Capítulo 50

27K 1.6K 155
                                    

Cecília

Cinco meses depois

Na corrida da vida, o tempo deve ser o maior corredor.
Parece que foi ontem que tudo aconteceu. Parece que foi ontem que conheci o Guilherme, me apaixonei, aconteceram as milhares de coisas entre nós dois, brigamos, fizemos amor, nos afastamos, e finalmente nos reconciliamos. Parece que foi ontem que eu disse finalmente "sim, eu aceito ser sua namorada".
Mas não, não foi ontem. Passam cinco meses. Cinco longos meses.

Nesse tempo muita coisa aconteceu. Mamãe e eu voltamos para a mansão há pouco mais de três meses. Depois de muita insistência, ela finalmente cedeu.

Agora, como ele prometeu, não somos suas empregadas, mesmo minha mãe insistindo que sim. Guilherme e eu dormimos juntos, no quarto que ele sempre usava quando discutia com a ex-mulher dele. Sim, Guilherme é oficialmente um homem divorciado.
Mamãe está em outro quarto que também era de hóspedes, depois de muita insistência.

Mamãe continua, claro, cuidando de tudo na casa. E eu estou me focando nos estudos. E falando nisso, estamos finalmente nas férias de fim de ano.
Graças a Deus me deu muito bem em todas as disciplinas. Muitíssimo bem.
Agora, estamos quase no natal. Guilherme e eu vamos viajar, estou muito ansiosa, ele consegue transformar qualquer momento em especial e tenho máxima certeza que agora não será diferente.

Outra coisa que aconteceu nesse tempo foi o julgamento do Peter. Infelizmente ele não foi condenado à pena de prisão. Mesmo tendo sido provado que se Manuela não tivesse aparecido, ele teria me violentado, Peter não foi preso. Sua pena foi de multa de cinquenta mil reais e medida protetiva de trezentos metros de distância. O que de certa forma me deixa mais tranquila. Aquele homem é doente, sabe-se lá o que ele pode fazer. Pelo menos, se ele chegar perto de mim será preso.

— Vamos escolher alguns biquínis, com certeza vocês irão para alguma praia ou no mínimo para a piscina do hotel — as palavras de Manuela me tiram do meu devaneio.

— Você tem razão — concordo seguindo-a para a loja de roupas de praia.

Manuela e eu estamos fazendo compras para a viagem. O que para mim é desnecessário. Mas Guilherme é um homem persuasivo e muito insistente. E quando ele e a Manuela se juntam, só piora.
Acho que prefiro quando Guilherme, Manuela e Jennifer se "odiavam". Era cada um de um lado. Agora eles se uniram e adivinhem quem sofre com isso? Isso mesmo. Eu.

[...]

Dia seguinte

Guilherme não conseguiu desmarcar uma reunião que tinha para hoje pela tarde, então, nosso voo foi marcado para vinte horas.

Estamos nesse momento no interior da aeronave que ainda está na terra. Nossas mãos estão entrelaçadas e meu rosto sobre seu ombro. De lado.

Guilherme tem seu olhar sobre mim. Mesmo que isso o obrigue a fazer certo esforço, Pois meu rosto encontra-se abaixo dos seus olhos.

Sorrio sem mostrar os dentes e sem olhar para ele. Espero que ele se manifeste. E não tarda.

— Você é tão linda — diz passando suas mãos por meu cabelo.

— É, eu sei — digo em tom de diversão e rimos.

Enquanto isso a aeronave começa a deixar o chão. Sem nem me aperceber me vejo depositando mais força nas nossas mãos entrelaçadas. Guilherme não diz nada, apenas me lança um olhar que transmite segurança. Ele me transmite segurança.

[...]

Depois de horas de viagens, que passei quase na sua totalidade dormindo, nos encontramos sob solo estrangeiro. Estados Unidos da América, mais concretamente, Califórnia.

Em frente ao aeroporto, Guilherme e eu estamos lado a lado, com as mãos entrelaçadas admirando-se tudo. Eu, mais que ele.

— E aí? — ele pergunta próximo ao meu ouvido.

— É lindo — digo admirada.

Depois de mais um tempo olhando tudo em volta, vamos até ao táxi onde o homem de aparência velha nos ajuda com as malas.

Ele pergunta nossa nacionalidade e quando respondemos diz um simpático "sejam bem-vindos" que soa como espanhol. Guilherme e eu agradecemos rindo.

A viajem é longa, mas divertida. O homem fala sobre como prefere carregar turistas a americanos. E eu ouço-o com atenção enquanto meus olhos estão na janela observando tudo.

[...]

Paramos em frente ao grande prédio, como todos em volta.
Os funcionários do hotel pegam nossas malas e Guilherme e eu vamos para a recepção.

Depois de alguns minutos resolvendo o que ainda estava pendente, seguimos para o andar onde fica a nossa suíte.

_______
Ignorem os erros.
Votem e comentem.

A Filha Da EmpregadaWhere stories live. Discover now