Capítulo 61

1.2K 195 70
                                    

A data era vinte e quatro de dezembro e Seokjin não acreditava que estava na empresa naquele dia, trabalhando. O homem sentia que toda a sua vida estava sendo sugada para dentro daquele notebook, repleto de planilhas com números que não acabavam mais.

— Alguém pediu um café bem forte para conseguir terminar o dia? — A voz de Jackson era música para os ouvidos cansados de Seokjin, que há horas apenas escutava seus dedos batendo contra as teclas do notebook. — Eu sei, eu sei... Best bro ever!

— Por favor, fique quieto e me dê o café.

— Rude! — O chinês proferiu, entregando o copo de café para o outro. — Eu já terminei a minha papelada, quer ajuda?

— Uau, você realmente está trabalhando. — comentou o mais velho, com um sorriso. — Acho que não preciso de ajuda... Já estou terminando.

Seokjin bebeu um longo gole do líquido amargo e mesmo estando bastante quente, ele apreciou a ajuda para se esquentar, pois o clima estava gélido e mesmo com aquecedores, o ambiente não estava totalmente aconchegante.

— Jack, vai levar acompanhante para a festa?

— Eu não tenho ninguém, hyung. — disse Jackson, suspirando fundo. — Resolvi não procurar nenhum dos contatinhos, pois é uma festa entre amigos e ninguém merece desconhecidos nas fotografias.

— Nem fala isso! Tem uma das fotos com aquele Jeonghan nela... — disse o psicólogo. — Acho que Tae já queimou aquilo.

Jackson riu e Seokjin voltou a se concentrar no trabalho, pois quanto mais rápido terminasse, mais rápido voltaria para o conforto do seu apartamento. Mesmo que quando chegasse lá tivesse que sair para uma longa viagem de carro até a casa de inverno de Yoongi. Mas tudo valeria a pena do final das contas.

Hey, Jinnie... Oh. Jackson.

Mark era uma das poucas pessoas na empresa que tratavam Seokjin não apenas com o respeito que seu cargo exigia, mas também como um amigo. O psicólogo gostava do homem e pelo sorriso que o americano exibia para seu irmão caçula, algo o dizia que Mark gostava de Jackson.

— Você não sabia que ele estava aqui?

— Não. Eu fui no RH buscar uns arquivos que você precisava assinar.

— Que absurdo! E se ele fosse um bandido? Eu morreria por sua causa, Mark. — O psicólogo brincou, bebericando um pouco mais da bebida quente. — Como andam as coisas com a Hana?

— Ah, nós terminamos há algumas semanas.

— Opa! — Jackson não controlou a comemoração e Jin abaixou o olhar para o computador, tentando não rir. — Quer dizer, opa... eu acabei de comprar uma ação aqui...

— Ah, que bom senhor. — Mark disse, com um sorriso.

O secretário levou os dedos até o cabelo castanho claro e passou a mão, colocando alguns fios rebeldes atrás da orelha. Seokjin não pode deixar de notar o flerte e riu para si, pois seu irmão parecia um bobo, com o sorriso aberto enquanto fitava o rosto de Mark, como se estivesse gravando cada detalhe da fisionomia do outro.

Um minuto se passou e o psicólogo cansou das trocas de olhares e para ser sincero, estava ficando um pouco constrangido com a cena.

— Senhor aqui sou eu. — comentou Seokjin, fazendo Mark o olhar com os olhos um pouco arregalados. — Já estou velho, minha coluna dói.

— Você é velho, entendemos. — Jackson proferiu.

Seokjin esticou a perna por debaixo da mesa e deu um leve chute na canela do irmão.

On & OnWhere stories live. Discover now