Capítulo 53

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Guilherme

Tempos depois...

Infelizmente nossas férias chegaram ao fim. Mas posso afirmar com total segurança que tanto Cecília quanto eu aproveitamos ao máximo cada segundo em cada lugar que conhecemos. Mas principalmente, aproveitamos a companhia um do outro. Aproveitamos para viver esse amor que arde cada vez mais forte no meu coração, e tenho máxima certeza de que no seu também.

A rotina de sempre está de volta. Acordo cedo, agora, como tem sido nos últimos meses, ao lado da mulher que eu amo.

Cecília dorme como um anjo do meu lado e da até pena de acorda-lá. Mas me esforça e acordo-a com beijos em seu pescoço.
Ela sorri ainda com os olhos fechados e se revira até que finalmente é vencida e levanta.

— Bom dia — desejo sorrindo enquanto a olho.

— Bom dia — ela também sorri.

Nossos sorrisos são cúmplices. Nossos olhares dizem muito. Não canso de repetir o quão ela me faz bem, nunca imaginei que pudesse me sentir assim algum dia. Nunca pensei em me apaixonar, em viver algo tão intenso.

Não sou nenhum idoso, mas sinceramente já estava confirmado com minha antiga vida, pensava que era o máximo que poderia esperar da vida. Mas ela chegou e me mostrou que não.

[...]

Cecília usa o banheiro primeiro, e enquanto ela se veste, é minha vez de me higienizar. Sou rápido. Em poucos minutos volto para o quarto já com a toalha em volta da minha cintura e as gotas de água por todo meu corpo.
No mesmo momento Cecília sai do closet, linda dentro de uma calça jeans e blusa branca, algo tão simples, mas que nela parece ser da mais fina grife.

— Vou descer para ajudar mamãe com o café — ela informa e quando passa por mim puxo-a para um beijo.
Ela retribui, e quando nos afastamos sorrimos como dois bobos.

— Eu te amo — digo.

— Também te amo.

Cecília deixa o quarto e eu entro no closet. Escolho um terno azul claro. Camisa branca e gravata cinzenta.
Quando termino, dou uma olhada na minha pasta, e ao constatar que está tudo no lugar, desço.

Insisti em contratar mais alguém para ajudar com as tarefas domésticas, mas Madalena recusou-se. Mesmo eu deixando claro, que quero tanto ela como Cecília como parte da família, e não como funcionárias, Madalena não aceita deixar o trabalho de lado, segundo ela, isso é o que fez durante a vida toda e não perde nada em continuar fazendo. Mesmo que como uma opção e não obrigação.

[...]

Todos juntos na mesa, incluindo Rosa, tomamos o café da manhã. A conversa é algo tão bom, e novo para mim.

Sempre pensei que aí perder meus pais estava tudo perdido. Que nunca poderia mais teria uma família, uma família com quem sentar à mesa, com quem passear aos domingos, etc.
Confesso que tentei isso com Lívia, e ao fracassar, me convenci que definitivamente não seria possível.

E agora? Nesse exacto momento. Todas essas suposições não fazem mas sentindo.
Eu desisti de procurar, mas mesmo assim consegui uma família. Uma nova família. Quero construir um futuro ao lado dessa mulher, casar, ter filhos, ser feliz.

[...]

Estaciono no mesmo lugar de sempre, e depois de se despedir com um beijo, vejo Cecília deixar o carro.

Levo alguns minutos admirando-a e quando não posso mais fazê-lo ligo o carro novamente e dirijo em direcção a empresa.

No caminho cantarolo baixo as musicas aleatórias que tocam. Nunca me imaginei fazendo isso. Mas o que o Amor não faz?!

O caminho parece mais curto que o normal. Em poucos minutos estaciono na vaga de CEO que me esperava. Mas ao descer do carro vejo alguém que não esperava ver tão cedo, muito menos aqui.

— O que você quer? — pergunto de forma fria.

— Conversar.

— Não tenho nada para conversar com você, por favor, deixe a minha empresa ou eu chamo os seguranças para te levarem a força — digo irritado.

— Olha Guilherme, eu não quero confusão. Eu sinceramente sinto muito por tudo que aconteceu. Eu vim aqui porque apesar de tudo, eu te considero uma amigo. Sei que não tenho esse direito, mas considero. E pelo menos uma vez na vida, você merece algo bom vindo de mim — olho para ele sem entender.

— O que você quer Davi? — pergunto irritado.

— Já disse. Eu quero conversar. Preciso te contar algo — ele parece sério e parece estar falando a verdade. Mas como posso saber? Ele e aquela louca me enganaram por tanto tempo.

— Você pode falar aqui — ele suspira.

— Olha, a sua vida e as de todos que moram na mansão estão em perigo, você precisa me escutar — o olho sem entender. Que merda ele está falando?

— O que você está dizendo? Como assim? — nesse momento eu paro para pensar. Merda, ela não seria capaz de fazer algo do gênero.

"É a Lívia. Ela é capaz de tudo" diz meu subconsciente.

— Ok, você vai subir comigo e me contar o que quer que seja que tem para me contar. Mas se você estiver mentindo, você vai se ver comigo Davi — ele assente.

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A Filha Da EmpregadaWhere stories live. Discover now