Capítulo Trinta e Quatro

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Lalisa Manoban

Eu observei ela passar por mim, e sair da sala sem nem ao menos olhar em meu rosto.

Meu peito, dói, dói a cada batida do meu idiota coração, que insiste em ama-lá, mesmo depois de tantas dores. Dói só de pensar, que ela acabou de sair por essa porta, pensando que algum dia, eu poderia trocá-la, ou desejar alguém, que não fosse ela. Que eu poderia, em algum lugar, me imaginar com outra pessoa sem ser ela. Como ela consegue, pensar em algo tão imaginário assim?

Como ela não percebe? O quão doida eu sou por ela? Eu pularia de um prédio agora mesmo, apenas para sentir seu sorriso, ou escutar o som da sua gargalhada.

Ela é tão linda. Tão perfeita. Os longos cabelos escuros como a noite, macios, sedosos e cheirosos, a pele bronzeada, e tão saborosa. O rosto delicado e completamente meigo, todo desenhado da melhor maneira possível, eu nunca me canso de observar seus belíssimos e monárquicos traços. A boca. Tão vermelhinha e convidativa, que eu passaria minha vinda inteira, me dedicando a beija-la.

Eu sou completamente apaixonada por ela. E nem nos meus melhores sonhos, me imaginei, algum dia, provar algo assim, como o amor. Mesmo com sua personalidade complicada e algumas vezes, insensível, ela conseguiu me cativar e me prender a si. Eu não consigo mais, ir embora. Não consigo, me imaginar, vivendo uma vida sem ela e uma rotina sem sua presença.

Me imagino, daqui a uns anos, com nosso primeiro filho nos braços e com a vida perfeita que podemos ter. Seria tola e louca, se a deixasse ou se sequer levasse isso em cogitação. Uma ideia extremamente alucinante e ficcional.

Meu olho ardeu, e lágrimas molharam minhas bochechas. Lágrimas grossas. Lágrimas de dor. Meu corpo dói, meu coração lateja e eu só quero, que seus braços me rodeiam e diga que vamos ficar juntas.

Tzuyu é apenas uma amiga. Uma boa amiga.

Possuímos gostos iguais, por isso, me sinto bem conversando com ela. E sempre que Jen e eu temos algum problema, Tzuyu quem me ajuda e me diz como agir com ela. Ela entende mais de mulheres do que eu, e sua presença, me ajuda a não fazer tantas burradas. Porém, ultimamente, o que mais tenho feito é magoado minha Unnie e deixá-la com muitas desconfianças.

Tenho sido uma má garota, e eu não irei receber apenas punições sexuais dessa vez. Pelo contrário, ela estava mexendo com algo mais profundo, algo que vem de dentro.

Jennie Kim me ensinou, a amar, me ensinou a desejar o bem de outra pessoa mais do que o seu. Me ensinou a sorrir só em imaginar, que ela está feliz. E que me faz querer chorar quando a vejo triste ou desanimada. Eu faço de tudo por ela, tudo, e mesmo assim, sinto que não é o suficiente.

Eu devo demonstrar mais? Devo dizer o quanto a amo?

Mas e se eu for rejeitada? Como irei reagir? Terei forças o suficiente para conseguir olhar para ela, e dizer tudo que sinto sem gaguejar?

Merda. Ela é tão bela. Tão única.

Precisei me sentar em algum lugar, e pensar em alguma solução para trazê-la de volta para mim. Eu apenas quero a pegar em meus braços e mostrar, como eu posso ser uma mulher boa para ela. Uma mulher na qual ela possa se orgulhar e se apaixonar.

Eu sei que ela não me ama. Eu sei. Sei que posso ser apenas uma aventura, e que logo logo, ela vai me chutar. Mas eu quero viver o agora, o presente, não quero me importar com o futuro.

Eu precisaria tanto de meus pais. Eles saberiam como reagir e me dizer o que eu deveria fazer. Eu quero tanto minha mãe. Quero poder sentir seu perfume forte e escutar suas palavras que sempre me confortaram. Kim não deve notar, mas eu preciso deles. Eu tenho certeza que não me abandonaram, e que estão precisando de um tempo.

Imagino, quando eles voltarem. Como será?

Terei coragem o suficiente para largar a casa da mulher que amo, e voltar para o abrigo dos papais? Ou vou recusar tudo que já tive, e me entregar de corpo e alma para quem eu amo?

Sorri só em pensar. Talvez essa seja a solução certa a tomar. Ficar com quem você ama, é o certo.

Respirei cansada e pesada.

Era um dia especial para mim. Ganhei um prémio cobiçado e que me ajudará a promover meus quadros e esculturas, mas tudo se foi, toda à felicidade saiu de mim. Quando ela chegou, estava tão linda. Naquele vestido preto que a deixa extremamente sexy. Eu queria tanto poder dizer para todos, que ela era minha. E afastar o olhar dos homens pervertidos que a encaravam confirme desfilava pelo salão.

Contudo, eu não podia. Não podia nem ao mesmo conversar com ela enquanto estávamos em público. E querendo ou não, isso também me machuca.

Quando Tzuyu subiu no palco, por um momento, eu me perdi e a imaginei ali comigo. Me presenteando e dizendo o quão orgulhosa estava.

Para falar a verdade, eu nem me lembro quantas vezes, já me peguei conversando com Tzuyu, e imaginando que fosse ela ali. Talvez, seja porque eu queria que ela fosse um pouco parecida com Tzuyu. Um pouco meiga, e um pouco carinhosa. Mas se for parar para pensar, eu talvez, não a amaria se fosse assim. O jeito da minha Unnie, me cativa, e me encanta cada dia mais. Ela é poderosa. Muito poderosa. Quando ela olha para você, é como se o mundo fosse dela. E isso é o que eu mais admiro nessa mulher.

Ela conquistou tudo sozinha. Não precisou de ninguém para atingir seus objetivos e muito menos a ajudar subir na vida. É tudo mérito dela e exclusivamente dela.

Me sinto inferior perto dela. Me sinto como se nada que eu fizesse fosse capaz de superar a grandiosidade que ela possui. Entrei na faculdade para impressiona-la. Para mostrar, que posso ser capaz e ser tão boa quanto ela.

Percebo que tudo que faço, depende da opinião dela ou do modo como ela vai agir. E eu me sinto bem assim. Com ela. Só com ela.

Por isso, não vou deixar que ela se vá assim.

Não sem que eu possa lutar, para que ela fique.





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Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now