Capítulo 11

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Cecília

Depois que o senhor Guilherme saiu da cozinha minha mãe me olhou desconfiada.

— O que estava acontecendo aqui? — perguntou me olhando nos olhos.

— Na... nada — gaguejei nervosa.

— Tem certeza? — desviei o olhar do seu que me deixava mais nervosa ainda.

— Sim, mãe, eu também estranhei o senhor Guilherme querer comer na cozinha mas eu não poderia mandá-lo embora da sua própria casa — expliquei tentando parecer convincente.

— Mas porquê ele preferiu comer na cozinha?! nesses anos todos isso nunca aconteceu — ela pareceu pensar e me olhou.

— Ou? — me olhou — Minha Filha, o Senhor Guilherme já tentou algo com você? — me olhou séria.

— Algo? Como assim? — sorri nervosa.

— Ele já demonstrou algum interesse em você? — tossi nervosa e andei para longe dela.

— Não, claro que não — menti — Na verdade mãe, eu acho que ele só comeu na cozinha porque ele já estava aqui e o bolo já estava na mesa, então, deve ser isso — não conseguia mentir olhando para ela.

— Deve ser — disse pensativa — Pensei que ele estivesse interessado em você, se isso acontecesse seria o fim, dona Lívia é capaz de matar nós duas! Eu sei que você nunca ficaria com um homem casado, mas só de imaginar que ele está interessado em você aquela mulher  surtaria  — sorri de lado.

— Isso não vai acontecer, eles brigam mas devem se amar, e o que um homem como ele veria em mim — me encostei na pia.

— Hum, vou levar algumas coisas na dispensa para preparar o jantar — disse saindo e assenti.

Me encostei na pia e senti minha respiração pesada.  Meu Deus, o que está acontecendo na minha vida.

— Oi — me virei assustada com a mão no peito ao sentir uma mão tocar meu ombro.

— Calma — disse sorrindo, analisei o homem e já vi ele aqui varias vezes.

— Desculpa, precisa de algo? — perguntei e senti seu olhar percorrer meu corpo me fazendo sentir vergonha.

— Na verdade eu vim aqui para ver se te encontrava mesmo, já te vi varias vezes e você chamou minha atenção — sorri envergonhada.

— Davi, prazer — disse após notar meu silêncio.

— Cecília, senhor — ele sorriu.

— Não me chama assim, só Davi — assenti.

— Precisa de algo? — perguntei ao ver ele se aproximar, sem falar nada ele praticamente colou seu corpo ao meu,  eu não conseguia me mexer, ou talvez eu não quisesse, não sei. Davi é um homem muito atraente.

Ele aproximou mais seu rosto fazendo com que nossos lábios se tocassem, e no mesmo momento um grito fez com que nós afastássemos assustados.

— O QUE É ISSO — olhei para o lado e era o senhor Guilherme que estava vestindo uma calça moletom cinza, blusa branca e com o cabelo molhado.

— O que foi Guilherme? Que susto cara — Davi olhou para Guilherme que me olhava com ... raiva??

— Davi, você não pode se relacionar com as minhas funcionárias — Guilherme se pronunciou num tom ríspido.

— Mas ela não é sua funcionária — Davi parecia não entender.

— Vocês podem fazer o que quiserem, mas longe da minha casa — seu tom continuava severo, ele se virou e saiu, Davi deu de ombros e voltou a se aproximar mas desta vez o afastei sem pensar duas vezes.

— O que foi gatinha? O Guilherme não vai fazer nada, eu não vou deixar —  disse com um sorrisinho no rosto.

— Por favor, me deixa em paz — ele sorriu de lado e se afastou.

— Não gatinha, eu sempre consigo o que quero — piscou para mim e se retirou e no mesmo momento minha mãe apareceu na cozinha!

— Aconteceu alguma coisa Filha? Você está pálida — sorri de lado negando com a cabeça.

— Preciso fazer um trabalho da faculdade, não vou poder ajudar com o jantar hoje — menti, eu só quero ir para o meu quarto e descansar um pouco.

— Tudo bem meu amor, sua faculdade é prioridade — assenti e saí em direção ao quarto.

Caminhei até ao quarto e quando entrei quase caí para trás ao ver Guilherme sentado na cama. Ele levantou assim que me viu.

— Então é isso? — disse e o olhei sem entender.

— O ... o quê? — gaguejei fechando a porta.

— Você e o Davi? Pensei que você fosse diferente — disse se aproximando.

— Eu ... não estou ... não estou entendendo — gaguejei ao perceber nossa proximidade.

— Você não entende isso — fui surpreendida por sua mão segurando minha nuca fazendo com que nós aproximássemos mais ainda e nossos lábios se tocassem dando início a um beijo inesperado, mas que contra a minha vontade eu retribuía, ele parecia precisar disso, beijava meus lábios com tanta vontade, sua mão percorria por todo meu corpo fazendo com que eu me arrepiasse.

Senti sua mão invadir minha blusa e nesse momento me afastei.

— Por favor, não — ele me olhou frustrado.

— Cecília eu te desejo tanto — disse com a voz rouca.

— Me perdoe, mas eu não posso fazer isso — tentei me afastar e ouvi seu suspiro.

— Não vou te obrigar, mas só uma coisa, se afasta do Davi, ele não é homem para você — disse sério, mas não tão ríspido como quando me viu com seu amigo.

— E quem é homem para mim? — não sei, mas as palavras saíram da minha boca sem minha permissão.

— E quem é homem para mim? — não sei, mas as palavras saíram da minha boca sem minha permissão

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A Filha Da EmpregadaWhere stories live. Discover now