Capítulo Trinta e Cinco

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Narrador ON

Coitadinha da Kim. Caiu em sua própria ilusão. Ou será, que não?

Mesmo querendo acreditar em tudo que ouviu da boca de sua amado, ela não conseguia. O medo de se machucar, de se iludir e de ser abandona por alguém que ama, ainda está dentro dela. A relação com o pai, querendo ou não, a afetou de uma forma incompreensível. Ela quer acreditar, que aquela que faz seu coração acelerar, é inocente. Que todas aquelas cenas e sorrisos, eram apenas um boa amizade, e que ela nunca, nunca iria magoar alguém como ela. Mas seu peito dói, e a cada segundo, é como se o ar do mundo estivesse acabando, seus pulmões encolhendo e suas narinas se fechando. Ela estava entrando em total desespero, e não tinha a quem ampara-la.

Afinal, sua mãe, aquela para qual sempre corria quando tudo arruinava, não podia nem saber o motivo de sua perturbação. Jisoo, sua fiel e justa secretária, e também amiga, não estava tão presente em sua vida quanto antes. Ela não seria idiota de procurá-la apenas para chorar. Chaeyoung, sua prima distante e companheira, estava em uma viagem de negócios até o Brasil. E sua única opção, seria Lisa.

O motivo de todo esse caos.

O motivo de todo o universo estar sendo manipulado e transcrito apenas para que Lisa, esteja feliz.

Quando foi, que Kim deixou de ser uma mulher tão confiante e tão fria? E passou a ser algo que nem ela mesma consegue descrever?

O sufoco em sua garganta, seria... o amor?

Claro, a essa altura do campeonato, quem seria o tolo de não imaginar que as duas estão perdidamente apaixonadas uma pela outra?

O salto fino batia contra o chão de concreto do estacionamento como se fosse marcá-lo. Kim espumava pela boca enquanto caminha até seu carro no fim do local. Ela estava perdida e sem saber para aonde ir. Estava nervosa, furiosa, triste, machucada e decepcionada.

Decepcionada consigo.

Decepcionada com Lisa.

Ela não conseguia imaginar, que agora, talvez, ela podia estar com Tzuyu em seus braços e que realmente, aquela seria a última vez que trocariam alguma palavra ou que se olhariam nos olhos. Talvez, Lisa fosse embora agora mesmo e nunca mais retornasse.

Pensar nisso, fez com que a poderosa mulher, perdesse o rumo por alguns segundos e precisasse parar e analisar onde estava, exatamente seu carro. E não, não era no fim do local. Na verdade, ela nem sequer estacionou o carro naquele estacionamento.

O carro estava no beco atrás. Ela não queria que soubessem de sua presença e tentou ser o mais discreta possível. O que como podem ver no capítulo anterior, não deu muito certo.

Bufando, a morena levou as mãos aos fios longos e grossos e os amarrou em um coque mal feito.

Sentia calor.

Muito calor.

Talvez, sua pressão estivesse aumentando de uma forma totalmente gratuita. Esperou alguns segundos até se recompor, e avançou em passos largos até a saída do estacionamento.

Alguns andares acima, Lisa, apertava desesperadamente os botões daquele maldito e velho elevador. Tentando a todo custo conseguir chegar a tempo antes que aquela, a quem ama, fosse embora.

Os dedos já estavam suando e ela precisou afrouxar a gravata para não perder totalmente o ar.

Os convidados estavam aproveitando e se deliciando com a fartura de bebidas e alimentos.

Quanta idiotice. Quanto dinheiro jogado fora.

A castanhada começava a socar os botões com força, quase os tirando do lugar e os afundando na parede.

Se soubesse, o quão sexy estava nesse momento, ficaria irritada mais vezes, apenas para atiçar sua Unnie.

Do outro lado do corredor, seu nome foi chamado, mas o clique do elevador e a porta se abrindo, a dispersaram de qualquer outro lugar.

Entrou mais do que de pressa na pequena cabine, e novamente, esmurrou os botões enquanto sacudia seu paleto exuberante e calorento.

Incrível não?

Ambas estão conectadas até nos mínimos detalhes.

O calor e o desespero estão presentes no corpo de ambas.

— Por favor, que não seja tarde demais.

Calma meu amor, não será tarde demais. Acredite em mim.

Mesmo que vocês estivessem a milhares de estrelas, arrumariam um jeito de se encontrar. Afinal, foram feitas uma para a outra. Como o sol e a lua. A areia e o mar.

A luz da lua iluminava o antigo e inacabado beco.

Ele era exatamente, o meio, entre duas empresas incrivelmente ricas e poderosas. Concorrentes da de Kim.

O carro estava encostado próximo à calçada e não havia ninguém por ali. Nem mesmo algum gato ou cachorro de rua.

Jennie suspirou enquanto se aproximava e apertou o alarme pronta para abrir a porta.

Mas eu avisei meus queridos, nem que fossem criadas em mundos totalmente diferentes uma da outra, arrumariam uma forma de se encontrarem.

— JENNIE!

A voz grave e rouca, soou na entrada do beco. Causando arrepios por toda a pele da mulher, que agora, havia deixado suas chaves caírem próximas aos seus pés, trêmulos.

Ela voltou.

Ela realmente, não a deixará partir.

Fim.


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Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now