Capítulo 55

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Cecília

Depois que o Guilherme foi embora, Manuela e eu entramos para a palestra que não foi muito longa, mas o bastante para criar bastante tédio, para TODOS.

Não deixei de pensar na preocupação dele. Sei que se tratando de Lívia, é uma preocupação muito necessária, mas confesso que não levei a sério, o que ela faria? Bater em mim?! Me insultar?! Sequestrar?! Ou matar??
Eu a subestimei pensando que seria apenas um mimimi ou que ela dari um de seus showzinhos.

Mas não.
Quando a palestra terminou, eu saí e pensei em ligar para o Guilherme, mas não queria incomoda-lo, ele tem tanta coisa importante por fazer, e eu sinceramente achei que estava segura.

Caminhei até o ponto de ônibus, até que no meio do caminho percebi que estava sendo seguida, um carro preto.
Fiquei nervosa, e em nenhum momento a Lívia me veio à cabeça. Pensei que fosse, se lá, algum psicopata, ou que a maluca fosse eu, que aquele carro estivesse apenas fazendo o mesmo caminho que eu.

Para ter certeza que de estava tudo bem, parei em frente à um café cheio de gente, por cerca de cinco minutos. O carro sumiu, então, voltei a andar.

Pensei que o melhor seria ligar para o Guilherme e contar o que aconteceu, sei lá, estava assustada.
Quando peguei meu celular vi que ele ainda estava em modo silencioso e tinham várias ligações perdidas, todas do Guilherme.

No mesmo momento em que ia retornar a ligação, o celular começou a tocar, e quando ia levá-lo até ao meu ouvido, ele  foi tirado da minha mão  com brutalidade.

Levantei o olhar e vi Lívia com meu celular na mão e um sorriso macabro no rosto. Antes que eu processasse o que estava acontecendo, senti um homem musculoso e muito alto segurar meu braço, e logo em seguida, senti algo gelado fazer pressão nas minhas costas.

— Qualquer movimento e você morre aqui mesmo — o homem diz me fazendo perceber que se trata de uma arma.

Engulo em seco e sinto meu corpo inteiro se arrepiar de medo.

— Oi, Amor — ouço Lívia dizer, e percebo que ela está com meu celular no ouvido. Penso em gritar, mas o homem aperta mais forte o meu braço me fazendo gemer de dor.

— Sim, sou eu sim. — ela diz rindo — Você achou mesmo que eu deixaria isso assim? Você não me conhece Guilherme, não sabe do que eu sou capaz — diz agora com o tom sério transbordando raiva.

Não sei o que Guilherme diz do outro lado da linha, mas ela ouve com atenção enquanto sustenta um meio sorriso debochado.

— Não Guilherme, eu não quero um acordo. Eu quero vingança. Você achou que proibindo minha entrada no condomínio me impediria de fazer alguma coisa? Você é muito burro mesmo. Acha mesmo que eu contaria meus planos para o frouxo do Davi?. Quer saber? Vocês dois são muito parecidos, dois trouxas, dois fracos. Mas não se preocupe, eu irei te dar uma chance para se despedir da sua empregadinha. — ela olha para minha direcção — Mudei de ideia, ela não merece — ela ri e termina a ligação.

— Leva ela para o carro — diz para o homem que está apertando meu braço sem nenhuma vergonha na cara, considerando que ele tem o dobro da minha altura e o triplo do meu peso.

Ele sai me puxando enquanto eu não tenho nem coragem para gritar ou pedir ajuda.
Até porque sei que ninguém me ajudaria. Se ajudasse, seria um milagre. As pessoas têm medo, algumas, acham que o problema é meu, que elas não têm nada a ver com isso, que eu devo merecer, que "deve ser uma vadia que traiu o Namorado".

Chegamos no mesmo carro preto que estava me seguindo há minutos atrás. O homem me joga no banco de trás e senta do meu lado, logo em seguida a Lívia aparece e vai para o banco de motorista. Ela me olha pelo retrovisor, sorri debochada e volta a olhar para frente, começando a dirigir logo em seguida.

[...]

No meio do caminho o homem me vendou, me impedindo de ver o resto do caminho. Passou muito tempo até que finalmente o carro parou de se movimentar e saí sendo arrastada sem poder ver nada.

Depois de um tempo fui jogada para uma cadeira. Senti minhas costas doendo pelo impacto. E fechei meus olhos com força.

Ainda estou processando o que está acontecendo, não consigo chorar, gritar, nem me mexer direito.

— Cecília, Cecília — ouço a voz da Lívia e sinto a venda sendo tirada dos meus olhos com brutalidade, quase arrancando meus olhos juntos — Você já ouviu falar em suicídio? — ela ri e sai andando.

Merda. Ela quer me matar e fazer parecer que foi um suicídio? Essa mulher é louca, só pode.

Olho em volta e está tudo escuro, não consigo ver quase nada, o lugar é pequeno e eu estou no centro, presa a uma cadeira. Tento me mexer e isso faz com que a cadeira provoque muito barulho, e vejo o homem de ante aparecer e me olhar de forma ameaçadora fazendo com que eu pare de me mexer.

Últimos capítulos....
Me perdoem pela demora.

A Filha Da EmpregadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora