12 - I'm Yours

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Pov Normani

Alguns dias se passaram desde a conversa com Dinah e a gente acabou se aproximando novamente. A gente conversava como antes, sem brigas, apenas risadas. Eu sempre fui apaixonada pela risada dela.

Khalid e a cocaína continuavam sendo um problema que eu carregava, mas eu só saía de perto de Dinah quando tinha total certeza de que ela havia dormido.

- Você sabe que dia é hoje? - ela perguntou, sentada sobre suas panturrilhas na cama. Olhei pra ela com o cenho franzido e ela fez cara de decepção. - Nossa, Normani... Esperava mais de você...

- Que foi? Que dia é hoje? - perguntei realmente confusa.

- 16 de novembro... - arregalei os olhos.

- Sério? - ela assentiu. - Não acredito que esqueci o nosso aniversário de amizade. - me dei um tapa na testa.

- Você é a pior amiga do mundo. - cruzou os braços, fazendo um biquinho extremamente fofo. Eu engatinhei até ela e parei quando meu rosto estava próximo o suficiente do seu.

- Talvez eu seja uma namorada melhor... - sorri e lhe dei um selinho. Ela fez cara de pensativa.

- Será?

- Só vamos descobrir se você me der um "sim". - ela sorriu abertamente. Como eu amo esse sorriso... Nem consigo imaginar como consegui ficar tanto tempo sem ele... - O que me diz, senhorita Hansen? Quer namorar comigo?

- Você já me perguntou isso antes, o que te faz achar que a minha resposta mudou?

- Eu estava esperando que você se desse conta de que eu sou gostosa pra caralho e que você estaria perdendo um puta mulherão da porra se não aceitasse. - ela riu. - Eu sou uma deusa, meu amor.

- Tá se achando demais, não? - arqueou a sobrancelha e eu neguei com a cabeça, a fazendo rir novamente. Ela segurou meu rosto e me puxou para um beijo calmo. Fui obrigada a sorrir entre o beijo. Não sei explicar como eu me sentia quando ela me beijava, eu apenas sentia. Era algo diferente de tudo que já experimentei. Eu me sentia... Completa. Não, completa ainda é pouco para explicar. Separou quando o ar se fez necessário.

- Eu te amo. - sussurrei e ela sorriu.

- Eu também te amo. - sussurrou de volta enquanto fazia carinho em meu rosto com o polegar. - E eu sou sua namorada desde o dia que você veio falar comigo pela primeira vez, eu só não te contei isso.

- Ah é? - franzi o cenho. Ela assentiu.

- Quem você acha que ameaçava os garotos do orfanato para não chegarem perto de você? - eu ri. - Eu sou sua, Normani. Sempre fui e sempre vou ser. - Dinah abriu a boca para falar novamente, mas eu a cortei, a beijando mais uma vez. Eu não sabia que precisava tanto ouvir aquilo de Dinah até eu ouvir.

Dias atuais...

Esconder qualquer coisa de Dinah enquanto dividimos o mesmo espaço é quase que impossível. A verdade é que ela sempre foi muito observadora e isso fode com tudo.

Eu ficaria muito mais feliz se ela simplesmente esquecesse que eu existo. Fala sério, ela é tão perturbada que me seguiu até os telefones. Mas o lado bom é que ela ainda não descobriu...

- What's up? - Ally entrou no meu cubículo desfilando com seu uniforme caqui. Parou no centro e começou a fazer várias poses, o que me fez rir. - A rainha do caqui chegou.

- Você fica bem de caqui.

- Meu bem, eu fico maravilhosa até com um abacaxi na cabeça. - eu ri mais uma vez. Veio até minha cama e se sentou ao meu lado. - Sou sua mais nova vizinha de cubículo.

- Era pra ser minha colega de "quarto". - suspirei. - Seria bem melhor...

- Infelizmente não dá pra mudar. Bom... Só a Dinah consegue. Talvez você devesse pedir a ela. - dei uma risada sarcástica.

- Até parece que ela vai me ajudar a me livrar dela. Ela está obcecada por mim.

- Ela sempre foi. - deu de ombros e eu franzi o cenho. - Mas eu não diria obcecada. Eu diria apaixonada. Dava pra ver na cara dela que ela era sua cadelinha antes mesmo de você vir pra cá. - eu ri. - É sério. Os olhos dela dizem tudo.

- Ela me odeia.

- Correção, ela te ama. - olhou nos meus olhos. - E eu sei que você também ama ela. Vocês duas não sabem esconder os sentimentos muito bem, aí fica na cara, né. - falou como se fosse óbvio. Discordo.

- Olha, Ally, não estou afim de discutir, então, para manter a paz, vou fingir que você não disse nada. - eu tinha adquirido esse péssimo hábito de negar meus sentimentos.

- Não está afim de discutir porque sabe que eu estou certa. - suspirei. - Eu vejo em seus olhinhos que seu coração bate mais forte quando a Dinah está por perto.

- Não viaja...

- Estou na prisão, a última coisa que eu vou fazer é viajar. - revirei os olhos. - Confesso que não aprovaria o relacionamento de vocês duas. A Dinah é uma grande babaca.

- Ela não é babaca. - Ally riu.

- Ela é. Ela se acha o centro do universo, e que todo mundo tem que fazer exatamente o que ela quer, na hora que ela quer. - suspirei mais uma vez.

- Esse é o jeito que ela encontrou pra sobreviver aqui dentro. Não a culpo porque eu sei que no fundo ela não é assim. - a pequena arqueou a sobrancelha. - Que foi?

- Parece que alguém não gostou de eu ter falado mal da namoradinha. - revirei os olhos.

- Ela não é minha namorada, e defender ela não significa que gosto dela.

- Sei... Se você diz... - ela riu. - Me diga, o que foi que aconteceu entre vocês duas? Por que a abandonou? - desviei o olhar.

- Esse assunto é delicado... Eu tinha... - me calei quando vi Dinah entrar no cubículo pelo canto do olho. Olhei em sua direção.

- Cai fora, banana nanica. - falou para Ally, que a encarou com uma feição debochada, sem mover um músculo. - Não vai? - Dinah riu. - Tem certeza disso? - quando percebi que Dinah iria avançar na pequena, rapidamente me levantei e fiquei de frente pra ela, sentindo um pouco de dor nos meus ferimentos por ter levantado rápido demais. Ela estava a menos de um passo de mim.

- Algum problema, Dinah? - cruzei meus braços e ela suspirou, dando um passo para trás.

- Não. - foi até sua cama e se deitou, colocando seu antebraço por cima dos seus olhos. Olhei para Ally.

- Depois a gente conversa. - ela assentiu e se levantou, saindo do cubículo em seguida. Voltei a olhar para Dinah. - Qual é a sua, Dinah? - fui ignorada. - Você ia mesmo avançar nela?

- O que você acha? - perguntou sem se mover. Dei uma risada sem humor.

- Você já parou pra analisar o seu tamanho e o tamanho dela?

- A grandona que te meteu a porrada não pensou nisso, por que eu deveria?

- Porque você não é como ela. - ela riu e se sentou para me encarar.

- Como tem tanta certeza disso?

- Eu te conheço melhor do que ninguém. Sei que seu coração é puro e que se não fosse por minha causa, talvez hoje você tivesse um emprego honesto.

- Talvez... Mas já ouviu falar que a prisão muda as pessoas? Eu não sou mais aquela garotinha submissa que você costumava conhecer, Normani. - deu uma pausa. - Eu cresci.

- Parabéns então, você se tornou uma grande filha da puta.

- Filha da puta que nem você? - suspirei.

- É, que nem eu.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin