Capítulo 32

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Cecília

— FELIZ ANIVERSÁRIO!

Acordei com o grito da minha mãe e Rosa que carregavam um pequeno bolo com calda de chocolate e coma vela no centro.

Droga.
Nunca em toda minha vida eu esqueci do meu próprio aniversário.
Eu repito, NUNCA.

Num dos meus aniversários eu acabava de ter minha primeira menstruação, estava com várias espinhas e problemas de humor.
Noutro, estava brigada com minha mãe.
Num outro era três dias depois de passar uma grande humilhação em frente do colégio inteiro.

Mas em nenhuma dessas vezes eu esqueci da data em que eu vim ao mundo.

Talvez porque eu não tinha um Guilherme na minha vida.
Uma mente fodida.
Perda da minha virgindade.
Um quase estupro.
Um falso alarme de gravidez.
Uma mulher louca querendo a todo custo acabar comigo.

— Muito obrigada — disse após apagar a vela.

— Parabéns minha linda, eu te amo muito minha menina, você é meu maior orgulho — disse mamãe me abraçando.

Depois de receber as felicitações me levantei, elas me deixaram sozinha, mas antes, mamãe informou que Guilherme deu o dia de folga para nós duas e que ela tem uma supresa.

Então, eu devo me arrumar e me preparar para passar o melhor dia do ano.

[...]

Meu celular não para de apitar, varias mensagens e notificações de gente me desejando feliz aniversário.

Alguns familiares distantes com quem mantenho contacto.
Amigos de infância.
Colegas antigos.
Colegas actuais.
Conhecidos que já conversei.
E até mesmo gente que não conheço sem sei como me conhecem. O que é estranho, porque nunca fui uma garota popular.

Abri apenas algumas mensagens, uma das quais da Manuela e da Jennifer.
Sim, Jennifer.
Ela e eu trocamos nossos contactos naquele dia e conversamos algumas vezes. Bom, com certeza ela sabe que é meu aniversário porque somos amigas no Facebook há exactamente dois dias.

— Você está pronta filha? — mamãe perguntou.

— Sim — respondi andando até ela.

Guilherme, que eu ainda não vi no dia de hoje, na verdade não o vejo e bem falamos há quase cinco dias, a última vez que falamos foi quando contei que o resultado do teste de gravidez foi negativo.
Bom, como eu ia dizendo, ele disponibilizou o motorista para nos levar para onde será a tal surpresa.
E eu sinceramente gostaria de saber se ele fez isso por mim ou por minha mãe.

[...]

Bom, o meu aniversário foi legal, me diverti e esqueci as várias coisas que estão acontecendo na minha vida.

A surpresa era que minha tia, que é irmã de criação do meu pai, e minhas primas estão na cidade, passamos o dia juntas, fomos para o parque, cinema, e para finalizar, jantamos todos juntos.

Quando o dia terminou eh estava exausta, voltamos para casa tarde, não pensei duas vezes e tomei um banho super rápido, me joguei na cama e dormi.

Mas antes, abri os presentes da mamãe, minha tia, e minhas primas.

Um colar.
Um par de sapatos.
Uma moldura com uma foto minha de quando era um bebê, com certeza, o meu favorito.
E um par de brincos que com certeza eu não vou usar nunca.

[...]

No dia seguinte acordei com o alarme do meu celular tocando. Dia de faculdade.

Levantei correndo, apresentação de um trabalho na primeira aula.
Me arrumei com pressa, e quando estava pronta saí correndo.

Para minha sorte o motorista se ofereceu para me levar, já que ninguém usa o carro, Guilherme prefere dirigir, Lívia também, e eles têm varias carros.

Quando chegamos agradeci ao homem que deve ter uns 45 anos, simpático como todos os outros funcionários.

Entrei correndo pelo campus.
Não estou atrasada. Mas preciso dar aquela lida básica antes da apresentação, e com o azar que tenho, com certeza meu grupo será o primeiro indicado.

[...]

Como sempre. Meu grupo apresentou em primeiro lugar, mas até que nos saímos bem.

O resto das aulas foram tranquilas, Manu só chegou para as duas últimas aulas e me surpreendeu com uma caixa toda bonita, o papel que o embrulhava era rosa e a fita vermelha.

— Feliz aniversário, não sabia o que te dar, então fui pelo que todas meninas gostam.

— Obrigada, não precisava.

— Para com isso e abre, diz se gostou.

Abri e era um monte de produtos de beleza. Cremes, de corpo, de mão, perfume, pomadas, removedor de maquiagem, e muitas outras coisas, algumas que eu nem sabia qual a utilidade. Tudo de marca.

Mas para mim isso não importa, o que importa mesmo é o gesto, nos conhecemos há menos de um ano e ela se deu ao trabalho de preparar um presente para mim no meu aniversário.

— Obrigada Manu, de verdade — a abracei.

— De nada. — sorriu e me puxou para o refeitório — Não como nada há mais de 24 horas — reclamou.

[...]

Quando finalmente era hora de ir embora, Manuela e eu caminhávamos pelo campus quando vi o carro do Guilherme parado no mesmo lugar de sempre.

O que ele quer aqui?

— Manu, acabo de me lembrar que preciso pegar um negócio com o Jonas — menti, Jonas é um garoto do meu grupo.

— Ta ok, eu te espero.

— Duvido que seja rápido.

— Humm, tá, sei — me olhou desconfiada — Estou indo então, a gente se fala, beijo.

Esperei que ela saísse e fui até o carro do Guilherme, ele abriu a porta para mim, mesmo sem querer entrei e olhei para ele com os braços cruzados.

— O que você quer aqui?

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Obrigada a todos vocês pelas leituras, pelos votos e pelos comentários.
Espero de coração que a história esteja boa e que estejam gostando.
E por favor, ignorem os erros, para mim é difícil escrever e revisar.

Mais um vez eu peço, votem e comentem, não perdem nada.

A Filha Da EmpregadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora