08 - I Just Love Myself

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(N/A): FELIZ ANO NOVO, NORMINAH TROUSHPPERS 🎊🎉

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Dias atuais...

Me mudar para o cubículo de Dinah era a pior coisa que poderia me acontecer naquele lugar. Eu preferia ser apunhalada com uma escova de dentes afiada do que ter que dividir o mesmo espaço que ela, mas lá estava eu, arrumando as minhas coisas no meu lado do cubículo.

Quando tudo estava em seu devido lugar, me sentei na cama e peguei um livro para ler.

- Olha lá... Ela sabe ler. Chocada. - Dinah entrou no cubículo e eu apenas a ignorei, continuando a ler o meu livro. - Esse livro parece ser legal, mas eu acho que você deveria ler essa revista aqui. - jogou por cima do livro, bloqueando minha visão sobre as páginas. Suspirei e li a capa da revista. "Sexo por drogas: a válvula de escape para os adolescentes".

- Hahaha hilário. - revirei os olhos e ela riu.

- Não gostou? Achei a sua cara. - a encarei séria.

- Já que não vai falar por qual motivo estou aqui, pelo menos me deixe em paz.

- E perder a chance de te irritar? Jamais, meu amor. - se sentou em sua cama. - Quando o seu namorado vem te visitar? - olhou em seu braço como se estivesse vendo as horas em um relógio. - Já está na hora dele vir atrás de você. Ah não... - fez uma pequena pausa. - Era você quem ia atrás dele, tinha me esquecido. - Dinah definitivamente não tinha senso do limite.

- Quer saber de uma coisa, Dinah? - me levantei e joguei a revista e o livro no chão. - Você tem toda razão. Eu era a putinha que ia atrás dele enquanto dizia que te amava. - dei uma risada sem humor. - Você era tão idiota que acreditava em cada palavra que saia da minha boca. Você era... não, você é a pessoa mais burra que eu já conheci. - olhei em seus olhos. - Era patético o fato de você aceitar tudo que eu fazia com o rabinho entre as pernas. Eu te machucava mesmo, e cá entre nós, eu adorava fazer isso. - menti. Magoar Dinah não me fazia bem, mas sempre fui muito impulsiva, agia sem pensar. E pra ser sincera, não gostei de ter dito isso porque eu sabia que eu ainda era uma ferida em seu peito... Ela suspirou e eu caminhei até a saída do cubículo.

- Só me diz se foi por ele... Eu preciso saber. - parei. - Você o ama?

- Eu só amo a mim mesma. - foi tudo o que disse antes de me retirar, sentindo uma pontada no peito.

8 anos atrás...

Pov Dinah

Algo me dizia que as "entregas" que ela deveria fazer sozinha não eram bem entregas, mas por mais que eu a interrogasse, ela nunca me contava o que realmente estava acontecendo, por mais que eu já soubesse do que se tratava.

É foda amar alguém que mente pra você, mas largar Normani não era uma opção, eu não saberia me virar sozinha nas ruas.

Naquele momento eu estava sozinha no mesmo parque de sempre, sentada embaixo de uma árvore. Normani tinha ido "fazer uma entrega" mais cedo e ainda não havia voltado. Eu estava preocupada com ela. Queria ir atrás dela, mas ao mesmo tempo sabia o que eu iria encontrar se eu fosse.

E quando eu havia decidido ir e acabar logo com aquilo, vi Normani descer de um carro do outro lado do parque. Ela olhou em minha direção e veio caminhando até mim.

- Você demorou. - cruzei os braços.

- Eu sei.

- Como foi a "entrega"? - fiz aspas com os dedos e ela suspirou. Eu acho que no fundo ela sabia que eu sabia.

- Não quero falar sobre isso. - se sentou perto da árvore e apoiou suas costas no tronco da mesma. - Tenho novidades. - me sentei de frente para ela, esperando que ela me contasse. - Khalid quer que a gente vá morar na casa dele. - me olhou com um sorriso fraco no rosto.

- Não. - falei sem pensar duas vezes.

- Não?

- Não.

- Por que não? - perguntou realmente confusa. Ela sabia que sair das ruas era o que eu mais queria, mas não daquele jeito... - Dinah, essa é a nossa grande chance de ter um teto sobre nossas cabeças.

- A que preço, Normani? Khalid não é o tipo de cara que faz caridade e você sabe muito bem disso.

- Você não precisa se preocupar com isso, eu acerto com ele. - eu ri sarcástica.

- Você é inacreditável, Normani.

- Eu só quero que você tenha o que você merece. - suspirei.

- E você acha que eu mereço isso que você está fazendo?

- Eu não sei do que você está falando... - desviou o olhar.

- Sim, você sabe. - suspirou, encostou a cabeça no tronco da árvore e voltou a me encarar.

- Dinah, o que eu quero dizer é que tudo isso que está acontecendo com a gente é culpa minha. Eu me sinto culpada por você estar aqui. Se eu não tivesse tido a ideia idiota de fugir do orfanato, nada disso teria acontecido. Eu me sinto responsável por você e eu não quero que você seja obrigada a dormir sem um teto sobre a sua cabeça pelo resto da sua vida por causa de uma decisão errada que eu tomei. - passei a mão pelo meu rosto.

- Você é tão egoísta...

- Eu não sou egoísta. - dei uma risada sem humor.

- Não? Tem certeza? Porque em momento nenhum você parou pra pensar no que eu acho sobre tudo isso. Você não parou pra pensar que eu também me sinto responsável por você. Você não parou pra pensar que eu também me sinto culpada por você não ter uma família agora... Você poderia ter sido adotada se não fosse por mim. - dei uma pausa. - Você queria armas pra gente conseguir dinheiro o suficiente pra gente ter onde morar, mas o que aconteceu quando você conseguiu a porra das armas? Você simplesmente deixou todos os seus planos pra trás pra ficar cheirando o cú do Khalid. - respirei fundo. - Você tem razão, a gente nunca deveria ter fugido do orfanato. - me levantei. - E é por isso que eu vou voltar.

- Eu não posso voltar... - falou com os olhinhos cheios de lágrimas. Eu odiava vê-la daquele jeito.

- Eu não pedi que viesse comigo. - fui fria, embora meu coração estivesse doendo naquele momento. Ela se levantou e me abraçou com força, encaixando seu rosto na curva do meu pescoço.

- N-não me deixa sozinha... - suspirei ao sentir suas lágrimas quentes em contato com a minha pele. A abracei com uma força equivalente a dela. Meus olhos ardiam, implorando para que eu liberasse as lágrimas, mas eu queria parecer mais forte do que eu realmente era. Pena que meu plano não deu certo, pois quando a primeira lágrima caiu, as outras vieram como se fossem uma cachoeira. - P-por favor...

- N-Normani eu... - me interrompeu.

- Eu preciso de você. - olhou em meus olhos. - Porque eu te amo.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Kde žijí příběhy. Začni objevovat