Capítulo 30

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Cecília

Porra!
Eu te amo?
Guilherme disse que me ama?
Eu não estou acreditando ainda.

Parece que foi tudo um sonho, parece que ele é um sonho, desde que o conheci minha vida virou de cabeça para baixo, é tanta coisa acontecendo, tanta coisa que eu as vezes não sei se tê-lo me trás mais vantagens ou desvantagens.
As circunstâncias em que o "eu te amo" chegou são uma dessas coisas que me fazem duvidar se vale a pena. A gente estava brigando, porque simplesmente a mulher dele fez com que um homem quase me estuprasse. O que mais eu terei que aguentar para ficar com ele?!

Sinto algo muito intenso por Guilherme, mas não sei ao certo o que é, se é amor, atracção, paixão, ou sei lá o quê, é complicado para mim. Na verdade, tudo que envolve aquele homem é complicado demais. Sério, poderia ser mais simples, eu poderia me apaixonar por um garoto da minha idade, um cara solteiro, que não tenha uma esposa vadia, e que minha mãe não seja sua empregada.

Queria poder dizer para Guilherme que eu o amo também. Que nós devíamos fugir juntos, esquecer o mundo, e ser felizes. Mas isso não é a droga de um filme de romance adolescente, aqui, se a gente agir de forma inconsequente, acabamos todos fodidos. A maldita da mulher dele fera comigo, com minha mãe e com toda minha vida. Minha mãe se decepciona e o resto do mundo me julga.

É tudo muito novo e aconteceu de um jeito inesperado e arriscado demais, não era para acontecer. Eu não devia me envolver, e agora, além da grande confusão em que minha mente se encontra, eu ainda não tive coragem para fazer o bendito teste de gravidez.

Podem me achar burra, idiota, medrosa ou qualquer outro xingamento, mas sabe, pensar que pode ser apenas um alarme falso me faz continuar com minha vida da mesma forma ( claro que não exactamente da mesma forma, porque há semanas isso está impossível), mas saber que realmente tem um bebê dentro de mim aí tudo desmoronaria. É loucura, eu sei.
Mas é como dizem, podemos ter uma doença acabando com a gente, mas enquanto nenhum exame médico confirmar que ela está lá, parece que tudo está normal, que a vida está normal, mas quando você sabe que está morrendo, a impressão é de que isso acontece mais rápido, e de forma mais dolorosa.

[...]

Hoje não vou para a faculdade, então, meus planos eram de acordar bem tarde.

Mas isso foi por água abaixo quando logo pela manhã um enjoo forte me fez pular da cama. Fiquei a manhã toda assim.
Suspirei decidida a tirar essa dúvida de uma vez por todas.

Tomei um banho rápido, vesti uma roupa simples e peguei uma bolsa pequena com alguns itens indispensáveis. Inventei para mamãe que ia para biblioteca fazer um trabalho de pesquisa com um pessoal da faculdade.
Ela só me deixou sair depois de me obrigar a tomar o café da manhã, depois disso, saí da mansão que até agora acho grande demais.

Andei até o ponto de ônibus, que fica muito distante por essa ser uma área de gente rica.
Tem varias farmácias por aqui, mas por segurança, preferi ir para o outro lado da cidade.

Depois de andar alguns minutos do  ponto de ônibus em que desci, vi uma farmácia, mas ela estava com muita gente, parei ali esperando todo mundo sair, como uma doida olhando para os lados e fingindo estar nem aí.

Depois que o local ficou vazio, com apenas a atendente que é uma mulher e que me olhava como se soubesse o que eu queria.

— Ehh — falei olhando para os lados — Você tem teste de gravidez?

Ela sorriu de lado como se dissesse "fez besteira, né?", virou e pegou a embalagem que estava logo atrás, eu estava nervosa demais para notar ela ali.

— Tem um banheiro logo ali — Apontou — Pode usar se quiser

— Obrigada — falei sentindo minhas mãos suarem e peguei a pequena embalagem. — Melhor me dar mais dois para garantir — falei e ela negou com a cabeça sorrindo e me passou mais duas embalagens de duas outras marcas.

Ela me explicou o que fazer e agradeci indo para o banheiro apertado, mas bem limpinho. Guardei minha bolsa na pia e segui todas as instruções que a mulher disse e que também estavam escritas no negócio.

Olhei para o resultado.
Engoli em seco e abri a porta, a mulher estava do outro lado me esperando apreensiva.

— E aí? Você vai ser mamãe?

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Espero que tenham gostado do capítulo. Votem e comentem por favorzinho🙏🏾 e ignorem os erros.

E quem puder, me segue aí por favor🥺

Desde já, muito obrigada e até ao próximo capítulo.

A Filha Da EmpregadaWhere stories live. Discover now