Capítulo 9

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Cecília

Acordei com o som despertador marcando 5 horas da manhã, não consegui dormir direito depois da humilhação que passei com aquelas mulheres, só queria me enfiar num buraco, e não imagino o que poderia ter acontecido se o Guilherme, digo, Senhor Guilherme não tivesse aparecido lá, mas até me arrependo de achar isso bom, porque depois teve a cena no quarto, porquê as chaves dessa maldita porta não ficam com quem ocupa o quarto?!

Me arrumei apressada optando por uma calça jeans clara e uma blusa preta com alguns detalhes na frente. Calcei uma sandália, deixei o cabelo solto e passei um pouco de maquiagem, nunca gostei muito, mas uma vez ou outra eu coloco. Por fim peguei o material que eu iria precisar hoje e saí apressada.

A porta dos fundos não estava aberta ainda então tive que usar o portão principal, e já do lado de fora um carro para do meu lado e vejo que é um dos carros do Sr. Maldonado. Ele abaixa o vidro e me olha.

— Vem, eu te levo — disse e eu não achava isso uma boa ideia, aquela mulher já me trata como um lixo sem que eu signifique nada para ela, se ela imaginar que o seu marido anda me levando para faculdade, eu nem quero imaginar o que ela é capaz de fazer comigo.

— Não senhor, não precisa — falei tentando continuar andando.

— Eu já disse, Guilherme — respirei fundo.

— Tudo bem, Guilherme, eu não preciso que me leve — falei olhando para os lados.

— Eu não vou te morder — pareceu pensar — a não ser que você queira, claro — acabei rindo do jeito que ele falou mas quando percebi parei fazendo com que ele me olhasse com um sorriso.

— Estamos nos atrasando, vem logo — respirei fundo e entrei no carro me sentando do seu lado, o carro só tinha dois lugares, é um carro luxuoso não há dúvidas, mas infelizmente não conheço as marcas, me acomodei no banco sentindo o conforto e quando fui colocar o sinto de segurança não consegui e olhei para ele envergonhada.

— Deixa que eu te ajudo — disse tirando o seu e se inclinou pegando o sinto que iria colocar em mim, mas antes me olhou nos olhos causando o mesmo arrepio que eu senti há alguns dias com ele no meu quarto, desviei o olhar nervosa.

— Já está — falou e voltou para o seu lugar colocando o seu.

— Obrigada — falei assim que ele começou a dirigir.

O silêncio reinava e eu agradecia por isso, sinto que quanto mais palavras são envolvias mais as coisas acabam se complicando. Eu não entendo o que esse homem quer comigo. Ele é um homem casado meu Deus.!

— Você está linda — senti minhas bochechas queimarem e olhei para o lado — Digo, você é linda — pisquei varias vezes sentindo um calor insuportável e acabei ficando até desconfortável.

— Obrigada senhor — ele me olhou — Obrigada Guilherme — sorriu, e que sorriso lindo ele tem, lembrei da sua barba tocando meu corpo e fechei os olhos.

— Como vai à faculdade? — perguntou me fazendo espantar meus pensamentos impuros.

— Bem, nada demais — falei sem querer prolongar a conversa.

Finalmente chegamos e agradeci descendo do carro. Quando vi Manuela estava olhando para mim do outro lado, andei até ela.

— Bom dia — falei.

— O Guilherme está te trazendo para faculdade é? Não me diga que vocês? — olhei para ela a repreendendo.

— Ele é um homem casado Manuela, ele só insistiu em me dar uma carona já que saímos quase ao mesmo tempo — falei enquanto caminhávamos.

— Hum, alguma coisa ele deve querer, a empresa dele fica do outro lado da cidade, ele desviou completamente do seu caminho — falou pensativa e lembrei do que ele disse.

— Ele disse que eu deveria me afastar de você, sabe me dizer o porquê? — ela riu e a olhei sem entender.

— Ele e eu não somos tão amigos como dissemos naquele dia, na verdade não nos damos bem, por isso ele admirou em me ver na sua casa — então está explicado, pensei até que eles tivessem um caso, não sei porquê mas me senti aliviada em saber que não.

— Agora vamos que eu preciso que me explique uma matéria — falou apressando o passo e fiz o mesmo.

A sala estava vazia, poucas pessoas e com certeza o professor está quase chegando!

E eu estava certa, em menos de cinco minutos o homem barrigudo se fez presente na sala cumprimentando todo mundo com uma de duas piadinhas sem graça, mas acabávamos todos rindo do seu jeito.

Ele já foi dando um monte de matéria, todos reclamaram mas não nada poderia ser feito, manda quem pode, obedece quem tem juízo... e eu tenho muito juízo.

Bom, agora vamos introduzir a questão do..... — não consentiu prestar atenção no que ele dizia e minha mente só conseguia pensar nele, e eu me condeno por isso, mas meu corpo e minha mente não me obedecem.

— Hey — senti Manuela me cutucando — Presta atenção na aula porque você tem que me explicar depois — sorri e balancei a cabeça, preciso me concentrar no que realmente importa, e parar de imaginar os toques do patrão da minha mãe, ou da sua barba tocando meu corpo. Ahhh.

 Ahhh

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A Filha Da EmpregadaWhere stories live. Discover now