Capítulo Trinta e Dois

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Jennie Kim

Lalisa vai pagar caro. Muito, muita caro. Meu sangue fervia como se fosse um vulcão em erupção. Eu precisei ir até o banheiro para não subir naquela maldito palco e enfiar aquela prêmio no rabo das duas.

Lalisa não vai passar dessa assim, tão fácil. Ela acha mesmo, que vai simplesmente me ignorar e usar outra mulher para me causar ciúmes? E quem aquela vadia pensa que é? Ela acredita que pode simplesmente tratar a Lalisa como quer?

A minha Lalisa como bem desejar?

Isso mesmo, a minha, a minha Lalisa. Só minha e de mais ninguém.

Parece que ela se esqueceu disso, parece que se esqueceu que é apenas minha. E eu vou precisar lembrá-la.

Ajeitei meu vestido e me olhei no espelho. Meu olhar transbordava ódio e raiva. E meu rosto se encontrava no mesmo estado. Meus ombros estavam frustrados e eu queria muito socar aquele espelho até seus inúmeros pedaços de espalharem pelo chão. Mas no final, eu acabaria tendo de comprar outro e isso não diminuiria em nada minha raiva.

Nem se eu lutasse com um touro, me acalmaria.

Elas mexeram com algo sério.

Suspirei pesadamente forçando um sorriso contra meus lábios e passei os dedos por minhas curvas, conferindo se estava tudo corretamente no seu devido lugar. Em seguida, ergui a cabeça e sai do banheiro como se nada, nem ninguém, pudesse me abalar. E ninguém, nem nada, irá me abalar.

Peguei um taça de champanhe enquanto caminhava até minha mesa. Lalisa ainda estava no palco contemplando seu prêmio, e a piranha também estava ao seu lado. Observando-a e comendo-a com aquelas malditos olhos. Eu manti meu olhar firme em sua direção. Se eu pudesse, a mataria agora mesmo com apenas aquela olhar.

Tzuyu não olhou para mim, mas Lalisa sim. Ela sorriu e balançou o prêmio em minha direção.

Eu estava feliz por ela, claro. Ganhou um prémio importante. Mas eu estava furiosa demais para lhe dar qualquer tipo de atenção.

Virei um pouco a cabeça e olhei para ela, na mesma intensidade que estava olhando para Tzuyu. Pude sentir de longe, o suor se estabelecer nas palmas de suas mãos, e seu pomo de Adão movimentou por sua garganta, indicando que ela havia acabado de engolir a seco.

Não sorri, muito menos abaixei meu semblante. Continuei das mesma forma, a torturando com o olhar. Ela percebeu o motivo de minha tamanha irritação, obviamente. Pois, se afastou de Tzuyu o máximo que podia e tentou não olhar em sua direção, mesmo a mesma o chamar diversas vezes para que ela ficasse ao seu lado.

— Agradecemos a universidade, que nos forneceu o local, aonde aconteceria nosso importantíssimo evento. — Algumas palmas foram distribuídas por todo o salão, e eu não conseguia nem sequer me mexer. — A festa está apenas começando, por favor se divirtam! Ali atrás, possuímos um ótimo local para beber aquela drink e quem sabe, encontrar seu par ideal numa paquera... e mais a direita, temos nossa gloriosa cozinha e está cheia de petiscos deliciosos! E não se esqueçam de ir à clínica de fertilização e pedir o espermatozoide 2788!

Alguns riram e outros, como eu, reviraram seus olhos e tentaram não vomitar com tamanha nojeira. Esse cara é um maníaco, que não faz sexo a anos, e quer ter filhos por milagre. Tudo bem, ele realiza o sonho de inúmeras mulheres. Contudo, se eu soubesse, que esse cara, seria o pai do meu filho... nem morta eu aceitaria tal coisa.

