ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 32

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𝑻ive três dias longos. Longos demais. Trabalhei e passei as noites em claro. Sai do quarto as três horas da manhã para cobrir alguém, que jogava os cobertores no chão e não estava no quarto ao lado do meu. Eu bati na parede. Chamei o seu nome. Ela não estava ali. Estava em Montana. Na porra de Montana. Se divertindo com Tess, com os caras idiotas e sem camisa do caralho, que Tess fazia questão de me mandar fotos. O sinal de telefone em Montana, é simplesmente péssimo. Estou cansado de ligar e ouvir que o celular está desligado ou fora da porra do alçasse. Estou farto de sentir falta dela, como se eu estivesse sem meu coração e sem minha pele.

Estou farto de sentir saudades e com um ciúmes doentio. Não quero que a porra de um caipira perceba o tesouro que ela é. E, diabos! Eu até imagino a merda da cena. As malditas palavras... as mãos bobas. Meu deus! Eu preciso fazer alguma coisa. Mandar uma mensagem dizendo: "Por favor, não faça nada que eu não faria, ou na verdade, faça tudo o contrário do que eu faria... não siga meus concelhos, e não conheça nem um cowboy bonitão com tanquinho."

O ciúmes é inimigo do homem. Quando nós, malditos homens, sentimos ciúmes não queremos gritar, queremos matar alguém. E eu quero matar a Tess, e os filhos da puta que estão dando em cima da minha senhorita policial. Eu... Sim, estou dizendo, eu, provavelmente, estou enlouquecendo como um maldito adolescente inseguro.

Eu odeio isso. Odeio me sentir assim. Odeio. Odeio. Odeio. Merda, eu me odeio, cara. Talvez, eu tenha até cabelos brancos e ejaculação precoce. Talvez, eu fique doente. Tenha um ataque do coração. Sim, eu sei. Você está certa, ou certo, eu exagerei, ter ejaculação precoce é demais. Isso não vai acontecer comigo. Mas, talvez, eu morra. Talvez, eu morra de amor por ela. Ou, tenha a síndrome do coração partido... Não que eu me lembre no momento, se isso é uma síndrome, ou exista.

A senhora Rodrigues disse que, eu deveria aparecer logo em Montana com um cavalo branco, antes que Taylor seja fisgada por um caipira com capim na boca. Disse, inclusive, que nunca havia me visto tão para baixo e triste. Sem nenhum brilho nos olhos. Particularmente, fiquei aborrecido. Eu não podia ir para Montana bancar o namorado ciumento. Eu nem era um namorado, eu queria muito ser.

Porém, já estava me dando nos nervos as malditas fotos do grupinho unido do qual eu não fazia parte, e estava muito longe. Merda! Eu estava com medo de perdê-la. É, eu sentia esse medo o tempo inteiro. Sentia um maldito ciúmes o tempo inteiro, e ficava olhando passagens e horário dos voos para Montana. Pode me chamar de perseguidor, eu sei, eu mereço. Me tornei o que eu achava repugnante. Uma cara apaixonado e perseguidor, mesmo que, eu persiga em segredo. Bom... quase, se contar as 400 ligações e milhares de mensagens. Sim. Milhares.

Eu queria encontrá-la. Muito, mesmo. Fazia apenas três dias, mas para mim, parecia três anos, ou bem mais. Nunca havia sentindo tanta falta assim de alguém. Eu só queria ver ela lendo em nossa casa novamente. Ouvir a sua voz gostosa. Suas gargalhadas. Sentir seu cheiro... Eu estava morrendo de saudade. Tinha saudade de tudo e ainda mais. Eu a queria demais, como se estivesse viciado.

Escutei meu celular tocar.

— Alô? – Disse esfregando os olhos, quando peguei o celular.

— Charles, você está acordado? – Ouvi a voz de Taylor do outro lado da linha.

Meu coração acelerou e eu suspirei. Eu sentia tanta falta da voz dela que doía.

— Não Taylor, estou dormindo e comendo beterraba. – Falei e ela deu uma pequena risada.

— Idiota!

— Fale logo. Vai. São... – Olhei a hora. — Porra! São quatro horas da manhã. Vou acordar amanhã com olheiras nos olhos.

A policial que roubou meu coração ✔️Where stories live. Discover now