17 - That Was Very Gay

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Pov Narrador

Sem chão. É como Normani se sentiu ao sair da sala de visitação. Deixar Dylan partir nunca se tornava uma tarefa fácil, porém ela sabia que o menino não podia ficar.

Seus olhos ardiam e um enorme nó se formava em sua garganta. Ela não queria chorar em meio ao corredor lotado. Normani simplesmente odiava se sentir vulnerável e impotente, mas suas emoções gritavam por liberdade, querendo, a todo custo, se mostrarem presentes.

Seus passos eram largos e sua cabeça estava baixa, evitando que as pessoas pudessem ver sua fraqueza em seus olhos cheios de lágrimas.

"Segura o choro, Normani... Só segura." Ela dizia para si mesma em sua mente. Coisa essa que foi em vão, já que a primeira lágrima correu pelo seu rosto, sendo seguida por várias outras.

Aqueles corredores nunca foram tão extensos. Parecia que não tinham fim. Normani andava, andava e andava e nunca chegava ao seu destino, mas quando ela finalmente chegou em seu cubículo, agradeceu mentalmente por Dinah não estar mais lá.

Normani caminhou até sua cama e se sentou. Chegou um pouco para trás e apoiou suas costas e a cabeça na parede. Fechou seus olhos e deixou, dessa vez, as lágrimas correrem livremente pelo seu rosto.

Perda, abalo, angústia, medo e uma série de outros sentimentos faziam com que Normani se sentisse culpada. Uma única decisão tomada no passado causou tudo isso no presente. Ela odiava o fato de que ela mesma estragou, não só a sua, mas também a vida das pessoas que ela ama. Ela se sentia tóxica. A própria Chernobyl.

Normani se via de frente com um obstáculo o qual ela mesma colocou em sua vida. Não sabia o que fazer, ou melhor, tinha medo do que tinha que fazer.

Seus olhos só se abriram quando sentiu o colchão fino afundar ao seu lado. Era ela, com aquele olhar de pena. Normani odiava que sentissem pena dela. Talvez fosse por ter sido assim durante toda sua estadia no orfanato.

- N-não me olhe assim! Você, mais d-do que ninguém, sabe que eu odeio isso. - esbravejou, embora tivesse soluçando, fazendo a loira suspirar.

- Desculpa, eu só... - Normani a interrompeu.

- Você n-não tem nada melhor para fazer? Vá e-embora e me deixe em paz! - Dinah cruzou os braços e a encarou com cara de tédio.

- Você acha mesmo que vou te deixar aqui sozinha chorando? Achei que me conhecesse melhor que isso. - arqueou a sobrancelha. - Eu não vou sair daqui até você enxugar essas lágrimas e sorrir para mim.

- Eu não quero você aqui. - desse a negra após respirar fundo.

- Que pena que eu não dou mínima para isso, não é mesmo? - Dinah deu um sorriso brincalhão e puxou Normani para os seus braços, deitando a cabeça dela em seu ombro. A negra relutou um pouco no início, mas logo cedeu aos braços calorosos de Dinah, e como se possível, Normani começou a chorar ainda mais. - Shhh... Calma, vai passar. - Dinah não tinha ideia do porque da mais velha estar chorando, mas ela sabia que Normani precisava de um abraço, e ela estava disposta a dar qualquer coisa que Normani precisasse só para vê-la bem novamente. - Hey, eu estou aqui. - acariciou os cabelos da negra. Normani se aconchegou melhor nos braços da loira e encaixou seu rosto na curva do pescoço de Dinah. Sentir seu cheirinho a acalmava.

Horas se passaram e Normani e Dinah continuavam agarradinhas, só que dessa vez deitadas. Elas ficaram em silêncio durante todo o tempo, apenas aproveitando o momento, o qual nenhuma das duas tinha certeza se aconteceria de novo. Normani havia parado de chorar, embora seu coraçãozinho ainda doesse.

- Obrigada... - Normani disse após um longo tempo em silêncio. Dinah não respondeu, apenas sorriu e a apertou mais em seus braços.

- Quer me contar o que foi que aconteceu? - a mais alta perguntou como quem não quer nada. Normani suspirou.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Where stories live. Discover now