— Unnie...- minha atenção do palco sumiu completamente, quando sua voz grave soou próxima ao meu ouvido. Tentei a todo momento não virar para trás e comecei a olhar ao redor para me certificar de que ninguém estaria olhando. E por minha sorte, minha mãe estava entrando no banheiro. — Porque você está assim?

Seus dedos longos tocaram meus ombros desnudos e eu quase me derreti aos seus encantos. Porém, eu seria forte, e mostraria para ela, quem manda.

— Tire suas mãos de mim, e volte para sua namoradinha. Não é isso que você fez a tarde toda? Me ignorar e fuçar de papinho com ela por todo lugar?

Um longo e pesado suspirou bateu contra a pela de meu pescoço e logo em seguida a cabeça de Lisa se posou em minhas costas. Eu tentei me afastar, mas suas mãos rodearam minha cintura me prendendo no lugar.

— Lalisa! Esta cheio de pessoas aqui, não fique de gracinha e me solte!

Nada aconteceu. Quer dizer, além de seus lábios, seus deliciosos lábios, beijarem um pouco acima do início do vestido me causando inúmeras sensações. Ela sempre fazia isso, me beijava em inúmeros lugares quando sua barra estava suja. E dessa vez, eu não vou cair nesse seu joguinho.

— Eu vou sair por aquela porta, e vou subir até a última porta do corredor a esquerda. Me espera sair, e vá atrás depois de alguns minutos. — A obriguei a me soltar e me pus em pé, ajeitando o vestido. Olhei novamente em todas as direções para confirmar e ninguém havia percebido o que aconteceu. E por sorte, todos estavam interessados em suas vidas, e não cuidando da minha.

Lancei um olhar sob Lisa e segui meu caminho lentamente até a porta atrás do palco, escondida. Onde,algumas minutos atrás, Lalisa estava lá com a vadia. A porta se abriu facilmente e eu tratei de entrar antes que alguém percebesse qualquer coisa.

Eu já havia vindo aqui, inúmeras vezes, e conhecia esse lugar de cabo a rabo. As paredes eram tão belas e cheias de histórias. Com quadros incríveis e extremamente importantes.

As paredes, em um tom azul-marinho, eram cobertas por retratos de antigos e excelentes alunos. Havia muitas portas, e cada uma, dava em uma sala diferente. Mas a última, em especial, ficava a sala do diretor. Que eu tenho certeza, que não entraria nela durante os próximos dias, já que ela é extremamente fraco para bebidas e mesmo assim, gosta de se esbanjar.

Virei a maçaneta e Lalisa entrou pela porta que eu havia entrado alguns segundos antes. Andando em passos apressados e soltando alguns botões do seu magnífico e caro terno. Me aproximei das janelas e tratei de fechar as cortinas. Ninguém iria nos ver nesse lugar. Caso isso aconteça, estaríamos ferradas.

— Você vai continuar com esse ciúme maluco? — Ela disse assim que adentrou o local e trancou a porta atrás de si. — Eu já te expliquei que Tzuyu é apenas uma amiga, Jen. Por favor, não vamos ficar discutindo por assuntos bobos, eu ganhei o prêmio hoje, sabia?

Precisei segurar um riso cheio de deboche, e tentar manter meu olhar sobre Lalisa.

— Ciúme maluco? Por favor Lalisa Manoban, não comece a ficar se colocando no lugar de vítima. Aquela filha da puta, está caidinha por você, e não consegue esconder nem de longe! E o jeito que você olha para ela? Você a olha com amor, com desejo, com carinho... não me diga que isso é apenas um ciúme maluco ou que são paranoias da minha cabeça, porque eu tenho certeza, que não é!

Lisa suspirou outra vez, irritada e passou os longos dedos por seus cabelos limpos enquanto me olhava. Eu não conseguia descifrar seu olhar, muito menos tentar entendê-la.

Quando finalmente, foi dizer alguma coisa, precisei me segurar na mesa ao meu lado para não cair no chão.

— Amor? Como pode dizer que eu a olho com amor, se eu só amo você?


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Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now