Capítulo Quarenta e Três

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Lalisa Manoban

— Quando ela chegou, vocês viram se ela estava acompanhada?

Eu precisava saber o que aconteceu, e quem fez isso com Kim. Contudo, os funcionários dessa merda de hospital, nem ao menos queriam me dizer o nome dela. Apenas dizem que precisam seguir um protocolo e não vão me dizer nada, enquanto a paciente não der a autorização.

O único problema, é que Kim está dormindo desde ontem, e até agora, não deu nem um sinal de que irá acordar nas próximas horas.

— Eu sinto muito, senhora Manoban, mas informações como essas, não podem ser liberadas com tanta facilidade, a senhora nem ao menos consegue nos informar seu grau de parentesco com a paciente.

Cocei a cabeça com raiva tentando pensar no que eu posso dizer. A enfermeira estava apenas fazendo o seu trabalho, eu entendo, mas como as coisas conseguem ser tão difíceis assim?

Eu deveria dizer que sou a namorada dela, mas quando Kim acordar, vai me desmentir.E dizer que sou sua meia irmã, é demais para mim. É óbvio que não somos irmãs.

— V-vocês chamaram a polícia? As marcas no corpo dela não são nada para vocês? Chegaram a perceber isso? — Apontei em direção a Jen deitada na maca. Ainda sem reação nenhuma, sua respiração estava tão lenta que eu quase não a ouvia. Aquilo estava doendo meu coração, estava me colocando em um pequeno ninho de desespero onde eu não sabia o que fazer, e não conseguia ficar apenas parado, enquanto o maldito monstro que fez isso com ela, está por aí. A enfermeira se aproximou e passou a analisar os ferimentos no corpo dela. — Não perceberam isso quando ela chegou? Estão cegos? Como não viram algo tão grave assim?

— Ela estava embriagada, senhora Manoban. Não sabíamos que era algo tão grave, acreditamos que eram apenas alguns arranhões.

— Você pode cuidar disso agora, por favor? — Perguntei tentando não soar tão ignorante, como estava sendo. Sei que eles não são obrigados a saber de tudo, mas pelo menos, poderiam ter dado mais atenção a ela.

Só de lembrar, que ela ficou gritando por horas, precisando de alguém que a entendesse, me faz querer arrancar meu coração do peito. Eu sei que estávamos afastados. Sei que ela me magoou, e que brincou comigo. Mas não posso negar o quanto a amo, e o quanto me sinto um inútil por tê-la deixado sozinha. Kim tem feito algumas coisas que realmente, me deixam em uma situação difícil em relação a ela, porém, ela só precisa da minha ajuda, do meu carinho.

Kim é uma mulher complicada. Ela não se satisfaz com pouca coisa. É o jeito dela, e eu não posso mudar isso. Preciso apenas me adaptar. A amo o bastante para fazer isso.

Ainda não esqueci, a dor que senti quando meu pai me contou sobre a manipuladora que ela era. É nosso pai, e por isso eu acreditei nele. Ele me conhece, e pensando bem, ele não esteve tão presente na vida de Kim para saber como ela é, ou como ela age. Deixei-me enganar por ele, eu admito. E pensei o pior, da mulher que cuidou de mim quando ele não estava lá.

Que merda!

Minha cabeça está uma tormenta. Eu fico voltando e voltando no mesmo assunto! Preciso dar um basta final nisso tudo.

Obviamente, eu amo Kim e isso não vai mudar. Não vou conseguir esquecer alguém como ela, nem que minha memória seja apagada, sempre deixará um rastro para trás, mesmo que seja pequeno.

Portanto, precisamos esclarecer as coisas. Precisamos decidir o que vai acontecer entre nós duas, e se ela realmente, me ama.

Não preciso que ela diga isso a todo momento, ou a toda hora. Quero apenas, que ela me dê um sinal, se seu sentimento é verdadeiro. Ou apenas um maldito jogo.

Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now