10 - Don't Call Me Love

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Pov Dinah

Quando fiquei sabendo o que houve com Normani, foi impossível esconder minha preocupação. Por mais que nós tivéssemos nossos problemas, era por minha causa que ela estava lá dentro. Eu não queria, em hipótese alguma, que ela se machucasse. Mas que droga!

Eu corria pelos corredores o mais rápido que conseguia, tentando chegar à enfermaria, que era onde Normani estava naquele momento.

- EI! - ouvi um guarda gritar quando passei por ele. - PARADA AÍ! - eu não queria, mas parei e me virei para ele. Ele se aproximou de mim. - Está com pressa, detenta? - revirei os olhos.

- O que me entregou? O jeito que eu corria? - debochei e ele permaneceu sério.

- Você sabe as regras: nada de correr. - deu um sorriso debochado. - Quer parar na solitária? - suspirei e neguei com a cabeça. Eu não conseguia manipular os homens como eu fazia com as mulheres por motivos óbvios: eu tinha a porra de um pinto no meio das minhas pernas.

- Me desculpe. Eu só preciso ir para a enfermeira. - arqueou a sobrancelha.

- Para...? - puta que pariu, que pé no saco.

- Porque está saindo um negócio verde meio pastoso do meu pau que está me deixando muito preocupada. Quer ver? - coloquei o polegar na barra da minha calça e puxei pra frente, me aproximando dele, que me empurrou para longe com uma cara de nojo. Me segurei para não rir.

- Anda, pode ir. Mas não corra.

- Sim, senhor. - falei antes de dar as costas para ele e andar em passos largos na mesma direção de antes.

Quando cheguei na enfermaria, vi Normani desacordada em uma das camas com o rosto todo machucado. Aquilo era de doer o coração, e saber que eu estava ocupada demais me lamentando pelo passado pra protegê-la, só fazia eu me sentir mais culpada. Suspirei.

Me aproximei dela e pude ter uma noção maior do quão machucada ela estava. "Eu realmente deveria estar com você... Me desculpa...". Pensei.

E em um susto, ela acordou, pulando na cama, o que me assustou também, mas segue o baile.

- Aiin! - gemeu de dor, colocando sua mão sobre seu abdômen.

- Você está bem? - me encarou.

- Eu estou com cara de quem está bem? - seu tom debochado se fez presente e eu suspirei.

- Olha, eu estou tentando ser legal, okay? Então abaixa a porra da guarda e me trate que nem gente, caralho. - ela revirou os olhos, mas pelo visto doeu, porque ela gemeu de novo. - O que aconteceu e quem fez isso com você?

- Uma grandona, maior que você, me chamou de dedo duro e eu decidi provoca-la.

- Sério isso? - perguntei com cara de tédio. - Qual a necessidade de fazer isso, Normani?

- Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Não vou abaixar a cabeça para uma das suas putinhas.

- Aí você prefere apanhar feio do que deixar um "dedo duro" passar? - revirei os olhos. - Você é realmente inacreditável.

- Por que se importa? A vida é minha, não é? - juro que tentei ser legal, mas...

- Quem disse que me importo? A única coisa com que me importo é se essas merdas que você faz vão atrapalhar os meus planos ou não. Você pra mim é só mais uma carta no meu baralho. - algo difícil de se dizer, mas necessário quando se trata de Normani. Ela não é o tipo de pessoa que gosta de facilitar as coisas.

- Uma carta no seu baralho? - ela riu um pouco, mas parou após mais um gemido de dor. - Você é realmente hilária. Seja lá o que estiver aprontando, não vou te ajudar e você já deveria saber disso.

- Não tenha tanta certeza disso, minha cara Kordei. - sorri. - Te vejo quando for liberada. - caminhei até a saída.

7 anos atrás...

Pov Normani

Estava frio naquela noite, mas Dinah se encontrava na sacada do quarto que Khalid havia cedido para nós, vestindo apenas uma camisa larga e uma cueca boxer.

Desde que viemos para cá, as coisas ficaram estranhas entre a gente. Ela quase não falava comigo e quando falava, sempre acabava em briga. Foi o que aconteceu hoje mais cedo. Discutimos feio por causa de Khalid. Ela não entendia o meu ponto de vista, mas pra mim, aquilo era exatamente o que tinha que ser feito para chegarmos onde sempre sonhamos. Khalid era a chave.

Toda aquela distância que se formou entre nós estava me matando. Mas eu não a culpo por isso, até porque eu sou a grande responsável por tudo isso.

Preocupada com ela, me levantei da cama e fui até a sacada. Ela observava a vista enquanto tinha seus braços apoiados na grade. Me aproximei e a abracei por trás, deitando minha cabeça sobre suas costas.

- Não está com frio? - perguntei, recebendo o silêncio como resposta. Suspirei. - Desculpa. - e mais uma vez ela não disse nada. - Dinah, por favor... Eu sei que está chateada comigo, mas poxa...

- Me deixa em paz, Normani. - a apertei ainda mais em meus braços.

- Amor... Não fica assim... - Dinah segurou meus braços e me obrigou a soltar seu corpo. Se virou para mim e me encarou.

- Não me chame de "Amor".

- Mas... - me cortou.

- Eu não sou sua namorada, não quero que me chame de amor. - suspirei porque sei que ela só estava repetindo as palavras que eu a disse alguns dias atrás...

- Mas eu quero que você seja. - ela olhou em meus olhos e riu sem humor, voltando a ficar de costas pra mim. - Dinah, eu estou falando sério. Namora comigo.

- Não. - foi seca e confesso que aquilo me doeu um pouco.

- Dinah... Sei que a gente está passando por um momento difícil, mas as coisas vão melhorar, eu te prometo. - ouvi sua risada debochada.

- Você sabe porque estamos passando por um momento difícil? - se virou de novo. - Porque você, Normani Kordei, é uma filha da puta que só pensa em si mesma. Todas as noites é a mesma coisa. Seu macho chama e você vai correndo atrás porque você é uma viciada de merda. Você age como a prostituta particular dele. - riu mais uma vez. - Espero que esteja se divertindo com tudo isso, porque eu não estou. - cuspiu suas palavras na maior facilidade do mundo e eu me senti como se meu coração estivesse sendo esfaqueado. Meus olhos começaram a arder.

- É isso que você pensa de mim? - ela negou com a cabeça.

- É isso que eu tenho certeza que você é. - foi o suficiente para que a primeira lágrima se fizesse presente, trazendo consigo mais e mais lágrimas. Seu olhar de ódio mudou completamente quando ela se deu conta de que aquilo realmente havia me machucado. Agora ela me olhava com uma mistura de remorso e desespero. - Normani, eu... - ela se calou quando ouviu o som de uma notificação chegando no meu celular. Suspirou. Ela sabia de quem se tratava e eu também... - Amanhã a gente conversa. - mais uma vez ficou de costas para mim.

- E-eu... - chegou mais uma mensagem e foi a minha vez de suspirar.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Onde histórias criam vida. Descubra agora