15 - A Little Visit

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(N/A): Opa, tudo bem com vocês?
Então... Sei que demorei, mas é porque eu realmente tive um bloqueio criativo imenso, o que me impediu de escrever quando consegui um tempo. Sorry.

E para os que quiserem saber, minha irmã já está melhor. Obrigada pelo apoio de vocês. Vocês são os melhores. 🖤

-

Dois dias se passaram e adivinha só quem nem na cara de Dinah olhou? Isso mesmo, euzinha.

Durante esse tempo eu sentia seu olhar sobre mim sempre que estávamos no mesmo lugar, mas eu não ousei, em momento algum, permitir que meus olhos fossem de encontro aos seus.

Não é como se eu estivesse com medo dela, eu tinha medo é da verdade, porque eu sabia que uma hora ou outra ela iria acabar descobrindo. Mas eu não estava nem um pouco preparada para isso. Não estava preparada para a reação dela, seja ela qual for.

Assim como nos últimos dois dias, eu podia sentir o olhar de Dinah sobre mim enquanto eu, deitada em minha cama, encarava o teto. Ela parecia estudar cada movimento que meu corpo fazia. Aposto que ela saberia a resposta se alguém perguntasse quantas vezes eu respirei na última meia hora.

- Estou curiosa... - quebrou o silêncio repentinamente. - Eu realmente imaginei que você não duraria nem um dia aqui dentro sem cocaína, mas olha só pra você. - permaneci encarando o teto. - Por que não foi atrás de drogas de novo? - ignorei sua pergunta. - Qual é? Eu só quero saber. Responde, vai. - suspirei.

- Porque tenho um motivo para não ir atrás de drogas. - respondi, procurando não dar muitas informações. Ela deu uma risada sem humor.

- Engraçado que quando eu era o motivo, você não parou. - fiquei em silêncio. Dinah lutou durante muito tempo para que eu parasse, mas eu ainda não estava pronta para aquilo... Já com Dylan... Ele foi meio que um tapa na cara, me obrigando a parar. - Não vai falar nada?

- Quer que eu fale o que? - me arrisquei ao olhá-la - Não tenho culpa se você ainda não me superou.

- Você é tão idiota. - seu tom de voz entregava o quão chateada ela estava em me ouvir falando aquilo. Me doía muito fazer isso com ela, mas eu não podia deixá-la se aproximar. Dei uma risada sarcástica enquanto me sentava, ficando de frente para ela.

- Eu sou a idiota? Certeza disso? Porque não fui eu quem ficou remoendo os sentimentos durante SEIS ANOS. Sabe o que são seis anos, Dinah? O suficiente pra esquecer a ex e não se dar o trabalho de colocar ela na prisão só pra se vingar, não acha? Você agiu com imaturidade. - ela apenas ficou me encarando. - Em algum momento você parou pra pensar no mal que você estava me fazendo me colocando aqui? Já parou pra pensar que eu tinha uma vida? Pessoas pra cuidar? Uma família?

- Por que? Você tem? - perguntou como se a resposta fosse óbvia. - Você é Normani Kordei. Você é uma pessoa podre por dentro. Você não sabe amar, ou melhor, você só sabe amar a si mesma. Você só sabe trazer o caos para a vida das pessoas que tentam se aproximar. - cuspiu suas palavras na minha cara. Não vou mentir dizendo que não doeu, porque doeu sim, e não foi pouco. - Você não sabe ter uma família. Você é o tipo de pessoa que abandona a sua família com um tiro no ombro. Então acho que você não tem o direito de reclamar sobre "o mal que eu te fiz".

- Eu te fiz foi um favor. Você deveria me agradecer.

- Te agradecer por tirar de mim a minha liberdade? - perguntou indignada.

- Me agradecer por estar viva.

- Kordei. - um guarda surgiu do nada, interrompendo a discussão. Nós duas o olhamos no mesmo instante. - Você tem visitas. - Dinah suspirou e eu franzi o cenho. Eu não tinha ninguém além de Andrea e Dylan, e ambos estavam proibidos de pisar aqui. Me levantei e fui em direção à sala de visitação.

A pior parte de receber visitas é a revista íntima que somos obrigados a fazer, tanto as detentas quanto os visitantes. Eu odiava ser submetida a fazer aquilo, mas eu estava curiosa para saber quem tinha vindo me ver.

Quando finalmente saí da revista íntima e entrei na sala de visitação, pude ver dois rostos conhecidos por mim. Meu coração batia tão rápido e alto que eu achava que ele explodiria a qualquer momento. Eu estava completamente sem reação, paralisada no meio da sala enquanto olhava para a mesa onde um pedaço do meu coração estava.

Seus olhinhos demoraram um pouco para me encontrar, já que haviam outras detentas encontrando suas famílias, amigos e advogados ali, mas quando isso aconteceu, o pequeno desceu da cadeira rapidamente e veio correndo em minha direção. Tudo parecia estar em câmera lenta, e quanto mais ele se aproximava, mais forte meu coração batia. Minha única reação foi me ajoelhar no chão e esperar meu pequeno príncipe de braços abertos.

Não demorou mais que dois segundos para estarmos envolvidos em um abraço apertado. Seus bracinhos rodeavam meu pescoço e os meus a sua cintura. Seu cheirinho invadia minhas narinas, me obrigando a sorrir. Meu Deus, como eu sentia a falta desse garoto... Eu poderia passar o resto da minha vida assim, agarradinha com ele, só sentindo seu cheiro.

Foi inevitável deixar algumas lágrimas caírem. Fazia muito tempo que não nos víamos, e infelizmente eu teria que cortar Andrea, a proibindo mais uma vez de trazê-lo. Pensar nisso doía demais, mas era o necessário para que Dinah ficasse longe da verdade.

- Afastem-se! - um guarda chamou nossa atenção quando excedemos o tempo que era liberado para contato físico. Afastei Dylan de mim com a maior dor no coração. Ele me deu um olhar triste seguido de um biquinho, ameaçando a chorar.

- Amor... Não chora. - eu ia voltar a abraça-lo, mas me lembrei que não podia mais. É horrível ser mãe quando se está presa. - Vai ficar tudo bem.

- Eu istô com saudadi. - seus olhinhos já estavam cheios de lágrimas. Aquilo era de partir o coração de qualquer um.

- Eu também estou morrendo de saudades, meu amor... Mas a mamãe não quer te ver chorando. - falei, super hipócrita, com as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas.

- Mas você tá chorandu. - dei um sorriso fraco e sequei minhas lágrimas.

- Não mais, viu? - ele assentiu. - Promete pra mim que não vai chorar? - ele ficou um pouco pensativo.

- Prometu. - deu um sorrisinho com aqueles dentinhos fofos. Suspirei, admirando a obra de arte que Dinah e eu fizemos.

- É esse o sorriso que a mamãe tanto ama. - falei e ele desviou o olhar para o chão. Ele sempre ficava tímido quando eu o elogiava. Mais uma característica de Dinah que ele herdou. Dei uma risada. - Vamos sentar lá com a tia Andrea? - ele assentiu rapidamente e saiu andando na minha frente. Felizmente Dylan sempre gostou de Andrea. E eu fico muito grata por ela estar cuidando dele por mim, porque se não fosse por ela, ele estaria em um orfanato nesse exato momento, e a última coisa que eu quero para o meu filho é que ele passe pelo mesmo que Dinah e eu passamos. Ele não merece isso. Ninguém merece isso. Me levantei e fui atrás dele.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Where stories live. Discover now