Capítulo 33

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Cecília

— Feliz aniversário — Guilherme respondeu baixo ligando o carro. — Atrasado — acrescentou parecendo se sentir culpado.

— Obrigada — disse sem olhar para ele e suspirei.

— Cecília eu ... — começou, mas parou, aparentemente procurando as melhores palavras.

— O quê? — perguntei notando seu silêncio. Ele dirigia parecendo incomodado e o pior, não respondeu minha pergunta e eu não sei para onde ele está me levando.

— Precisamos conversar, mas pode ser quando chegarmos? — virou seu olhar por alguns segundos mas logo voltou a prestar atenção na estrada.

— Onde, exactamente? — olhei para ele que não me olhava de volta, sua atenção estava virada para a estrada movimentada. Ainda não dá para dizer exactamente para que direcção estamos indo, pois estamos apenas a poucos quilômetros do campus.

— Você vai saber quando chegarmos — revirei os olhos. Que mania de não contar as coisas.

[...]

Depois de quase quarenta minutos de viajem, Guilherme estacionou o carro no estacionamento de um prédio muito grande e bonito.

Deve ter mais um apartamento para seus namoricos.

Onde está me levando Guilherme? — ele não respondeu, apenas continuou me guiando pelo local. Eu olhava em volta, é tudo muito bonito e elegante.

Entramos num elevador, junto de mais três senhoras. Preferi não perguntar nada para não chamar a atenção das mulheres que nos lançaram alguns sorrisos falsos.

No sétimo andar o elevador parou. Guilherme e eu, e mais uma das mulheres, saímos. Guilherme me guiou em direcção oposta à mulher, até que paramos em frente à uma porta.

Guilherme vasculhou os bolsos da sua calça r depois os do casaco até encontrar as chaves que pareciam novas. Suspirou e abriu a porta me dando espaço pra entrar na frente.

O lugar é simplesmente incrível. Grande e muito bonito. Uma sala bastante espaçosa foi o que mais pude admirar — mas com certeza o resto do apartamento não deixa a desejar — mesmo com uma decoração simples, esse lugar poderia ser a casa da Beyonce num boa.

— Muito bonito. Mas o que a gente veio fazer aqui? Guilherme eu já disse que... — Ele me interrompeu.

— Esse é meu presente de aniversário Cecília. — Guilherme estendeu as chaves para mim, mas não peguei.

Na minha cabeça eu só conseguia repetir: Puta. Que. Pariu. Ele está me dando um apartamento  de luxo, que eu achei que fosse tipo um apartamento da Beyonce?!

Eu não posso aceitar ... — me afastei dele que estava muito próximo — Guilherme, isso... isso é absurdo.

Por favor Cecília! Por que você não pode aceitar? É um presente de aniversário, como outros que com certeza você recebeu.

Ninguém me ofereceu um apartamento de luxo Guilherme — ele suspirou e se aproximou mais de mim, mesmo contra a minha vontade, colou completamente nossos corpos e apenas nossos rostos estavam separador, mas por apenas dois ou três centímetros. Eu já estava ofegante. Tê-lo tão próximo faz minha mente parar de funcionar direito e sei posso fazer coisas que eu normalmente não faria.

— Por favor — disse encostando nossas testas, apenas as testas. Fechou os olhos e senti sua respiração absurdamente próxima a mim.

— Guilherme....eu — as palavras saiam acompanhadas por minha respiração excessivamente ofegante. Porém, Guilherme me calou, com sua boca. Seus lábios.

Nossos lábios se tocam. Minha respiração fica ainda mais ofegante — algo que não achei ser possível.
Guilherme morde, levemente meu lábio. O que faz meu corpo todo se arrepiar. Sua língua pede passagem e eu hesito, mas quando ele a passa levemente por meus lábios, permito-me senti-lo.

De início, nossos movimentos são lentos, muito lentos. Com os olhos fechados e a respiração mais normalizada, ambos aproveitávamos aquele momento. Nossas línguas pareciam eliminar todo o resto. Parecia que era só eu e ele.
Guilherme, que até agora não me tocava, passou sua mão em volta da minha cintura fazendo nossos corpos se colarem ainda mais. E com esse movimento, a intensidade do nosso beijo ganha mais vida.
O que era o beijo calmo e cheio de paixão, se transformou num beijo sensual e repleto de desejo e excitação.
E que excitação, senti a ereção do Guilherme sobre a minha barriga e no mesmo momento meu corpo se arrepiou por inteiro. Um calor infernal invadiu cada parte do meu corpo. Até as partes mais íntimas.

Infelizmente, a falta de ar nos venceu. Guilherme e eu nos separamos, minimamente, pois nossos corpos continuam colados.

— Por favor! Aceita, não por mim, por você, por Madalena. — suspirou — Eu só quero te dar algo.

— Você poderia ter comprado um brinco — disse pensativa.

— Cecília — disse em tom de repreensão, com certeza querendo que eu aceitasse de uma vez — Você não percebe que eu só quero ver um sorriso no seu rosto? Te fazer feliz? Te ter do meu lado — parou — Eu. Te. Amo — disse pausadamente e novamente juntou nossas festas fechando os olhos.

Dessa vez o acompanhei.
Também fechei meus olhos. E me permiti sentir a nossa proximidade.
O silêncio se instalou. Mas abri os olhos quando ouvi o coração do Guilherme batendo. Na verdade não sei se ouvi ou senti, pois estávamos muito próximos. E meus sentidos não funcionam correctamente quando estou do seu lado.

— Eu... eu aceito. — Disse finalmente. Não sei o que vou fazer com esse lugar. Mas tenho certeza que algum dia será útil.

— Obrigada — agradeci sem olhar para ele.

— Eu que agradeço — me fez o olhar — Por tudo.

Minutos. Minutos. E minutos passaram. Num silêncio que não me incomoda. Guilherme e eu nos encaramos sem dizer nada.
Mas não havia dor, ressentimento ou qualquer sentimento ruim em nossos olhares.

Mesmo tentando. Me esforçando e querendo muito. Não consigo sentir nada que não seja bom por ele. Não consigo pensar nele e sentir raiva, ódio ou desprezo.
Pelo contrário, acho que eu definitivamente estou perfeitamente apaixonada por Guilherme Maldonado.

Acho que chegou a minha hora de admitir.

— Eu também — falei muito baixo. Guilherme me olhou claramente sem entender — Eu também te amo — disse e a surpresa e alegria no rosto do homem na minha frente surgiram num sorriso de orelha a orelha.

Guilherme me abraçou. Forte. E eu retribui. Assim ficamos por mais alguns minutos. Sem dizer nada. Apenas ouvindo nossos corações que batiam mais rápido que o normal.
Acho que é o Amor. Sei lá, talvez seja.

— Se eu conseguir me livrar completamente da Lívia, cuidar de tudo, me tornar um homem livre, sem prejudicar nem a mim e nem a você — parou por alguns segundos — Você fica comigo? Você... você, namora comigo?

Suspirei e pensei. Por alguns minutos pensei na melhor resposta.

— Sim. Eu namoro com você. Se nada mais nos impedir.

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Oii. Me perdoem pela demora. E Ignorem os erros.
Votem bastante para que tenhamos capítulo novo em breve. Beijinhos. (E comentem, claro).

A Filha Da EmpregadaDär berättelser lever. Upptäck nu