Capítulo 2

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AVISO DE GATILHO: Pensamentos suicidas


Seokjin estava tranquilamente em seu apartamento, curtindo uma torrada com um café quente quando o seu telefone celular começou a vibrar. O aparelho tinha acabado de ser carregado e mesmo sendo cinco e meia da manhã, já o estavam procurando? Ele esperava que fosse algo sério.

E era. Era o hospital o chamando, pois Min Yoongi, seu paciente e amigo havia se internado voluntariamente.

O moreno nem pensou direito e somente buscou a primeira roupa limpa que tinha e correu para o seu Corolla, acelerando mais que o necessário para chegar rapidamente ao hospital da cidade. Yoongi não era alguém que se internaria voluntariamente e se isso havia ocorrido era porque ele estava realmente muito mal, o psicólogo só não conseguia entender o porquê do músico não o ter ligado e sim ido para a emergência. Mas isso Jin logo descobriria, pois na próxima curva, estaria no ambulatório.

—--

Seokjin foi informado de tudo que precisava saber e com uma leve batida, adentrou no quarto particular que Yoongi estava. Com cuidado ele fechou a porta atrás de si, observando o moreno adormecido na cama, com um remédio sendo injetado em sua veia, pois o músico tivera um pouco de dificuldade para dormir, porque queria falar com uma pessoa, mas não estava autorizado a tal ato.

O psicólogo suspirou fundo e se sentou na cadeira ao lado da cama pensando no quanto frustrado estava, pois podia jurar que a terapia estava ajudando ao outro, mas claramente Yoongi estava escondendo os fatos e o médico deveria ter percebido isso, mas provavelmente escapara na distração que o pequeno sorriso do rapper lhe causava. Ele era um idiota.

Por sorte, naquela manhã o moreno não tinha nenhuma consulta marcada, então ele ficou sentado, aguardando o outro acordar, o que aconteceu mais ou menos uma hora depois, quando um gemido irritado se fez presente no ambiente, indicando que o rapper já estava reclamando de algo, típico.

— Min Yoongi.

A voz de Seokjin era séria e não deu espaço para o músico tentar inventar alguma desculpa ou começar a contar alguma gracinha. O psicólogo queria toda a verdade e seu olhar exigia isso do outro, que abaixou os ombros e suspirou, sabendo que não poderia evitar aquela conversa.

Yoongi contou automaticamente, tentando não demonstrar emoções, mas no momento que ele explicou que havia se jogado, os olhos dele se encheram de lágrimas e ele tentou disfarçar pigarreando, mas aquilo não passou despercebido a Seokjin, que mordeu a parte interna da bochecha e permaneceu em silêncio até o final do relato.

— Então... Esse homem desconhecido te incentivou a se internar aqui? — perguntou o psicólogo e recebeu somente um abanar de cabeça como resposta. — Por que você não me ligou, Suga?

— Porque eu não levei celular.

— Eu quero dizer antes... Você sabe o que eu estou falando, Yoongi. — Jin afirmou, suspirando fundo. — Achei que nossa relação era de confiança.

— E é... Eu confio em você.

— Então por que chegou naquele extremo, hein?

— Você me convenceria... a não fazer.

— Claro que iria. — O mais velho levou a mão até a têmpora, a apertando com força, como fazia sempre que tentava se controlar para não xingar alguém. — Yoongi... Eu achei que nossas conversas estavam dando resultado...

— Desculpa, Jin. Eu... só não funciono m-mais. — A última palavra havia saído entrecortada e o músico levou nervosamente a mão até o cabelo enquanto respirava fundo. — Não tem sentindo... Eu me sinto uma pessoa tão ruim, que não merece nada do que já teve ou ganhou... nem do amor. Eu sei que Jungkook e Taehyung não me culpam, que me querem melhor, que me amam, mas eu não mereço... Eu só trouxe sofrimento para a vida de todos e eu nem consigo mais trabalhar, não escrevo mais, não sou útil!

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