Capítulo 6

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Guilherme

A segunda-feira foi calma, consegui até sair um pouco mais cedo da empresa. Mas ao chegar em casa fui surpreendido pela ausência da Lívia, ela disse que passaria o dia em casa, até liguei para Davi para chamá-lo para um bar ou algo do gênero, não queria chegar cedo e aturar as maluquices da minha mulher, mas ele disse que estava muito ocupado, o que era estranho, ele saiu mais cedo que eu, o que estaria fazendo?!

Não sei se ficava feliz por Lívia não estar em casa ou preocupado com o que ela poderia estar fazendo, então decidi ir falar com Madalena, talvez ela saiba onde minha mulher se encontra.

— MADALENA, Onde está a .... — entrei na cozinha gritando mas parei quando vi alguém que nunca esperei ver na minha casa, Manuela, o que ela está fazendo aqui? E porquê ela e a filha da Madalena parecem íntimas? Já entendi tudo, ela sabe de tudo e quer me chantagear, sua carinha de santa não me engana, conheço muito bem esse tipinho, mas não vou deixar ela sair por cima.

— O que é isso? — perguntei nervoso, mas tentando manter a calma, não podia me expor tanto.

— Oi Guilherme — Manuela falou com um sorriso íntimo com seu rosto demonstrando um sentimento de vitória, mas eu não ia deixá-lo durar por muito tempo, nos olhamos por muito tempo sem dizer uma palavra sequer até que Madalena quebrou o silêncio.

— Você conhece o Senhor Guilherme, Manuela? — a governanta perguntou olhando diretamente para Manuela que pensou por um tempo, com medo de sua resposta, não a deixei falar e fui mais rápido respondendo à pergunta de Madalena.

— Manuela é uma amiga, amiga de um amigo na verdade — sorri fraco tentando disfarçar meu nervosismo misturado com a raiva e surpresa.

— Sim, sim, é isso, eu sou amiga do Leandro, Leandro Garcês, e ele me apresentou o Guilherme  — aquilo não era de todo uma inverdade, conheci Manuela por meio de Leandro, que aliás, parece gostar da garota, mas ela, não mediu esforços para parar na minha cama e eu acabei não resistindo. Foi só uma noite, e sumi da vida dela, até hoje.

— Aliás, Guilherme, tudo bem? Há quanto tempo não nos falamos, parece até que está fugindo de mim — disse com um sorriso que se eu não soubesse o que realmente se passa na cabeça dessa mulher acreditaria que se trata de um sorriso divertido.

— O trabalho — falei atrapalhado — Quer dizer, é o trabalho que me faz sumir tanto, o que acha de ir tomar algo comigo na sala? — tinha que mandar ela embora de uma vez por todas e não podia ser com elas vendo, Cecília deve saber de tudo, mas acredito que Madalena não saiba, ela  é uma mulher correcta.

— Obrigada, vou aceitar seu convite, temos muito que conversar, tchau dona Madalena, foi um prazer conhecê-la e Cecília a gente se vê amanhã — se despediu das duas que em resposta sorriram de forma simpática, mas na minha cabeça só ecoava o "Cecília, a gente se vê amanhã", Elas são amigas?

Dei espaço à Manuela para que ela saísse na frente e assim foi. Ela parou na sala mas eu continuei andando e abri a porta para que ela saísse, a mesma me olhou incrédula.

— Você disse que íamos beber algo — revirei os olhos.

— Você não pode ficar aqui, minha mulher está no quarto — menti.

— Ok, mas quando voltamos a nos ver? — respirei fundo.

— Eu que devo questionar, o que você está fazendo na minha casa? — segurei seu braço a puxando para fora da casa rezando para que ninguém estivesse nos vendo.

— Eu não sabia que era a sua casa, eu só dei carona para Cecília e pedi um copo de água, ela me chamou para entrar, mas ela não queria, eu que insisti — não acredito nisso.

— Vocês são amigas? — perguntei, já estamos perto do seu carro que estava do lado de fora.

— Mais ou menos, nos conhecemos hoje na faculdade — assenti.

— Olha, Manuela, eu sou um Homem casado, a noite que tivemos não vai se repetir, então peço que nunca mais volte para minha casa — falei calmo, ou tentando parecer calmo.

— Mas eu queria repetir, só mais uma vez — disse agarrada ao meu pescoço.

— Alguém pode ver — tirei ela de cima do meu corpo.

— Ok — disse se afastando

— Se você quer assim, se você não ficar comigo de novo eu conto tudo pra sua mulher — a olhei sem paciência, que falta de amor próprio meu Deus.

— Manuela, se valoriza, EU NÃO TE QUERO — ela revirou os olhos.

— E saia daqui, não volte mais, não tenho nada contra você, mas se continue assim eu vou arruinar sua vida garota, acredite, eu estou falando muito sério, você e aquela duas caras lá dentro que finge ser uma santa mas te ajudou a entrar na minha casa — não estava mais afim de ter essa conversa chata, ela pensa mesmo que é capaz de fazer algo contra mim?! Lívia nunca me deixaria porque eu dormi com outra mulher, ela nunca deixaria a boa vida que tem do meu lado, e nosso casamento é com regime de separação total de bens, então, o meu casamento só vai terminar quando eu disser chega.

— Tudo bem, eu vou embora e não volto, mas a Cecília não sabe de nada disso, não vá metê-la, ela é uma boa garota, e não deve nem ter percebido o clima na cozinha, não a prejudique por favor, ela não sabe de nada — ela parecia falar a verdade, mas eu queria ouvir isso da boca dela.

— Ok, agora vá embora — falei frio e me virei saindo daquele lugar sem olhar para trás.

Entrei directo para o meu quarto onde tomei um banho e vesti uma calça moletom e uma camiseta simples preta. E fiquei deitado mexendo no celular até a hora do jantar.

Desci para o jantar e nada da Lívia, olhei meu celular e tinha uma mensagem dela avisando que ia passar a noite fora, em casa de uma "amiga", naquele momento eu só conseguia pensar "ela está me traindo". Porquê uma mulher casada passaria a noite na casa de uma amiga? As amigas delas são todas casadas! Ela só pode estar me traindo. Respirei fundo e parei de pensar nisso, não respondi a mensagem e continuei comendo.

Voltei para o meu quarto quando terminei e me joguei na cama tentando dormir, mas não consegui. Olhei para o relógio e ele já marcava 01:21, levantei, saí do quarto e desci as escadas sem fazer muito barulho.

 Olhei para o relógio e ele já marcava 01:21, levantei, saí do quarto e desci as escadas sem fazer muito barulho

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A Filha Da EmpregadaWhere stories live. Discover now