42 - Serious Conversation

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90% do plano já estava completo. As nossas substitutas já haviam tirado aquela foto tradicional de cadeia com a plaquinha e tudo mais, já estavam vestindo seus uniformes caqui e já empunhavam as pistolas que elas mesmas haviam trago. Obviamente tirei algumas balas de suas armas para que coincidisse com o número de projéteis que a polícia encontraria. É claro que eu gastaria mais munição quando Ally me desse o sinal verde, e por isso deixei dois pentes vazios na sala onde os funcionários do presídio se aglomeravam.

Estava correndo tudo perfeitamente bem, com excessão de Dinah, que havia sumido desde nossa última conversa, se é que posso chamar aquilo de conversa.

Eu estava realmente preocupada, mas não especificamente com Dinah. Ela era uma mulher extraordinariamente forte, eu sabia que ela ficaria bem e que só precisava respirar um pouco, o que estava de fato me preocupando era nós duas. Eu precisava conversar com ela em caráter de urgência, caso contrário, eu não sei o que poderia acontecer.

- Aqui está. - Lauren falou ao colocar uma pilha de roupas, que ela havia pego nos armários dos guardas encima do sofá, me trazendo de volta ao planeta Terra. Era óbvio que não iríamos sair da prisão com aqueles uniformes horríveis, até porque seria o mesmo que colocar uma placa de "Chame a polícia." em nossas testas.

- Você viu a Dinah por aí? - perguntei para a de olhos verdes.

- Ela está no pátio. Disse que quer ficar sozinha.

- Pois ela que lute. - me aproximei e peguei uma roupa para mim e para Dinah. - A propósito, obrigada pela informação. - ela assentiu e sorriu de lado entes de eu sair da salinha e ir atrás de Dinah.

Bem como Lauren disse, lá estava Dinah, sentada no chão, escorada em uma parede com os olhos fechados, talvez estivesse até dormindo, já que já havia anoitecido, mas eu não podia deixar aquela conversa para depois.

Me aproximei dela e parei na sua frente, ela suspirou pesadamente e abriu os olhos para me encarar quando teve a sensação de que não estava sozinha.

- Diga. - ela falou.

- Pode me chamar de egoísta, invasiva ou de qualquer outra coisa que você quiser, mas eu já te dei tempo o suficiente sozinha, agora você vai ter que me aturar, quer você queira, quer não. - me sentei ao seu lado e coloquei as roupas que peguei para ela em seu colo, colocando as minhas no meu.

- Você não deveria estar supervisionando as meninas? Afinal, essa é a parte mais importante do plano não?

- Sim, eu deveria. Mas acontece que eu prefiro estar aqui com a parte mais importante da minha vida, você. - falei olhando em seus olhos. - Eu sei que está chateada comigo, mas eu preciso muito falar com você.

- E eu sei que não tenho outra escolha se não ouvir, então vá em frente. Fale. - suspirei.

- Eu preciso te pedir desculpas, não só pelo que aconteceu com a Ariana, mas por tudo. Você tem total razão em estar me evitando.

- Não estou te evitando, só estou tentando reorganizar minha cabeça.

- Essa é a questão. Estava tudo bem e eu consegui fuder com tudo de novo. Tudo bem que uma hora ou outra todos eles iriam acabar com um tiro na cabeça, mas você está certa, não tinha necessidade de eu ter feito aquilo com ela. - falei. - E pior, eu não parei pra pensar que talvez você não quisesse uma arma em sua mão. Não parei para pensar que depois de todos esses anos você tivesse se libertado de algo que eu não sei se consigo me libertar.

- Você sabe que eu nunca quis uma arma em minha mão, mas eu fiz por você. - deu ênfase em "nunca" e eu suspirei mais uma vez.

- Eu sei... Só que agora eu estou vendo com clareza o mal que eu te faço. Eu achei que seria diferente agora que já somos adultas e que não tem mais ninguém entre nós, mas não está sendo. Eu estou cometendo os mesmos erros de sempre, te manipulado, fazendo com que você aja contra a sua vontade... Isso não é certo. - desviei o olhar de seus olhos e encarei o pátio vazio e escuro. - E desde a nossa última conversa, ficou claro pra mim que você também percebeu isso. 

- Onde você quer chegar com isso, Normani? - perguntou nitidamente preocupada.

- Eu vou te fazer uma pergunta, mas preciso que você seja 100% sincera e responda o que estiver dentro do seu coração. E tudo bem se a resposta for sim, eu vou entender, não precisa ter medo de dizer. - voltei a olhar em seus olhos. - Eu sei que você é o melhor para mim, mas eu não posso dizer que eu sou o melhor para você, porque eu realmente não sou. Eu quero te ver feliz, então... - suspirei pela milésima vez tentando tomar coragem para fazer a pergunta que seria capaz de me destruir. - Você quer a aliança de volta? - meu coração batia a mil e receber o silêncio como resposta não ajudou muito. - Dinah... Por favor, responda. - ela suspirou.

- É o que você quer? - neguei com a cabeça.

- Mas estou disposta a abrir mão de você pela sua felicidade.

- E onde você acha que está a minha felicidade? - perguntou como se fosse a resposta mais óbvia do mundo. - Fala sério, Normani. Desde que você chegou aqui eu sinto que tenho um motivo para acordar todos os dias. Eu me sinto segura ao seu lado, mesmo quando você banca a louca, eu me sinto completa quando estou com você. Minha felicidade está em você, eu não tenho dúvidas disso. Você foi, é e sempre será a mulher da minha vida. - um enorme sorriso surgiu em meus lábios. Era bom ouvir aquilo em meio a tanta insegurança. - Vem cá. - tirou as roupas que estavam em seu colo e colocou no chão, fazendo o mesmo com as roupa que estavam comigo, antes de me puxar para sentar em seu colo. - Sabe quando você vai tirar essa aliança do dedo? - perguntou. - No dia que eu for colocar ela nesse dedo aqui. - deslizou seu dedo sobre o meu dedo anelar direito e, em seguida entrelaçou nossos dedos.

- Você tem certeza de que quer isso?

- Você ainda pergunta? Amor, você sabe que sempre foi meu maior sonho construir uma família com você, não vai ser agora, que estamos tão perto, que vou desistir. Eu seria uma idiota se fizesse isso, não? - brincou e eu sorri mais uma vez. - Eu sempre serei sua. - falou antes de unir seus lábios aos meus em um beijo calmo e cheio de sentimentos.

- Eu te amo. - falei entre o beijo, a fazendo sorrir contra meus lábios.

- Eu também te amo. - separamos o beijo quando ouvimos alguém pigarrear.

- Detesto ser a empata foda, mas trago notícias. - Lauren disse, me fazendo levantar do colo de Dinah e recompor minha pose de "chefe de gangue". - Como o esperado, os familiares dos reféns começaram a ligar para saber notícias. Camila e Edgar estão fazendo cada um deles atender e dar uma desculpa, me parece que está tudo sobre controle. - falou. - E o mais importante, a Ally conseguiu invadir o banco de dados da polícia. Ela já começou a substituição dos nossos dados pelos dados das nossas substitutas. Disse ela que isso vai demorar no máximo uma hora e meia, então já temos o sinal verde para começarmos com a execução.

- Obrigada, Lauren! Já estamos indo. - ela assentiu e se retirou. Olhei para Dinah. - Melhor trocarmos de roupa, está chegando a hora.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Where stories live. Discover now