Capítulo 44

26.4K 1.8K 242
                                    

Cecília

Um mês depois

Um mês. Sem vê-lo. Sem tocá-lo.
A droga de um mês de passou e eu não consigo tirar Guilherme Maldonado da minha mente. E pior, do meu coração.

Juro que estou tentando. Por minha mãe, estou tentando focar em qualquer outra coisa e deixar de lado o Guilherme e toda nossa história. Mas é inútil. A cada dia minha saudade aumenta, e com a saudade, o meu sentimento, o amor, aumenta a cada dia.

Agora, eu não entendo mais porque tenho que me afastar? Ele não é mais um homem casado. Não é mais o patrão da minha mãe.
Nada mais me impede.

Mas o pior, é que confesso que esperava que ele viesse atrás de mim. Eu esperava que Guilherme não aguentasse nem um dia, esperava que ele viesse aqui, que ele viesse atrás de mim.

Droga. Eu sou muito idiota.

[...]

Mais um dia na faculdade. Trabalhos, livros, trabalhos, livros e mais trabalhos.

Estou nesse momento olhando para a mulher que fala sobre um monte de coisas que eu mal entendo. Mas não deixo de prestar atenção, quem sabe um dia eu consigo entender.

— Hey — Manuela me cutuca. Como sempre. Olho para ela — Você entendeu isso?

Não respondo. Apenas rio baixo e ela me acompanha.

Quando volto a olhar para a mulher vejo que ela me encara em reprovação.
Droga.
Sorrio nervosa.
Ela não diz nada e continua com a falação.

[...]

A aula termina. E depois todas as outras que se seguiram.
Agora estou com Manuela do meu lado, ela fala sobre uma festa.

— Qual o motivo da festa exactamente? — olho para ela cruzando os braços.

— E desde quando precisa de um motivo para dar uma festa? — ela ri e eu nego com a cabeça.

— Ok. Ok. Eu vou. Vou chamar a Jennifer também, pode ser? — ela me olha do canto do olho.

— Como quiser — diz falando com desdém. Rio. Apresentei elas há umas duas semanas e Manuela implica com Jennifer desde então, na verdade, o sentimento é recíproco.

[...]

É estranho viver num lugar novo.
Mesmo sendo um ambiente completamente bom, só pessoas simpáticas, um e outro que parecem mal amados, mas de modo geral, são todos muito legais. O lugar é legal, mas não deixa de ser estranho.

Como sempre subo. Mamãe não está.
Mesmo não precisando ter pressa ela decidiu procurar um emprego, o que não é uma tarefa fácil com a sua idade.

Como sempre, volto da faculdade, jogo minhas coisas no quarto e vou atrás de alguma coisa para comer.

Quando termino, lavo a louça que sujei. E no mesmo momento minha mãe chega.

Depois de trocar algumas palavras volto para o meu quarto.

Nossa relação está tão estranha. Nunca imaginei estar assim com ela. Sempre fomos cúmplices, amigas, sempre nós contamos tudo. Sempre confiei nela mais do que em qualquer outra amiga.

Só falamos o básico. Na maioria do tempo estou no meu quarto e ela em outro canto do apartamento. É estranho. Muito estranho.

O quarto é mil vezes maior que o meu antigo (na casa do Guilherme). A cama é enorme. Tem até closet. Penteadeira, etc.
E o meu canto preferido, a mesa do computador. Passo quase todo tempos qui, fazendo trabalhos da faculdade, lendo, desenhando, vendo filmes, ou apenas escutando música.

[...]

Estou distraída organizando a matéria da faculdade quando ouço batidas na porta do quarto.

Olho para o relógio. Não é a hora do jantar.
Fecho os cadernos e livros e caminho até a porta abrindo-a logo em seguida.

— Mãe, precisa de algo? Quer que eu ajude com o jantar? — pergunto.

— Não. — ela suspira — Posso entrar? Preciso conversar com você.

— Claro — dou passagem — Aconteceu alguma coisa? A senhora está bem?

— Eu estou bem — ela me olha — Quem não parece bem é você.

— O quê? — forço um sorriso — Eu estou bem.

Ela está de um lado e eu de outro. E ela prevê estar prestando nisso também nesse exacto momento.

— O que aconteceu entre nós duas? — olho para baixo. — Eu te amo tanto — ela me pega de surpresa, me abraçando. Eu levo um tempo mas retribuo.

— Eu também te amo mamãe — ficamos assim por um tempo.

Quando nos afastamos ela me olha. Aquele olhar cheio de palavras.

— Você gosta mesmo do Guilherme?

Ela pergunta. Sorrio nervosa sem mostrar os dentes. Olho para baixo. Levo um tempo até finalmente olhar para seus olhos.

— Eu o amo mãe — digo.

__________
Não desistam do nosso casal.
Votem e comentem o que acabaram.
Próximos capítulos ainda teremos muita coisa boa.
Beijos.

A Filha Da EmpregadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora