Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|

30 - Swallowing Frogs

- Você sabe que você e Normani são como filhas pra mim. Eu amo vocês e só quero o bem de vocês, mas isso que está acontecendo aqui... - fez um gesto com a mão para indicar o "agora". - Eu concordo que não deveria estar acontecendo. Não era pra você estar conhecendo seu filho só agora. Não era pra nenhuma das duas estar presa nesse inferno de concreto. Era para vocês três estarem bem longe daqui, sendo a linda família que eu sei que seriam. Mas às vezes a vida nos prega peças, peças essas que tentamos resolver da melhor forma que conseguimos, mas nem sempre agrada a todos. - suspirei.

- Mas... - me interrompeu mais uma vez.

- Cala a boca que eu ainda não terminei. - me repreendeu. - A Normani errou em muita coisa na vida, mas esse erro de que estamos falando agora foi para proteger, não só você, mas também o Dylan. Então não a julgue por pensar no bem da família dela, porque você não sabe nem de um terço do que ela passou para que vocês dois ficassem seguros.

- Lógico que eu não sei, ela nunca me conta nada.

- Pois é, mas já parou pra pensar que algumas coisas ela deixou de te contar porque ela tem vergonha? Normani se sujeitou a fazer muitas coisas que a deixam enojada só para que sua cabeça continuasse encima do seu pescoço. Coisas que ela se recusava a contar até para mim, mas eu insisti até ela ceder. - suspirou. - Depois que você foi presa, Khalid ficou irado com Normani por ela não ter feito o que ele queria. Ele descontou todo seu ódio nela. A fez de capacho, onde pisava sempre que podia.

- Que nem ela fazia comigo?

- Cala a porra da boca, Dinah! - mais uma vez fui repreendida. - Quando Khalid negociava com outros homens que nem ele, Normani era o "voto de confiança". - franzi o cenho.

- Como assim?

- Khalid fazia a Normani de puta, Dinah. Isso com o seu filho ainda dentro da barriga dela. - meu coração errou a batida ao ouvir aquilo. Eu nem sequer imaginava algo do tipo. - Nessa brincadeirinha de ir parar na cama dos amiguinhos do Khalid, ela era espancada e estuprada sem o direito nem de se defender, porque ela era acorrentada ou algemada, dependendo do cara. Foi só quando o pequeno Dylan ameaçou sofrer um aborto que Khalid tirou a "coleirinha" de puta da Normani. - passei as mãos pelo meu rosto. - Me lembro desse dia como se fosse ontem. Foi nesse dia que a coloquei contra a parede e a obriguei a falar tudo que estava acontecendo.

5 anos e alguns meses atrás...

Pov Andrea

Desde que Dinah foi presa, Normani se reaproximou demais de mim. Talvez fosse pela necessidade de ter com quem conversar, mas confesso que foi uma surpresa o dia que ela apareceu aqui em casa, até porque nunca mais nos falamos depois que pedi demissão da casa de Khalid.

Ela passou a vir aqui em casa todos os dias. Eu me tornei a confidente dela, mas tinha coisas que ela insistia em esconder de mim, como por exemplo alguns roxos espalhados pelo seu corpo. Eu perguntava se Khalid tinha feito aquilo, mas ela sempre negava e mudava de assunto. Isso me deixava preocupada. Mas o auge da minha preocupação estava sendo aquele momento. Tinha acabado de completar 10 dias que Normani tinha sumido. Eu ligava para ela, mandava mensagens e nada dela dar o ar da graça. Cheguei até a ir na casa de Khalid, mas só ele e seus capangas estavam. Ninguém sabia me responder onde ela estava.

Eu cogitava a possibilidade de chamar a polícia, mas eu tinha medo de que ela acabasse sendo reconhecida por algum crime e fosse presa.

Quando finalmente tomei coragem para contatar a polícia, a porta da minha casa foi aberta, revelando uma Normani completamente machucada e com muito sangue entre suas pernas. Eu simplesmente entrei em desespero. Eu não tinha ideia do que fazer.

- Meu Deus! - ela tentou caminhar até o sofá, mas estava fraca. Me apressei e a segurei antes que ela caísse. - O que aconteceu com você, minha filha? - perguntei enquanto a levava até o sofá, a colocando deitada nele em seguida. Ela gemia de dor e isso só fazia meu coração se despedaçar mais. - Eu vou chamar uma ambulância.

- N-não! E-eu... não posso... ir para... o hospital. - falava pausadamente, provavelmente porque doía. Respirei fundo e tentei raciocinar.

- Vou pedir para que o médico venha até aqui. - ela nada disse. Peguei meu celular e liguei para o hospital, solicitando um médico.

Enquanto aguardávamos o médico, limpei os ferimentos de Normani com cuidado. Ela tinha um corte em seu lábio e em sua testa, enquanto um enorme roxo tomava conta de seu olho direito. Em seu corpo tinham mais cortes e hematomas espalhados, mas o que mais me chamou a atenção foi um hematoma em sua barriga. Normani já estava com 6 meses, o bebê poderia facilmente ter se machucado, e isso era ainda mais preocupante.

Não a questionei porque eu sabia que ela não estava legal para falar naquele momento, mas não deixaria passar, não dessa vez.

Quando o médico finalmente chegou e examinou Normani, ele disse que ela e o bebê estavam bem, mas que era para Normani tomar cuidado, porque o pequeno estava correndo o risco de sofrer um aborto espontâneo. Normani chorou durante horas depois disso. E eu, querendo ou não, acabei chorando junto com ela.

...

- Já está na hora de você me contar o que está acontecendo. - falei após o choro ter acabado. O médico tinha lhe dado alguns analgésicos, então a dor não a impediria de falar naquele momento.

- Dea... Eu não quero falar sobre isso.

- Vou te contar uma história. - me sentei na ponta da cama do quarto que eu havia disponibilizado para ela. - Era uma vez, uma linda garota que aceitou um acordo com um traficante. Nesse acordo a garota teria que deixar o amor da sua vida para que seu filho vivesse. - ela suspirou. - Tá vendo o erro nessa história que estamos vivendo agora? Ele está quase morrendo, Normani, então para de bancar a difícil comigo e me fala que porra está acontecendo. - ela ficou em silêncio por alguns segundos, mas se deu por vencida.

- Khalid tem me obrigado a transar com o amigos dele para que eu pague pelo que eu fiz... - falou, me fazendo paralisar. - Khalid dá acesso total a eles, ou seja, eles podem fazer o que quiserem comigo, isso inclui espancar. - seu olhar era vazio e eu entendia perfeitamente o porquê. - Esses dez dias que fiquei fora, eu estava acorrentada em um portão sujo e escuro, comendo ração de cachorro, enquanto um filho da puta me estuprava e me espancava. - seus olhos se encheram de lágrimas e, consequentemente, os meus também. - Ele tinha um aparelho de choque... Ele colocava aquilo na minha buceta e apertava o botão de ligar. Segundos pareciam horas... - uma lágrima escorreu pelo seu rosto. - Parece que tem muita gente com fetiche em mulheres grávidas nesse mundo... - brincou, tentando desfazer o clima tenso que tinha se formado, mas não adiantou muita coisa.

Eu não sabia o que dizer a ela, aquilo era pesado demais... Suspirei e a abracei com força.

Dias atuais...

Pov Narrador

O coração de Dinah doía como nunca doera antes. Imaginar pelo que Normani tinha passado era doloroso demais. Nem sequer percebera que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Querendo ou não, ela amava Normani, e imaginar sua amada em tal situação não é algo bom.

- E não pense que acabou por aí. Depois do Dylan nascer, Khalid queria porque queria você morta, então mandou muita gente te matar, mas Normani sempre se colocava na frente, sabotando as negociações, oferecendo um valor maior, oferecendo algo que a pessoa quisesse mais, ou até mesmo matando. Isso não era algo que Khalid contava para Normani, ela descobria sozinha, e por isso agia na encolha, sempre tomando cuidado para que Khalid não desconfiasse dela, porque ela sabia que se ele descobrisse que tinha sido ela, ele mataria Dylan. - a mais velha suspirou. - Resumindo toda essa história, Normani enfrentou muita gente perigosa pra livrar o seu pescoço. Uma delas é Sarah Paulson. Você deve conhecer. Essa foi a mais difícil de "dominar", mas isso não vem ao caso agora. - falou. - Então tenha o mínimo de flexibilidade com ela, porque ela já enguliu muito sapo pra te manter segura.

-

(N/A): Normani vai querer me matar por estar revelando os segredos dela...