Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|

09 - I'm Not Your Girlfriend

Dias atuais...

"Eu só amo a mim mesma". Aquela frase escoava na minha mente, me lembrando o quão idiota eu fui por acreditar que ela me amou de verdade em algum momento das nossas vidas. Egoísta, é o que ela sempre foi.

Me lembro da primeira vez que ela disse que me amava como se fosse ontem... Ela estava tão vulnerável, com medo que eu partisse e a deixasse para trás. E eu, toda idiota, acreditei nela e acabei cedendo.

Ir para a casa do Khalid foi a maior besteira que eu já aceitei fazer em toda a minha vida...

7 anos antes...

Era tarde da noite quando ela recebeu uma mensagem em seu celular, o qual foi dado por Khalid para eles "se comunicarem melhor". Deu um longo suspiro ao ler e me deu um beijo na testa. É... Era hora de fazer mais uma "entrega".

- Me desculpa por isso... - sussurrou antes de se levantar da cama e sair do quarto. Ela provavelmente achou que eu estava dormindo e que não a veria sair, mas eu não estava... Nenhuma das vezes que isso aconteceu, pra falar a verdade...

Fato é que estar ali me fazia mal. Eu quase nunca dormia, ficava sempre frustrada, esperando Normani ser chamada por ele, o que acontecia com bastante frequência.

Eu queria fazer algo pra acabar com aquilo, mas como Normani disse durante uma discussão onde ela estava completamente drogada, ela não é minha namorada.

~Flashback on~

"Lá estava eu, sentada na beirada da cama olhando fixamente o relógio do quarto.

- Isso são horas? - perguntei quando ela finalmente entrou quarto. Eram quase 4:30 da manhã. Ela me olhou com um sorriso debochado.

- Desde quando te devo satisfação? - cruzou os braços e encostou suas costas na porta, a qual ela havia fechado.

- Desde o dia em que a gente se tornou uma equipe. - ela riu alto.

- Você é patética.

- Patético é o que você faz em troca de drogas e um teto sobre a sua cabeça. - ela mordeu o lábio inferior, caminhou em minha direção e apoiou suas mãos em meus joelhos, me dando a perfeita visão do quão dilatadas estavam suas pupilas. Suspirei.

- Está com ciúmes, Daddy? - falou em um tom sexy. Prendi a respiração. Ela aproximou seus lábios do meu ouvido. - Vou te contar um segredinho: eu não sou sua namorada. - deu uma leve mordida na minha orelha e se afastou, indo em direção ao banheiro."

~Flashback off~

Dias atuais...

- China, me empresta seu sabonete? O meu acabou. - Camila entrou no cubículo falando. - Nossa, eu saí tem um dia e você já está espalhando as coisas pelo chão? - pegou o livro e a revista que estavam alí jogadas e colocou na estante.

- Foi a Normani. - falei no maior desânimo.

- O que houve? - se aproximou e se sentou ao meu lado.

- Nada, ela só estava sendo ela mesma: uma pedra de gelo. - suspirei. - Eu perguntei se ela amava o Khalid e ela disse que só ama a si mesma, ou seja, eu também não estou e nunca estive inclusa nesse meio.

- Nossa... Ela sempre foi assim? Sério, pelas coisas que você fala, não sei como se apaixonou por ela. - por mais que Camila fosse minha melhor amiga ali dentro, eu nunca contei o lado bom da Normani. Eu não gostava muito de lembrar do porque eu a amava. Preferia lembrar do porque eu a odiava.

- Normani era a garota mais gentil e meiga que eu já havia conhecido... Ela era tudo pra mim. - Camila franziu o cenho. - Ela era capaz de transformar o pior momento no melhor com apenas um sorriso.

- Estamos falando da mesma pessoa? - dei uma risada um pouco triste.

- Sei que não parece, mas antes dela experimentar cocaína pela primeira vez, ela era um anjo. O jeito carinhoso dela... A preocupação que ela tinha comigo... - sorri. - Ela era a mulher certa pra mim. Sinto falta dela... A verdadeira Normani.

- Mas o que que aconteceu exatamente?

- Khalid aconteceu. - meu humor mudou no mesmo instante. - Normani sempre foi muito curiosa com as coisas. - me lembro até hoje dela pedindo pra encostar no meu "piu piu". - Ele ofereceu e ela aceitou. - Camila parecia estar entretida com a história. - Depois disso ela virou "escrava sexual" dele em troca de drogas, armas e abrigo. - suspirei. - Ela vira outra pessoa quando usa drogas...

- E mesmo assim ia pedir ela em casamento?

- Lógico! Ela era uma filha da puta na maior parte do tempo, mas isso não me fez deixar de ama-la. Eu acreditava que ela poderia mudar. - peguei meu cordão dentro da camisa e olhei mais uma vez para a aliança. - E ela estava diferente naqueles últimos dias antes do assalto... Ela estava como antes, estava limpa... - suspirei. - Eu realmente achei que aquele era o momento em que a gente finalmente teria o nosso final feliz, mas parece que me enganei... - Camila me puxou para que eu deitasse minha cabeça em seu ombro e assim eu o fiz. - Eu não sei o que aconteceu...

- Eu sinto muito por isso, China... - começou a afagar meu cabelo.

- Eu também, Walz... - sequei uma lágrima solitária que escorria pelo meu rosto. - Eu também...

Pov Normani

O que mais me irritava naquele lugar, além de Dinah, era o jeito que as outras detentas me olhavam. Parecia que eu era um pedaço de carne, o qual elas estavam apenas esperando a hora de atacar.

- Dedo duro! - uma mulher com quase o dobro do meu tamanho falou ao passar por mim no corredor.

- Abaixa as calças que eu te mostro o dedo duro, mon amour. - ela parou de andar e se virou para me encarar. Fudeu.

- O que disse? - dei um sorriso debochado.

- Tem que gritar pra você ouvir aí de cima? - perguntei em um tom mais alto.

- Se eu fosse você, teria mais respeito ao falar com gente que você não conhece, X9. - falou se aproximando.

- Te magoei? Desculpa aí, Pé Grande. - a grandona segurou no meu uniforme caqui e me ergueu do chão na maior facilidade. Oh, Jesus, não me deixa morrer assim não...

- Repete! - eu ri.

- Acho que o seu problema é cera no ouvido. - e quando eu ia fazer mais um comentário, a fortona literalmente me jogou contra a parede, me fazendo cair no chão e gemer de dor. Não ficaria surpresa se algum osso do meu corpo tivesse sido quebrado. Coloquei as mãos no chão em busca de apoio para me levantar, mas antes que eu o fizesse, a grandona começou a me chutar. Um... Dois... Três... Quatro chutes na barriga antes que um guarda viesse correndo até nós. Minha visão estava embaçada, não pude ver seu rosto. Mas antes que ele a afastasse de mim, ela me acertou um último chute, só que dessa vez no rosto, me fazendo perder a consciência na mesma hora.