Capítulo Quarenta e Um

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Jennie Kim

Uma semana depois

A mudança para minha nova casa começou a alguns dias. Busquei algo para focar e não perder meu tempo com pensamentos desnecessários. Sobre pessoas desnecessárias.

E sim, estou me referindo a Lalisa.

Que por incrível que pareça, não me procurou, muito menos tentou se comunicar comigo nos últimos sete dias. Nem ao menos um telefonema ou um uma mensagem agradecendo tudo que eu fiz por ela. Eu não estou cobrando nada, é apenas uma maneira de arranjar uma desculpa para que ela me procure.

Lalisa está livre de mim agora. E isso certamente me incomoda um pouco. Eu não entendo porque ela simplesmente foi embora. Meu pai não teve tempo o suficiente para fazê-la ir assim, sem explicações.

Algo deve ter acontecido... ou eu apenas quero me iludir, acreditando que ela não me deixou.

— No que você pensa tanto, filha?

Acabei dando um leve sobressalto com o susto. Minha mãe não avisou que viria.

— Que susto, mãe! — Coloquei a mão sobre o peito tentando regular minha respiração novamente. — A senhora podia ter ligado, avisando.

Ela estava com um semblante irritado. Colocou a bolso e o casaco sobre a mesa de vidro que tinha acabado de chegar, e cruzou os bravos me olhando.

Mesmo com todos esses anos nas costas, minha mãe ainda era uma mulher belíssima. Mesmo irritada.

— Aconteceu alguma...— Ela nem ao menos me deixou terminar.

— O que você fez com Lalisa?

Droga. Maldito seja aquele que contou algo a ela.

— O que eu fiz? Eu não sei do que a senhora está falando. — Virei as costas tentando esconder meu nervosismo e comecei a desembrulhar os quadros que estavam no chão.

— Não seja imbecil, Kim! Seu pai me ligou ontem, me contou cada detalhe! Como você pode fazer isso? Lalisa era apenas uma menina!

Apenas uma menina? Ah por favor, faça-me rir.

Agora, eu sou a vilã da história? Eu quem fiz tudo sozinha, então?

— Eu não sei no que o maldito daquele homem te fez acreditar, mas pode ter certeza, eu não fiz nada de errado. — Ainda não conseguia olhar para ela. Comecei a abrir as embalagens de papelão com uma tesoura, que foi retirada de minha mão com certa brutalidade e jogada no chão com o quadro. Respirei fundo para não gritar com minha mãe. — Não me trate como uma criança.

— Não te tratar como uma criança? Você parece uma Jennie! Você... você molestou a menina! Forçou ela a transar com você e a machucou! Seu pai disse que Lalisa está chorando todos os dias! Ela não consegue nem se olhar no espelho, sente nojo dela, do corpo, de você... Lalisa não consegue nem sair de casa direito, fica lembrando de tudo que você a obrigou a fazer.

Ela deu uma pausa, parecia que estava prestes a chorar. Mal sabia ela, que eu queria colocar tudo que comi para fora.

Lalisa disse mesmo isso? Ela realmente está assim? Meu pai não mentiu? É claro que ela mentiu. Lalisa estava bem... mas... se fosse mentira, porque ela iria embora sem pensar duas vezes?

Não, Kim. Você não fez nada.

— Ela não consegue nem dizer seu nome sem chorar. Seu pai irá processá-la por abuso sexual. E eu sinto muito minha filha, mas eu não vou te apoiar nisso. Eu não consigo acreditar, que você fez isso Kim... não consigo mesmo. ...

Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now