neguei e neguei.

Minha irmã disse, que me conhecia melhor do que a mim mesmo, e que estava feliz por Taylor estar ali, pois sabia, que eu nunca moraria com alguém em meu apartamento além daquela policial. Porque dizia, com todas as letras, que eu não ficaria cego para sempre e veria, que o que eu sentia por Taylor não era amizade era muito... Muito além disso. Fiz um discurso longo sobre a minha vida incrível de solteiro e das minhas canalisses, a minha irmã me chamou de idiota dos infernos e foi embora batendo os pés.

Talvez, só talvez... eu tivesse um desejo um pouco escondido por Taylor, porém eu nunca faria nada com ela. Por um motivo, eu queria ela ali. Comigo. Eu queria ela ali no meu sofá lendo e segurando uma laranja, enquanto enchia o meu apartamento com aquelas melodias instrumentais que me davam sono. Eu queria que ela dormisse e me pedisse para fazer barulhos de ondas... Eu queria ver ela rir quando eu imitava um golfinho e parecia, que estava morrendo engasgado. Taylor era mais do que uma amiga para mim, eu sabia, no fundo, eu sabia, mas nunca admitiria isso para alguém e nem mesmo para mim...

Me preocupei ainda mais com o passar dos minutos. Quase saindo de casa e correndo como um louco para delegacia. Para saber o que estava acontecendo. Para saber se Taylor voltaria para mim, se ela voltaria para nossa casa. Nossa casa, eu nunca pensei que diria isso, mas essa era verdade. O meu apartamento já foi de um cara solitário um dia, porém havia se tornado um lar de duas pessoas que viviam se provocando e rindo. Eu não queria que isso mudasse, por isso, sempre que Taylor queria alugar um apartamento... Eu inventava algo, pois eu não queria que ela fosse embora. Era um pouco egoista da minha parte, talvez, entretanto eu queria ela ali, tranquila apenas lendo um livro e fazendo cafés da manhã. Me chamando de idiota por eu ter gastado um vidro inteiro de lustra moveis no chão.

Liguei para Tess, liguei para delegacia, liguei para Taylor e mandei mensagem. Nada aconteceu, ninguém me respondeu. Silêncio. Um silêncio profundo, que me atormentava mais do que mil pessoas falando ao mesmo tempo.

O meu sangue gelou, os meus sentidos se aguçaram e o medo... Um medo perfurante me atingiu com força, quase como se eu tivesse levado um soco no estômago. Medo de perdê-la. Medo dela estar em puros. Medo que ela estivesse... Eu não poderia pensar nisso. Taylor estava bem. Esperta. Esperta. Ela é muito esperta. Ela é valente e ela não me deixaria sozinho. Ela não podia...

Ouvi um barulho de chaves e depois a porta levemente se abriu. Uma figura pequena entrou em casa. Eu consegui respirar de novo. Olhei para Taylor, que estava com um casaco branco. Ela estava de costas para mim. As chaves da porta que ela segurava caíram. A policial se virou para me olhar nos olhos.