A Filha Da Empregada

Capítulo 42

Guilherme

Acordo tarde mais uma vez. Isso está se tornando hábito.
Percorro meus olhos pelo quarto e sem perceber me vejo sorrindo. Me sinto livre, como se tivesse tirado um peso enorme das minhas costas.

Ah. Cecília.
Finalmente. Finalmente podemos recomeçar nossa história. Agora, do jeito certo.

Pego meu celular e envio uma mensagem para minha secretária.

"Bom dia Srta. Helena, demarque tudo que está marcado para hoje e tente reajustar minha agenda."

Não preciso dizer que não irei à empresa, ela como uma mulher inteligente poderá entender isso.
Quero tirar o dia para descansar. Respirar um pouco. E principalmente, não perder mais tempo.

Levanto da cama indo em direcção ao banheiro. Me olho no espelho. Acho que está na hora de mudar um pouco. Minha barba está enorme, como sempre.

Pego no barbeador, tiro cada fio de barba no meu rosto. E quando termino o processo, me olho no grande espelho.
Suspiro. Desde que terminei a faculdade decidi usar a barba cumprida.
Há quanto tempo não me via assim.

Depois de me despir, entro no box onde deixo a água quente percorrer cada centímetro do meu corpo. Enquanto lavo o cabelo, pensamentos invadem minha mente.

E todos.
TODOS eles giram em torno de uma única pessoa.
Cecília.

Terminado o banho enrolo a toalha em volta da cintura e deixo o banheiro, entrando no closet.
Uma calça jeans, blusa de manga e tênis compõem meu look.

Me olho no espelho enquanto penteio o cabelo que está mais cumprido que o normal.

[...]

A mesa está posta, como sempre.
O lugar de Lívia está aqui. Olho para Madalena que assim que sento na mesa aparece para saber se preciso de algo.

— A Lívia e eu estamos nos divorciando. Não precisa mais colocar dois lugares na mesa. E por favor, avise os outros funcionários. — Madalena assente.

Ela consegue não esboçar nenhuma reacção. Mas sei que não está surpresa. Ela está preocupada, porque para ela, Cecília tem tudo a ver com isso.
E não posso dizer que não. Não tem TUDO, mas tem muito.

Madalena pede licença e se retira, me deixando sozinho. Sirvo-me e como sem conseguir deixar minha mente vazia, a cada segundo um pensamento novo me invade.
Minha mente parece uma máquina com bateria nova, só pensa em funcionar, funcionar e funcionar.

Quando termino, me levanto indo para o escritório.
O que faço agora?
Talvez adiantar algum trabalho, enquanto Cecília está na faculdade.

[...]

As horas passam.
Gostaria de dizer que sem que eu perceba, mas estaria mentido. Conto cada minuto, segundo, apreensivo e rezando para que Cecília chegue logo.

Não tenho como saber estando aqui, então decidi ir vê-la na cozinha.
Agora é arriscado ir até seu quarto.
Não quero desrespeitar Madalena, ou parecer tudo que não quero parecer. Não quero que ela pense o pior de mim, e do que sinto por sua filha.

Faço o curto caminho até a cozinha como o flash, ou até melhor.
Olho para todos os cantos e estou sozinho. Quando decido ir embora, talvez voltar depois, ouço passos, olho na esperança de que seja Cecília.

Tenho sorte.

— Que bom que você chegou, queria tanto te ver — digo indo até ela que olha para os lados, procurando sua mãe, com certeza.

— Guilherme, você sabe que isso não pode continuar, por favor — Cecília tenta me afastar.

— Por favor eu Cecília — suspiro — Lívia foi embora, estamos nos divorciando. Nada mais nos impede.

Nesse momento. Madalena entra na cozinha e olha para ambos sem esboçar nenhuma expressão, ou pelo menos, eu não sou capaz de decifra-la.

Mas não paro. Eu continuo falando. Para ambas ouvirem.
Tenho boas intenções e estou cansado de não poder viver o que sinto. Estou cansado de me esconder atrás de uma máscara que não me permite viver, ser eu, e experimentar o melhor de todos os sentimentos. O amor.

— Eu sou um homem solteiro agora. Por favor Cecília — olho em seus olhos — Namora comigo?

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Oi gente.
Devia sair maratona de 5 capítulos hoje.
Mas estou com bloqueio criativo. Estou tentando escrever há dias e não consigo. Me perdoem. Espero melhorar e postar a maratona logo.
O capítulo está curto, mas não liguem por favor. Dei o meu máximo.